segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Fabulosa X-Force: Baladas, brigas e viagens temporais em LA

Após a conclusão das histórias escritas por Rick Remender para a Fabulosa X-Force, a série equipe mais controversa do núcleo mutante da Marvel havia terminado. Mas, com a chegada da fase conhecida como Nova Marvel, a editora decidiu que não só era necessário trazer a X-Force de volta, mas que uma única X-Force já não era suficiente. Sim, caros leitores, agora há duas séries com X-Force em seu título, ambas apresentadas na primeira nova edição de X-Men Extra. Aqui, vocês conferem como foi o começo de uma delas.



Roteirizada por Sam Humphries e ilustrada por Ron Garney, esta série leva exatamente o mesmo nome que a revista de Remender tinha: Fabulosa X-Force. Assim como a série anterior, esta também traz a ninja telepata Psylocke como protagonista (convenhamos, quem mais se destacava na série de Remender era ela). Mas as semelhanças acabam aí.

Vamos à história: após a conclusão da série anterior, Psylocke e Fantomex ficaram seis meses longe dos X-Men. Após esse tempo, Betsy voltou – sozinha e bastante agressiva. A postura da moça incomodou o diretor da Escola Jean Grey, Wolverine, que decidiu afastá-la do posto de docente. Porém, Logan ainda precisa que certos assuntos sejam resolvidos com discrição e, sabendo que um desses assuntos interessaria diretamente à moça, sugeriu que ela fosse a Los Angeles.



E para lá ela foi, acompanhada pela atual vice-diretora da escola, Tempestade. Ororo quis assegurar que sua amiga não perderia o controle, mas Psylocke observou que a própria Tempestade também não se encontra em seus melhores dias, após o divórcio com o Pantera Negra. No fim, as duas consideraram melhor deixar a conversa sobre seus problemas para outra hora e foram encontrar a fonte que informou Wolverine sobre uma nova droga de controle mental coletivo.

A fonte? Eugene Judd, o Pigmeu – ex-membro da Tropa Alfa e amigo de longa data de Wolverine. Enquanto esperava as duas X-Women, Pigmeu aproveitava para cantar as moças no bar, e depois tentou o mesmo com Psylocke (com respostas pouco educadas da parte dela). Ele então conduziu as duas para uma área escondida do local, onde funcionava uma pista de dança onde a droga era comercializada.



E Logan tinha razão, o assunto interessava diretamente para Betsy, porque a traficante era ninguém menos que Espiral, a mulher que por tantas vezes já a sequestrou, implantou olhos biônicos nela e depois realizou a famosa (ou infame) troca de corpos de Betsy. O sensato seria manter discrição até descobrirem onde a vilã guardava seu estoque da droga, mas a fúria falou mais alto em Psylocke: em pouco tempo, ela e Espiral já estavam saindo na porrada.

Incapazes de deter a amiga, Tempestade e Pigmeu optaram por procurar o local onde Espiral guardaria a droga, e encontraram. Para surpresa deles, dentro do local não havia comprimidos, pó nem nada do tipo, apenas uma menina presa. Para surpresa maior deles, a reação da menina não foi a de uma prisioneira, mas de alguém que realmente se preocupa com Espiral. Para preocupação de Psylocke, ela descobriu que a surra dada na vilã não resolvia o problema quando todos os clientes no local, sob efeito da “droga” – ou melhor, da telepatia da menina encontrada presa –, já tinham cercado ela e estavam prestes a atacá-la...



Eeeeeenquanto isso... em outra parte de Los Angeles, um homem se materializou do nada. Apesar de exausto, ele estava eufórico, e com razão: após um longo período preso em um futuro devastado, Lucas Bishop estava de volta...



Eeeeeenquanto isso... em Paris, Fantomex e Cluster realizavam um grande furto. Após escaparem de seus perseguidores com sucesso, a dedicada Cluster perguntou se servia para ser ladra. Fantomex respondeu que ela é perfeita... enquanto a beijava.



Bem, como deu pra ver, por ora há uma história principal e duas tramas paralelas. Ao contrário das encarnações anteriores da X-Force, também não há realmente uma equipe, apenas algumas pessoas que estavam no mesmo local no mesmo momento e outras, nas tramas paralelas, que podem vir a encontrá-las nas próximas edições. Até o momento, a história não é ruim, mas parece estranho ver Psylocke tão agressiva e frequentemente soltando palavrões (devidamente censurados, claro), Pigmeu assediando várias mulheres, Bishop aparentemente com seu olho e braço restaurados, e Fantomex beijando Cluster – vale lembrar, ambos são parte do Fantomex original, cada um levando um dos cérebros dele (o que isso faria desse beijo? Incesto? Masturbação?).

Seja como for, a arte de Garney torna a ação prazerosa de se ver na revista, e retrata bem os novos (e muito legais) uniformes dos personagens, todos elaborados pelo ilustrador Kris Anka. Vale observar que, nos Estados Unidos, essa foi a primeira aparição da Tempestade retomando o corte de cabelo moicano (já mostrada por aqui em outra série, também mostrada no Brasil em X-Men Extra 1).
*Errata: conforme apontado por nosso colega de redação Kinhu Heck, a revista Wolverine and the X-Men #24 (publicada no Brasil na revista Wolverine), que mostra Ororo aderindo ao novo corte de cabelo, foi lançada nos EUA na mesma semana que Uncanny X-Force #1. Obrigado pela correção!

Por ser a primeira edição, fica difícil dizer se as caracterizações comentadas acima foram erros do roteirista ou se Humphries apresentará uma justificativa para os personagens agirem como agiram. Esse é um dos desafios dele; o segundo é conseguir costurar as três tramas apresentadas aqui em uma só. O terceiro, e certamente mais difícil, é conseguir fazer sua série merecer o nome que tem, fazer jus ao trabalho apresentado antes por Rick Remender. Superar ou mesmo se igualar à obra de Remender será quase impossível, mas o roteirista precisa pelo menos fazer algo que promova uma leitura envolvente e interessante. Veremos nas próximas edições se ele estará à altura do desafio.

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