Com a liberação do
catálogo da Panini, fomos surpreendidos com a informação não só dos anúncios do mês de
Novembro, como também dos anúncios do mês de Dezembro. E antes de ler esses
anúncios das publicações da Marvel, a Panini Comics Brasil apresentou um texto
resumindo o que poderemos esperar do novo formato das revistas mensais a
partir do ano de 2021.
Sobre essas mudanças, vamos começar a falar que o título X-Men vai realmente
se tornar um título quinzenal, com o número de páginas passando a oscilar
entre 160 e 176 páginas, com capa cartonada e páginas em couchê brilhante, ao
invés das 112 páginas que vem sendo adotado até a edição 6, que sairá em
Dezembro. Esse aumento de páginas e a mudança de periodicidade do título será
para englobar todos os títulos mutantes, segundo a própria Panini Brasil,
nesse encadernado dessa nova fase sob o comando de Jonathan Hickman. X-Men já
vai se tornar quinzenal em Dezembro desse ano.
Vingadores, O Espetacular Homem-Aranha e Venom são os outros títulos que
passaram a se tornar encadernados com 96 páginas, também em papel couchê
brilhante e capa cartão. Em Vingadores e O Espetacular Homem-Aranha até o
momento seguirão mensais. Venom já se tornará bimestral, chegando nas bancas
em 2021 em Fevereiro, com a edição 21, que dará a conclusão ao arco Ilha Venom
e da minissérie Homem-Aranha Simbionte.
Passando agora para o catálogo propriamente dito com os anúncios de Novembro e
Dezembro, já destaquei acima sobre X-Men que em Novembro teremos a edição 5,
que trará as primeiras edições de X-Men, Carrascos e Excalibur. Em Dezembro,
já teremos as edições 6 (X-Force 1, Novos Mutantes 1 e Anjos Caídos 1) e,
quinze dias depois, 7 (X-Men 2, Carrascos 2, Excalibur 2, X-Force 2, Novos
Mutantes 2 e Anjos Caídos 2). O preço sugerido das edições é de R$24,90 cada.
Esse preço vem sendo adotado desde o primeiro encadernado com a nova fase do
Hickman.
A edição especial americana Incoming virá para o Brasil com o nome de Advento,
arco que explicamos
aqui no site, que prepara o terreno para o próximo arco da Marvel, que será Impéryo (isso
mesmo, Panini traduziu escrita assim mesmo), onde o encadernado Vingadores
abordará todos as edições ligadas ao evento. Mais pra frente darei minha
opinião sobre tudo isso. A revista terá capa cartonada, 96 páginas em couchê
brilhante com lombada quadrada. O preço sugerido é de R$17,90 e programado
para o mês de Novembro.
Jessica Jones: Filha Púrpura é uma continuação dos eventos que ocorreram na
edição especial Jessica Jones: Ponto Cego, que fiz
a resenha
sobre o material que veio para o Brasil. O material terá capa cartonada, 128
páginas em couchê brilhante e lombada quadrada. O preço sugerido é de R$28,90
e está programado para o mês de Novembro.
Para os fãs dos primórdios da Marvel Comics, a Panini trará agora em Novembro
o grande encadernado histórico Homem-Aranha: As Tiras (1977-1979) - Edição
Definitiva. Como o título diz, o material um compêndio de todas as tiras do
aracnídeo publicadas entre os anos de 1977 e 1979, contendo histórias
produzidas por Stan Lee e John Romita, o paizão. Esse material terá capa dura,
336 páginas em papel offset e lombada quadrada. O preço sugerido é de
R$149,90.
Não posso deixar de mencionar as edições Marvel Vintage, que são mencionados
três cadernos para o mês de Novembro, todos eles com capa dura e papel couchê
no miolo. Teremos Vingadores: Guerra Kree/ Skrull, 224 páginas a R$84,90;
Hulk: Futuro Imperfeito, com 152 páginas a R$57,90 e Soldado Invernal: O
Inverno Mais Longo, com 336 páginas a R$122,90.
