quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Geração Esperança: Jovens em processo de Cisma

Recentemente, os X-Men passaram pelo que talvez tenha sido sua maior crise interna. A crise, mostrada no evento O Cisma (relembre a história aqui e aqui), culminou na divisão da equipe, com parte seguindo Wolverine de volta a Westchester, parte ficando em Utopia com Ciclope. Ciclope e Wolverine foram os elementos centrais no cisma mutante, mas outra figura teve um papel importante: Idie Okonkwo, a Oya. Em Geração Esperança, vemos como Oya e os demais jovens mutantes encararam os acontecimentos que levaram a este momento fatídico dos X-Men.



Geração Esperança teve duas histórias (ambas publicadas em X-Men Extra 132) sobre O Cisma. A primeira se passa durante o ataque do Clube do Inferno ao Museu da História Mutante, no qual Idie matou vários lacaios do Clube. Aqui, podemos entender o que se passava na cabeça da jovem mutante para fazer o que fez: até então, Idie via os mutantes (inclusive ela mesma) como monstros que se opunham às criações de Deus e ameaçavam a humanidade; porém, no museu ela descobriu que não foram poucos os casos em que os humanos normais agiram de forma ainda mais monstruosa, construindo máquinas para genocídio mutante, assassinando crianças e adolescentes, obrigando mutantes a matarem outros mutantes. Na história original, ficava a impressão de que Oya matou os agentes do Clube por inexperiência; aqui, a jovem tem completa convicção do que queria fazer. O que não torna a experiência mais fácil para ela.



A segunda história se passa durante os preparativos de Ciclope para enfrentar o gigante sentinela enviado para destruir Utopia. Se a primeira história focou-se em Oya, a segunda traz os pontos de vista de toda a equipe de Esperança. O problema é que esses pontos de vista não estão exatamente em harmonia... Esperança acha que o melhor a fazer é ficar e lutar pelo seu espaço. Zero surpreendentemente concorda com sua líder, mas Transônica não: Laurie considera absurdo lutar por “uma pedra no mar”, e fica furiosa quando Esperança usa sua misteriosa influência de messias para impedi-la de levar Idie embora.



Ao ver sua líder apoiando que Idie (que tem só 14 anos) lute, Transônica perde a calma e dá o primeiro golpe; não demora para que toda a equipe esteja lutando entre si, e apenas quando Prodígio, Fada e os demais Jovens X-Men chegam ao local é que todos decidem combater o sentinela e resolver suas diferenças depois. Se ainda estiverem vivos depois.



As duas histórias, bastante resumidas acima, são um ótimo complemento para O Cisma. Uma coisa é olhar como dois combatentes experientes com opiniões diferentes veem uma ameaça, outra é olhar a mesma ameaça pelos olhos de jovens colocados na linha de frente como adultos. Kieron Gillen e Tim Seeley aproveitaram ainda para promover alguma integração entre o grupo de Esperança e os Jovens X-Men (era até estranho que jovens da mesma faixa etária continuassem isolados em dois grupos) e aumentar a revolta de Transônica e Zero em relação à messias mutante. O final de O Cisma já mostrou que o grupo sobreviveu à batalha contra o sentinela gigante; resta saber se o grupo sobreviverá às suas tensões internas ou se um novo cisma virá nas próximas edições.




Fernando Saker

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