quinta-feira, 28 de outubro de 2010

X-Men: A confissão

Segredo. Substantivo masculino. No dicionário: “Coisa que não deve ser sabida por outrem; Causas desconhecidas; O íntimo, o âmago”. O segredo é muito mais pesado que sua definição técnica, ele pode destruir quem o guarda e as pessoas ao seu redor. O que há de mais íntimo, de fato, que um segredo? Dentro de uma relação de confiança, não há como mantê-los ou ela se consumirá. Scott Summers e Emma Frost guardam muitos segredos atualmente, e eles estão acabando com o relacionamento, não só de casal, como de co-líderes dos X-Men, co-líderes de toda uma espécie. Henry MacCoy disse que ou eles resolviam aquilo que estava entre os dois, ou isso mataria a equipe. E é sobre isso que trata a história “A confissão”, na revista X-Men, edição 106.

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Ciclope tenta começar a conversa, mas Emma não quer ouvir, o que ela guarda é duro demais para partilhar. Depois de um tempo já sem saber o que de fato se passa com sua companheira (dormindo no sofá), o líder dos X-Men apenas fica sabendo que ela partiu, deixando um bilhete atormentador. Sem terminar nem mesmo de lê-lo, ele parte em busca dela, que não foi longe, pois não conseguiu partir sem deixar as coisas resolvidas e se encontra na porta. É hora, então, de finalmente encararem a verdade de cada um. Ambos afirmam que não são mais quem eram. Ele pede que ela entre em sua mente (estando na sala de perigo onde existem escudos psíquicos, afinal, não é para revelar para qualquer um), ela reluta, mas o faz.

Ele a leva ao local onde guarda os segredos em uma caixa preta em sua mente, como ensinado por Charles Xavier. Somente ele pode abrir a caixa, mas essa é sua intenção. Frost tenta o tempo todo contar sua parte subestimando os segredos do parceiro, mas, logo que ele abre, uma avalanche de realidade a toma conta. Neste momento somos imersos a casa página nos segredos de cada um dos personagens em formas de fragmentos em um recurso narrativo interessante de Craig Kyle e Chris Yost. A cada página se revezam os segredos de cada um dos dois líderes mutantes.

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Os de Scott Summers: Ter criado a X-Force, equipe sanguinária de Wolverine que faz o “trabalho sujo” dos X-Men desde que Cable sumiu no tempo com a bebê mutante. Ele sabia que era um feito sem volta e que teria sangue nas suas mãos e colocaria sangue nas mãos de seus alunos, e o fez mesmo assim. Eliminou (literalmente) inimigos antes que os causassem problemas. As missões do grupo cada vez mais aumentaram e saíram de controle. Alunos se machucaram, vidas ficaram em risco. Depois de tudo isso, Ciclope pensa em assuntos como genocídio, incabível ao seu eu anterior, que ele afirma não ser mais o mesmo. Ele diz que se não tivesse esta equipe secreta para realizar este tipo de missão, se todos os X-Men cometessem assassinato, o sonho morreria.

Mas, Emma Frost diz que o sonho morreu por sua culpa. Quando ela aceitou entrar no círculo interno da cabala de Norman Osborn. Ele não foi atrás de Magneto, Sinistro ou Shaw, foi atrás da rainha branca pois sabia que ela se encaixaria no grupo, e, segundo ela, estava certo. Ela sabia dos planos obscuros de Norman desde o começo e não os revelou ao companheiro, colocando a espécie mutante em risco. Não só, ela revela sobre suas traições com Tony Stark e Namor, que não o respeitam por causa disso e que as pessoas não o respeitam por isso. Não só. Ela conta que aterrorizou Laura, X-23, com suas próprias lembranças para tentar expulsá-la da equipe, que deixou Decompositor partir porque julgava que ele era um perigo aos demais, e que matou sua irmã. Ela dizia se importar com os alunos, mas afirma que ela os usa como desculpa para seus atos, para acreditar que é uma pessoa melhor do que de fato é, uma manipuladora.

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Um silêncio segue as declarações dos dois. Emma quer se desculpar, mas Scott apenas a interrompe dizendo “eu te amo”. Ela o indaga sobre ter entendido tudo o que ela acabou de contar, como pode amá-la? Ele diz que não se importa com Stark ou Namor (que aparentemente não são surpresa para ele), que qualquer um desses homens não a conhecem como ele, que ele não acredita que ela se juntou a Osborn só para ter um lugar na mesa, que estava fazendo aquilo para os salvar, como sempre fez. Que ela faz sim tudo por seus alunos, como sempre fez. Quem mudou sua conduta drasticamente foi ele, que traiu o que ele sempre foi. É a vez de Frost não aceitar as afirmações e massagear o ego do companheiro. Ele não ouse se comparar com Magneto ou Charles Xavier, ela está diante do verdadeiro salvador da espécie mutante, o único que os mantém vivos e os conduzirá ao futuro por atos concretos e não teorias.

Ela conta que o bilhete mal lido por ele dizia que ela partira para matar Osborn, pois não suportava a traição que cometera, que todo seu medo sempre foi perder Scott. Ele diz que confia absolutamente nela, com sua vida. Mas lembra: quando tudo isso vier a tona, eles serão escorraçados e mal vistos por todos. O casal concorda que não importa, que estão juntos nesta e em qualquer coisa. Chega de segredos. Resta saber se a “nova natureza” de Summers ou a “conduta de sempre” de Frost vão por tudo a perder novamente.

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Cammy

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