quarta-feira, 11 de junho de 2014

Fabulosa X-Force: Quem vai ficar com Ginny?

Em uma boate secreta no submundo de Los Angeles, Psylocke, Tempestade e Pigmeu enfrentam a vilã extradimensional Espiral. Em outra parte da cidade, o X-Man renegado Bishop retorna de um futuro devastado que ele mesmo causou. Na Europa, Fantomex e sua cara-metade (literalmente) Cluster vivem uma vida de crimes. Três histórias que começaram desconexas, mas agora começam a se ligar...



Tudo isso acontece no final do primeiro arco da nova Fabulosa X-Force, publicado nas edições 2, 3 e 4 de X-Men Extra. Vamos à história: para quem não lembra, Psylocke estava cercada por uma multidão de clubbers, manipulada psiquicamente por uma menina que parecia ser refém de espiral, pronta para agredi-la. O que parecia uma batalha perdida foi resolvido com Betsy controlando a mente de parte dos clubbers para se juntarem a ela na luta, até que o controle termina quando, após uma luta contra o Pigmeu, Espiral se teletransportou com a garota, chamada Ginny. Apesar da fuga perfeita das duas, elas foram localizadas pelo trio após Psylocke rastrear a assinatura psíquica de Ginny.

Um segundo round estava prestes a começar, até que uma explosão derruba todos. O responsável? Bishop. Mas sua fala, seu comportamento e seus poderes parecem diferentes do normal. Ele estava atrás da “garota que brilha como um anjo”, e nem com os três heróis somando forças com Espiral eles foram capazes de detê-lo. Após capturar Ginny, Bishop fugiu, deixando para trás uma desolada Espiral. Para a surpresa de Betsy, a vilã implorou por ajuda para recuperar a menina, jurando que tinha abandonado sua vida de crimes e só estava tentando sobreviver, fingindo que vendia drogas quando na verdade era o poder de Ginny que fazia os “dependentes” sentirem que pertenciam a um grupo.



O improvável quarteto conseguiu localizar Bishop e Ginny nos túneis dos metrôs da cidade, onde um combate feroz teve lugar. Após recuperar a garota, Espiral se teletransportou para longe, enquanto Psylocke atingiu Lucas com sua adaga psíquica. Mas o que viu na mente do ex-colega não foi bonito: uma mente confusa e emaranhada, no centro da qual um cervo estava enjaulado. Betsy percebeu que o animal era a essência de Bishop, o que deixava no ar uma dúvida: se aquele era ele, quem eram a coruja branca e o gigantesco urso que a atacaram?



Nesse meio tempo, entre um roubo fantástico e outro, Cluster perguntou a Fantomex se ele sentia falta de Psylocke. Ele disse que não, mas sua “irmã” (vale lembrar, os dois dividiam um mesmo corpo até os eventos da Fabulosa X-Force anterior) sabia que era mentira porque ela sentia falta. Os dois criminosos então decidiram sequestrar um avião para reencontrar sua amada (sim, os dois amam ela. E os dois se amam. A expressão “triângulo amoroso bizarro” nunca fez tanto sentido...).

A dupla rastreou o grupo de Betsy no momento em que ela, inconsciente, enfrentava as criaturas no plano psíquico. No plano físico, Bishop recuperou o rastro de Espiral e Ginny, enquanto Tempestade perseguia os três usando seus ventos para carregar Pigmeu e Psylocke consigo. A partir daí, uma sequência de lutas: Espiral contra Bishop (que a nocauteou), Bishop contra Ginny (batalha psíquica que terminou quando a coruja na mente do mutante se manifestou, agarrou a menina e sumiu), Pigmeu contra Bishop (com Eugene nocauteando Lucas com um soco), e Fantomex contra Arma XIII (o “cérebro mau” que dividia o mesmo corpo que Jean-Phillipe e Cluster, agora com um corpo próprio).



Psylocke torcia por uma quinta luta, envolvendo ela e Espiral, para se vingar de tudo que a feiticeira extradimensional já fez com ela (do implante de olhos biônicos ao controle mental, e principalmente a infame troca de corpos), mas Rita, perdendo a única pessoa que já a tratou como uma amiga, não tinha mais vontade de lutar. Apesar da rendição dela e da captura de Bishop, um problema muito maior surgiu: a coruja psíquica, agora controlando o corpo e a mente de Ginny, começou a controlar também outras pessoas. Ela veio de quatro mil anos no futuro... e suas intenções parecem perigosas.



O arco teve roteiro de Sam Humphries e arte de Ron Garney (no plano físico) e do sempre expressivo Adrian Alphona (no plano psíquico). Por ora, o segundo volume de Fabulosa X-Force não tem problemas com a arte, tem boas ideias, mas a execução delas tem sido um tanto confusa. Com a mistura das três histórias, a impressão que fica é que pouca atenção foi dedicada a cada uma, e que pouco realmente aconteceu. Algumas personalidades também estão estranhas, com Psylocke um tanto agressiva e mal humorada, Pigmeu sendo bastante inconveniente, e por aí vai.

Ao contrário do que muitos leitores dizem, e apesar das falhas indicadas, não acho que essa segunda Fabulosa X-Force seja ruim: os momentos de ação são empolgantes, os mistérios prendem a atenção, e a relação maternal de Espiral com Ginny surpreendentemente funciona bem. Mas Humphries precisa melhorar a narrativa para impedir que os leitores se percam com todo o caos acontecendo ao mesmo tempo. Se ele vai conseguir ou não, saberemos nos próximos arcos.

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