terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Gavião Arqueiro: Sorte Grande

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Pra quem acreditava que a vinda da Nova Marvel só iria resetar as revistas e não trazer nada de novo e muito empolgante, tai uma grande surpresa escondida no meio das páginas da nova revista Capitão América & Gavião Arqueiro. Obviamente pegando o vácuo dos cinemas, o vingador Clint Barton arrisca-se nessa nova fase num novo titulo mensal. E surpreendeu. A dupla Matt Fraction e David Aja, que cuidam do título, garantiram o Eisner ao velho e bom Gavião Arqueiro.

Esqueça qualquer trama absurda com supervilões e coisas fantásticas. Esse não é o tipo de trabalho do dia a dia do Gavião Arqueiro. Afinal, além de ótimo atirador, ele não passa de um humano comum. E a prova máxima disso é posta a prova nas primeiras páginas do título quando ao despencar de um prédio após um tiro mal dado, ele vai parar no hospital. Clint é durão. Despensa a cadeira de rodas e segue mancando pela movimentada e barulhenta Nova York.

A trama então se divide em dois pontos. Num deles, Clint se vê envolvido num drama popular em que os donos de um prédio antigo da cidade despenjam de qualquer jeito uma pobre família sem dinheiro pra pagar suas dívidas. Em outro momento, o arqueiro está disposto a qualquer coisa pra salvar um pobre cão ferido. Como essas histórias se cruzam? Numa boa e dinâmica narrativa visual que David Aja nos brinda a seguir.

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Impulsivo como sempre foi, Clint se envolve no drama dos inquilinos do velho prédio. Decide pegar suas finanças que ganha como Vingador e pagar o aluguel atrasado. De todos os inquilinos. Era tanta grana que o tal Ivan, dono do pedaço, não podia negar. Mas negou e foi aí que começa toda a confusão e porradaria típica de gangues de bairro. Daí, foi um show de socos e pontapés distribuídos em todos os capangas do russo. Menos no cachorro. O cachorro era legal (e até ganhou um pedaço de pizza do Clint antes da zorra começar).

Dado o recado e tentando não apanhar mais já que estava em desvantagem numérica, Clint some dali. E quase leva um tiro, se não fosse o tal Cachorro tomando partido e mordendo o braço armado de um dos capangas. Em troca, o bicho acabou levando um chute na fuça e caindo na rua. Clint até que tenta evitar que o bicho seja atropelado (e até consegue evitar o estrago maior), mas não dá tempo.

Daí, chegamos ao ponto em comum da historia. Enquanto o cachorro é agora operado no veterinário, Ivan e seus homens chegam pra tomar nova satisfação com Barton. Acabam levando uma outra surra daquelas. No fim, Clint resolve comprar o prédio todo e o leitor percebe que o jeitão dele de resolver as coisas é bem diferente dos demais Vingadores.

Agora, ele tem um prédio. Tem sua própria vizinhança. E um cachorro. O nome dele? Flecha (*Arrow), mas chega dessas coincidências. É um animal sortudo e merece um nome melhor.

Começo brilhante e muito divertido da nova fase de Barton e sua revista solo. Fraction costuma ser um roteirista que oscila bastante de qualidade, mas dá pra sacar nessas 20 páginas que ele acertou mais uma vez o tom. Segue mais ou menos a linha que Brubaker quis dar ao seu Punho de Ferro. David Aja, que já fez a arte da citada série inclusive, também é destaque a parte. O Eisner mostrou-se mais uma vez bem merecido aqui. Agora, é aguardar ansioso pela próxima parte.

Coveiro

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