Eu acredito que essa decisão da Panini com relação aos títulos regulares vai
dividir a opinião do público. Claro que ao passar pela postagem da Panini no
Facebook, aparentemente muita gente não gostou muito da decisão do encadernado
dos X-Men, tornando o preço mais inflacionado, mesmo que ainda significou em
uma redução drástica de número de edições nas bancas. E as desculpas de sempre
ainda é sobre que a Panini está melhorando o material apenas para inflacionar
os produtos e tornando os quadrinhos mais de elite. Alguns até propõem a volta
do formatinho em papel jornal como uma possibilidade de mais popularização dos
quadrinhos.
Particularmente, no começo com os X-Men, achei interessante, porque se fez uma
material gráfico com uma qualidade muito refinado e não ficou, no meu ponto de
vista, caro. Contudo, não é um tipo de coisa que muitas estão vendo com bons
olhos. É a velha questão que muitos levantam que eu resumo como "preferência
por um material físico que posso jogar fora depois, mas que eu possa pagar, do
que apenas ter um material que pode ser colecionável".
Mas uma coisa que eu realmente achei muito preocupante foi X-Men. Mesmo que a
fórmula tenha funcionado para lançar Dinastia X e Potências de X, e que
particularmente não curti tanto, é preocupante ver que o título será quinzenal
para poder abraçar todos os títulos que são publicados pela Marvel. Isso
limita consideravelmente o poder de escolha do público, uma vez que se o
leitor apenas quiser acompanhar um título, ele terá que pagar por um preço que
embarca outras que ele não tem interesse.
Muita gente esperava que a Panini Brasil fosse ampliar o catálogo, mesmo que
isso significasse entupir as bancas com dezenas de títulos da Marvel, além de
outras editoras que não podemos ignorar a existência delas. Sinceramente,
acredito que o problema sempre irá existir, uma vez que o nosso país ainda
trabalha com bancas e nem todas as bancas tem o trabalho de ter um cuidado
primoroso com quadrinhos. Em um cenário hipotético, se a Panini resolvesse
trazer de volta o formatinho, pessoas reclamariam porque haveria muito
material com grandes avarias, por serem mais frágeis e facilmente
descartáveis. Trabalhar com os títulos todos separados, sem nenhum mix,
haveria uma lotação de materiais nas bancas, que poderia a acarretar em
materiais danificados porque eles seriam muito mal alocados.
Sempre haverá reclamações, mesmo se a Panini resolver investir em lojas
especializadas em quadrinhos, as famosas comicshops. Claro que em nenhum
momento vou defender que é importante manter uma qualidade de quadrinhos mais
alta, ou que quadrinhos tem que espelhar a realidade social da grande maioria
então que seja ignorada a qualidade gráfica. Apesar que a Panini Comics ainda
tem o problema de revisão textual de seus títulos, até mesmo revisão de
arquivos para gráfica, como aconteceu com um material do Conan, que parte dele
foi impresso sem nenhuma tradução. Então, o que eu posso fazer é manter esses
questionamentos abertos a vocês, apresentando esses problemas.
Outro ponto é que, mesmo que eu diga que a ideia desses mixes possa ser
preocupante agora, eu vejo que mais pra frente ele se torna uma solução
interessante, como a publicação do arco Impéryo, que ficará concentrado todo
em um mix só, bem como o arco X de Espadas, que ficará apenas em X-Men mesmo
que saindo quinzenalmente. Esses dois exemplos, em matéria de valores, mostra
que fica mais em conta ler todo o arco assim do que se fosse ter que comprar
todos os títulos.
Particularmente, eu realmente tenho interesse agora em adquirir o que sair do
arco Impéryo e o arco X de Espadas, que a Panini Comics já sinalizou que
teremos ambos no próximo ano. Talvez eu também pegue alguma coisa do Quarteto
Fantástico desenhado pelo R.B. Silva. E você, caro leitor? O que você achou
dessas mudanças para o próximo ano? Vai te impactar muito? Não vai impactar
tanto? Vai também deixar de colecionar quadrinhos depois desse anúncio? Quer a
cabeça de todos da Panini Brasil numa bandeja?
Marcus Pedro