Uma semana atrás (dois meses para nós, leitores), Norman Osborn, o Patriota de Ferro, chegou a São Francisco decidido a policiar a comunidade mutante. Usando a mídia, retratou os X-Men como arruaceiros e os destituiu do seu próprio nome, criando seus X-Men particulares; ao mesmo tempo, anunciou seu interesse em defender os mutantes, enquanto por trás dos panos os usava para "recarregar" seu agente Arma Ômega. Mas Osborn não contava com a traição de Emma Frost e Namor, seus colegas de Cabala, nem com o plano de Scott Summers, o Ciclope, para criar uma nova nação mutante, Utopia, livre da jurisdição do MARTELO.
Agora, os dois líderes rivais, Osborn e Summers, cansaram dos joguinhos e das discrições; é hora da guerra!!!
E como toda guerra que se preze, os dois "generais" traçam suas estratégias de combate e passam ordens para seus soldados, pouco antes do Patriota de Ferro, seus Vingadores Sombrios e o que restou dos X-Men Sombrios chegarem a Utopia para o combate.
O que se segue é uma batalha generalizada, com uma verdadeira população de um lado e poucos porém poderosos guerreiros do outro. Rocha Lunar e Mercenário, vulgo "Miss Marvel" e "Gavião Arqueiro", já chegam derrubando vários mutantes. Enquanto a primeira é confrontada pelas mesmas mulheres (vingativas) que atacou em São Francisco, o segundo é levado para longe da ilha pelo Anjo... que reaparece para o assassino como Arcanjo para uma batalha mortal!
Venom (o "Homem-Aranha") repete seu confronto com o X-Man Colossus, e o "Wolverine" Daken afia suas garras (literalmente) contra sua "irmã", X-23 (e Deodato, sua arte é magnífica, mas faltou um pouco de proporção corporal nessa cena, né?). Em outra parte de Utopia, o Fera Negro ataca os X-Men, mas é vencido violentamente por Psylocke e pelo Clube X, como vingança pela tortura que ele aplicou ao Fera verdadeiro.
Mímico é um adversário temível pela sua capacidade de copiar poderes alheios, mas ter os poderes de uma multidão não ajuda muito quando se é atacado sozinho pela mesma multidão. Já Michael Pointer, o Arma Ômega, descobre que nem seus imensos poderes podem conter a fúria de Wolverine (o verdadeiro).
Se a batalha de Utopia fosse um jogo de xadrez, a vantagem estaria do lado de Osborn, que não tem grandes dificuldades para surrar Ciclope. E ele ainda tem ao seu lado o deus da guerra, Ares, e o megapoderoso e megaproblemático Sentinela, que mesmo a força do Príncipe Submarino é incapaz de conter. Sobra para a Rainha Branca (ou Negra?) Emma Frost, com a ajuda do Professor X, entrar na mente do vingador dourado, onde resgata Bob Reynolds de seu exílio mental e mostra a ele o que seu corpo andou fazendo ultimamente. A visão é chocante demais para o Sentinela, que voa para longe do planeta.
Mas mexer com um poder tão grande e incontrolável tem seu preço, e ao entrar na mente de Bob, Emma é contaminada pelo outro alterego de Bob, o Vácuo. Vácuo voa atrás do Sentinela, mas deixa um fragmento seu preso na mente de Emma; agora, ela é obrigada a ficar em sua forma de diamante, sob ameaça de, na forma normal, ter o Vácuo manipulando seus dons telepáticos.
Perto dali, as lutas continuam. Daken parece levar a melhor sobre X-23, mas é surpreendido por Fada e Armadura, que se unem a Laura para mostrar ao vilão um pouco do "poder feminino". Mas ainda há Ares, que sozinho pode enfrentar uma população inteira de mutantes! Quem poderá derrotá-lo?
Eu, o Chap... ops, texto errado, perdão. Quem vem é Danielle Moonstar, acompanhada por seus colegas Novos Mutantes. Mas Moonstar não vem despreparada; seu pacto com Hela (visto na edição anterior) devolveu à moça seus poderes de valquíria! E tem mais: ela não é uma valquíria qualquer, Hela lhe deu poderes especiais para matar deuses! E ainda um cavalo alado (que não muda grande coisa, mas é sempre legal)! Ares pode ser poderoso, mas contra uma valquíria matadora de deuses acompanhada por outros mutantes e um cavalo alado, as coisas ficam mais... equilibradas.
Osborn vê seus "heróis" caírem, um a um, mas ele ainda tem o líder dos X-Men à sua mercê. É quando Rocha Lunar (que ficou sumida o crossover inteiro, praticamente) aponta para seu chefe o verdadeiro trunfo de Scott: para vencer esta guerra, é necessário exterminar o exército inimigo – TODA a população de Utopia. Mas tem outro problema: Ciclope levou a mídia para a ilha, e cometer genocídio em rede nacional acabaria com a imagem pública que o Patriota de Ferro se esforçou tanto para cultivar... sem saída, Osborn aceita o xeque-mate e parte de Utopia: a guerra acabou, os mutantes venceram.
Venceram? Não é o que Norman declara em sua coletiva de imprensa (detalhe pra Mística ainda fingindo ser o Xavier - e ainda sem saber que ele não usa mais cadeira de rodas...), celebrando a mudança dos mutantes para uma ilha como forma de garantir que os “mutantes arruaceiros” não ameacem a população. Scott também faz sua coletiva, assegurando que Utopia é o lugar onde os mutantes poderão enfim viver livres da opressão daqueles que os perseguiram durante tanto tempo.
Mas ainda há muito a ser feito, e o líder da nova nação mutante precisa administrar os problemas da ilha, como a superlotação e a falta de capacidade de atendimento médico. Emma lembra Scott que, da última vez em que os mutantes resolveram morar numa ilha, as coisas não terminaram muito bem. Mas Ciclope acredita que desta vez é diferente: ele tem fé, a mesma fé que o levou a vencer Norman Osborn. E ele sabe que não é o único na ilha com esta fé.
Assim termina Utopia, o grande confronto entre os “Vingadores” e os X-Men. Considero que, apesar de ter problemas, a história cumpriu sua missão principal, a de divertir e entreter os leitores. Como a população mutante vai se virar neste novo êxodo, afastados do resto do mundo? Como ficará o Sentinela, sabendo de tudo que fez no controle do MARTELO? Emma, com um fragmento do Vácuo em sua mente? E Osborn, frente à sua primeira derrota pública? Continue lendo X-Men e Reinado Sombrio... e descubra!
Fernando Saker
(Ah sim, pra quem quiser saber por que eu não falei do diálogo entre Scott e Emma no começo da história, leiam amanhã o último artigo de Utopia!)
