quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Kick-Ass 2: Quebrando Tudo de Novo

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Kick-Ass, Hit-Girl, Red Mist (agora usando o sugestivo nome de Mother Fucker) estão de volta. Uma das mais aclamadas séries de quadrinhos independentes ganha sua continuação, pelas mãos de Mark Millar e John Romita Jr. 

A história começa após os eventos descritos na minissérie da Hit-Girl. Kick-Ass passa a treinar com Hit-Girl para virar um super-herói de verdade. Além disso, Dave quer montar um grupo de super-heróis, no melhor estilo Vingadores e Liga da Justiça, já que ele não é mais o único fantasiado a andar pelas redondezas. Por fim, Red Mist está de volta, com uma enorme sede de vingança. Tanto que adotou um novo nome: Mother Fucker

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A trama se desenvolve a partir desse ponto. Mas não fica restrita a esses personagens. Millar introduz novos personagens, como o Coronel Stars e o Tenente Stripes. Stars é responsável pela criação do grupo inspirado na Liga da Justiça, chamado de Justiça Eterna. Mas o lado de Mother Fucker não fica muita atrás em termos de excentricidades. Chris cria um exército de super-vilões, dentre os quais se destaca a Mãe Rússia, uma ex-assassina da KGB.

Millar se estabeleceu como um dos mais bem sucedidos roteiristas de quadrinhos. É um dos poucos que pode se dar ao luxo de se dedicar exclusivamente aos quadrinhos autorais. Faz um bom tempo que Millar não assume um personagem da Casa das Ideias ou da Distinta Concorrência. Além disso, Millar tem bastante crédito em Hollywood, graças aos sucessos das adaptações de O Procurador e Kick-Ass. No entanto, apesar de todo suporte e independência, Millar não tem mostrado o mesmo potencial de quando estava abrigado sobre os controles editoriais da Marvel. O resultado passa longe. E nem estou comparando as obras do calibre de Os Supremos, por exemplo.

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Ao ler Kick-Ass 2, tive uma sensação de que Millar está aproveitando todas as fórmulas que já usou em histórias anteriores. Se prestar atenção, verá um pouco de Guerra Civil, um pouco de O Procurado e assim por diante. Não chega a ser um acúmulo de clichês e fórmulas como foi Nemesis. Mas eles estão  lá.A grande vantagem de Kick-Ass 2 é o carisma dos personagens, principalmente a Hit-Girl

Outro grande ponto positivo é a arte John Romita Jr.. Incrível perceber a diferença entre os trabalhos do atuais do desenhista para Marvel e o capricho de Kick-Ass. Não é uma arte para todos os gostos. Mas não posso negar que Kick-Ass 2 está entre os melhores trabalhos do desenhista

Em relação à parte que compete à Panini, não há maiores reclamações. Talvez a ausência de algum extra mais interessante, mas não há maiores reclamações nessa parte. Kick-Ass 2 segue a linha dos encadernados lançados pela editora. 

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Kick-Ass 2 é o típico trabalho em que é possível identificar a assinatura de Mark Millar. Se isso é um defeito ou uma qualidade, cabe ao leitor decidir.

Rafael Felga

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