domingo, 20 de julho de 2025

Atual chefe da DC Studios, James Gunn fala sobre Rocket, Adam Warlock e outras questões de sua época na Marvel

 Superman é o mais novo sucesso da DC Comics nos cinemas e é o primeiro filme do universo recriado de super-heróis deste estúdio que está saindo da cabeça de James Gunn, outrora diretor da franquia dos Guardiões da Galáxia da Marvel Studios. Há mais de um mês fazendo turnê mundo a fora para divulgar o novo filme do Homem de Aço, James Gunn vem também respondendo algumas perguntas ainda ligadas a seu trabalho na Marvel Studios. E desta vez, não está se retendo em falar coisas que o desagradaram.

Algumas semanas atrás, em entrevista à Entertainment Weekly, o diretor compartilhou que chegou a incluir uma nota nas discussões do roteiro afirmando sua relutância em incluir o Deus do Trovão, citando uma falta de compreensão pessoal de como escrever o personagem de forma eficaz. Essa admissão lança luz sobre as discussões criativas por trás da Fase Quatro do Universo Cinematográfico Marvel e oferece contexto sobre como a história de Thor com os Guardiões foi finalmente conduzida, abrindo caminho para Gunn concluir sua trilogia como ele imaginava, ao mesmo tempo em que se conectava a estratégias narrativas mais amplas da Marvel.

"Eu disse nas notas do roteiro: 'Não vou incluí-lo'", revelou Gunn. "Não quero ter Thor nos Guardiões. Não quero fazer um filme com Thor." Não entendo muito o personagem. Adoro assistir aos filmes dele e adoro Chris Hemsworth como personagem. Não entendo como escrever esse personagem."

Outro ponto que o ex-diretor da Marvel Studios comentou sobre o terceiro filme foi também da dificuldade que teve em inserir Adam Warlock no filme após ele mesmo colocado uma cena pós-crédito implicando em sua aparição no futuro no segundo filme:

"Não gostei do que fiz em Guardiões 2, onde criamos Adam Warlock e os Guardiões da Galáxia e criamos toda essa m— que eu não necessariamente planejei", sublinhou Gunn. "A maneira como uma cena pós-créditos funciona é como um soco na cara, tipo, 'Meu Deus! Olha isso!'. Às vezes, quando você a usa apenas para criar algo, às vezes você se prejudica. Não foi fácil inserir Adam Warlock em Guardiões 3."

Essa resposta de James Gunn meio que explica porque as cenas pós-créditos de Superman foram tão descompromissadas em apresentar futuros planos do estúdio. Gunn enfatizou uma estratégia mais coesa e pré-planejada para a narrativa abrangente do Universo DC:

"Estamos contando uma grande e enorme história central que é como a Marvel, exceto que acho que somos muito mais planejados do que a Marvel desde o início, porque reunimos um grupo de roteiristas para desenvolver a história completamente", afirmou Gunn. 

Essa abordagem visa criar um universo interconectado onde os super-heróis têm uma longa história estabelecida, com meta-humanos fazendo parte da consciência pública há cerca de "300 anos", um forte contraste com a linha do tempo do surgimento dos super-heróis no MCU.

Em outro momento durante uma entrevista ao podcast oficial do DC Studios Showcase, o cineasta e co-CEO da DC Studios identificou Rocket Raccoon como o membro dos Guardiões da Galáxia sobre o qual sentia uma profunda responsabilidade. Gunn explicou que, durante sua gestão na Marvel, revisava meticulosamente os roteiros com Rocket. 

"Eu era assim quando trabalhava na Marvel", disse Gunn no podcast. Eu recebia roteiros com o Rocket que não correspondiam à minha compreensão [sobre ele]. Aquele personagem era a minha alma. Então, eu sempre me certificava de que a voz dele sempre fizesse sentido, que o que ele fazia sempre fizesse sentido. E faço isso com os personagens da DC em todos os filmes e séries de televisão. Eles precisam ser fiéis ao personagem, especialmente se for um personagem que eu criei no cinema".

Por fim, uma entrevista com o diretor surgiu via GQ em que ele falou sobre como elaborou sua cena das jóias do infinito no primeiro filme dos Guardiões da Galáxia:

"Eu nunca entendi o que eram as fases da Marvel. Não sei o que significam. Não tenho a mínima ideia do que significam. Eu sabia que existiam as Joias do Infinito quando disseram: 'Sabe, nós estivemos pensando, e achamos que talvez algumas dessas coisas tenham sido Joias do Infinito de maneiras diferentes. Então, você poderia escrever o que as Joias do Infinito significam?'", Gunn relembrou.

"Quando escrevi a cena com o Colecionador explicando que houve uma explosão, e as Joias do Infinito nasceram, e o que elas significam e de onde vieram, foi literalmente eu sentado por 3 minutos escrevendo aquilo", revelou. "E foi isso que se tornou o resto das Joias do Infinito. Nunca houve ninguém que dissesse nada além de: 'Acho que a coisa vermelha e a coisa azul vão acabar sendo Joias do Infinito'. Isso não estava nos planos para começo de conversa. "Eu inventei as Joias do Infinito em dois segundos. Eu não tinha ideia de que aquilo se tornaria o que se tornaria."

Esta não é a primeira vez que Gunn fala sobre como ele criou as origens das Joias do Infinito no UCM, mas contou uma história diferente em 2023. Durante a turnê de imprensa de Guardiões da Galáxia Vol. 3, ele afirmou ter escrito a cena em 90 minutos, não três:

"Eu escrevi aquela cena em cerca de uma hora e meia, foi como se tivesse criado as Joias do Infinito... e tudo é baseado nisso", disse ele à Phase Zero.

Critique ou não a Marvel atualmente, há de se concordar que James Gunn está colocando em prática um plano ambicioso para o novo Universo DC e tudo começa com seu novo Superman liderando as bilheterias globais no último final de semana. Seu chefe da Warner Bros., David Zaslav, afirmou que este é apenas o primeiro passo de "um plano ousado de 10 anos".

Coveiro

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