Os
eventos do arco anterior, com o aparecimento de uma versão futura do Cifra e uma ameaça à realidade, ainda
repercutem na vida dos Novos Mutantes.
Será que o futuro foi mesmo alterado? Será que Doug se tornará um déspota? Será
que John Lennon realmente morreu? Essas perguntas são respondidas pela equipe
criativa formada pela dupla Dan Abnett
e Andy Lanning nos roteiros e Felix Ruiz na arte.
A
história começa pouco depois do final do arco anterior, com os Novos Mutantes
confraternizando em uma lanchonete a vitória sobre o Doug Ramsay do futuro. Todos
estão felizes, menos um apreensivo Doug. Ele ainda teme que possa vir a se tornar
o vilão que eles encontraram e derrotaram. Em uma tentativa de resolver esses
problemas, eles vão ao Instituto Jean
Grey para que ele seja examinado pelo Fera.
O Fera
não encontra nada demais no jovem mutante. No entanto, este começa a perceber
pequenas diferenças em como o mundo se apresenta e como ele deveria ser. Eles
notam a primeira grande diferença: para os X-Men, o Cisma nunca aconteceu.
Receoso
com o que isso indica, eles buscam a ajuda do Dr Estranho, mas acabam encontrando uma versão bêbada e decadente
do antigo Mago Supremo. Ele conta que a realidade está sendo reescrita a partir
do futuro. Concomitantemente, Cifra descobre que aquela realidade era um
conjunto de eventos isolados impossíveis de acontecer ao mesmo tempo, tais como
John Lennon estar vivo, Namor ter se casado com Susan Storm, etc...
Os Novos
Mutantes tentam pensar em alguma maneira de resolver o problema quando Doug é
atacado por versões zumbis tecnorgânicos dos Satânicos. Os demais Novos Mutantes partem para cima dos Satânicos
e, imediatamente, Dani Moonstar se
torna a Valquíria, já que ela estava
em presença de pessoas que deveriam estar mortas, mas não estão.
Eles
descobrem que o grande responsável por tudo era o Doug Ramsay do futuro. Dani Moonstar consegue libertar a alma de
diversos dos Satânicos, até que o Cifra do futuro a manda para o tempo em que
ele está. Ele tinha transformado a humanidade em escravos tecnorgânicos que
viviam no futuro e, agora, queria que Dani ficasse com ele.
Nisso,
tudo é revelado como um plano do Doug Ramsay do presente que passou anos agindo
no subconsciente de sua versão futura, arquitetando uma maneira de matá-lo no
futuro, para que o presente fosse reescrito ao que deveria ser. Para tanto, ele
precisava que Valquíria “libertasse a alma” dele com sua espada (maaaas.. em
tese, isso só deveria funcionar com os mortos e o Doug do futuro estava “vivo”...).
Então, tudo volta ao normal. Aqueles que morreram (Karma, Susan Richards,
Cleia) voltam à vida. Aqueles que estavam vivos sem que devessem (John Lennon,
Satânicos) voltam à morte.
No último capítulo do arco e da revista, há uma grande confraternização/churrasco em que todos os personagens que passaram na série são convidados: os deuses asgardianos, os mutantes do Institudo Jean Grey, a vizinha latveriana dos Novos Mutantes, o Doutor Estranho e vários outros. Até o Mefisto aparece rapidamente para levar mais um fora da Magma, que finalmente dá um beijo no Mancha Solar (depois de 50 edições!). Até o filho do Warlock, Tyro, que surgiu em Aniquilação: Conquista, aparece no churrasco e é apresentado aos Novos Mutantes.
A
história praticamente não encerra os plots dos personagens e nem mostra direção
alguma para nenhum deles. Magma beija Mancha Solar e fica nisso. Dani Moonstar recoloca
o Míssil como “melhores amigos para
sempre” e apenas diz que ela e Nate Grey
são pessoas complicadas. Até mesmo a ideia de eles agirem como uma equipe de “assuntos
inacabados” permaneceu.
Assim, de
maneira decepcionante e terminando sem querer terminar, encerrou-se o arco e o
run dos Novos Mutantes. As três primeiras edições pareceram mais uma enrolação
para que eles pudessem chegar logo à edição 50. Personagens morrem numa
tentativa de cliffhanger inútil porque a morte do personagem não muda em nada o
enredo. A Karma morreu no final da primeira edição e nem foi preciso dizer isso
no resumo porque ela SEQUER teve uma fala na edição inteira e nem faria falta
depois de qualquer jeito, porque toda a aventura se resumiu à Cifra e Dani
Moonstar.
A
participação dos Satânicos, apesar de várias tentativas de explicação, soou
gratuita. Apenas para justificar a bela capa dupla das edições 48 e 49. A
transformação da Dani Moonstar em Valquíria foi também uma grande conveniência
do roteiro para que ela pudesse salvar o dia sozinha, como aconteceu em 90% do
run da dupla DnA.
A última edição foi uma comemoração um tanto quanto chifrim dos acontecimentos do run da dupla DnA e que não serviu nem para nortear o que aconteceria com os personagens a partir de agora. Infelizmente, os Novos Mutantes encerram esta encarnação com um gosto amargo e, talvez, demore muito para que eles voltem a se unir como uma equipe novamente.
Na arte, Felix
Ruiz fez uma arte condizente com a história, ou seja, decepcionante e
totalmente decadente em comparação com o artista do arco anterior.
Esta história foi publicada originalmente nas edições norte-americanas New Mutants 47 a 50 e, aqui no Brasil, saiu em X-Men Extra 142 a 144.
Paulo Artur
Colaborador do site Marvel616
Esta história foi publicada originalmente nas edições norte-americanas New Mutants 47 a 50 e, aqui no Brasil, saiu em X-Men Extra 142 a 144.
Paulo Artur
Colaborador do site Marvel616