terça-feira, 15 de abril de 2008

Torre Negra: O ínício da vida de um garoto e de uma franquia!

Torre Negra: Nasce o Pistoleiro

Mais ou menos no meio do ano passado, foi divulgado em uma convenção de quadrinhos nacional que a Torre Negra chegaria finalmente no Brasil. Alguns leitores de HQ presentes na época podem não ter se dado conta da dimensão daquilo, mas o que estava por vir era a quadrinização da mais grandiosa obra do escritor de suspense Stephen King. E a primeira edição chegou às bancas – com um pouco de atraso – em fevereiro e suas primeiras páginas trazem o começo de tudo! Nelas, começa o teste de um menino que dará início a jornada de um homem.

As primeiras imagens sob as mãos de Jae Lee e Richard Isanove trazem exatamente a ambientação que o primeiro livro – Torre Negra : O Pistoleiro – monta. A aridez do deserto que deixa não só o personagem, mas o leitor perdido. A narrativa que Peter David tenta simular sob a orientação do especialista nos livros, Robin Furth, é igualmente fugaz, quase sempre simbólica. “O homem de preto fugia pelo deserto... e o Pistoleiro ia atrás” é tudo que precisamos saber.

Torre Negra: Nasce o Pistoleiro

Não é uma leitura fácil, tenho que concordar. Com o tempo, no livro, é que vamos nos familiarizar com o que é de fato o Mundo Médio, o lugar por onde o personagem Roland Deschain traça seu caminho num lugar que seguiu adiante. Não é nosso mundo, mas o mundo deles, que em certos momentos é bem similar ao nosso... paralelo, seria a melhor colocação. Os termos são estranhos a nós, mas não plenamente incoerentes. E daí vem as cidades decrépitas, mutantes... e Jake Chambers. Mas esse caminho do Pistoleiro é algo que deve ser deixado para o livro...

Para nós, apenas um trecho é importante, o trecho do passado que fala da ascenção do garoto a homem, do aprendiz de armas a Pistoleiro. Afinal, a idéia desta quadrinização oficial é falar do Nascimento, das primeiras histórias. E junto com as memórias de Roland voltamos ao tempo em que ele era um jovem ao lado dos seus companheiros Alan Johns e Cuthbert Allgoods treinando o uso de falcões.

O professor é Court, que segue fielmente nos quadrinhos a descrição corpulenta e rabugenta narrada por King. E nas palavras dele, vemos um dos ensinamentos mais marcantes para aprendizes. “Não mirem com a mão. Aquele que mira com a mão esqueceu o rosto do próprio pai. Mirem com o olho” ele diz “Não atirem com a mão. Aquele que atira com a mão esqueceu o rosto do próprio pai. Atirem com a mente. Não matem com a arma. Aquele que mata com a arma esqueceu o rosto do próprio pai. Matem com o coração”.

Torre Negra: Nasce o Pistoleiro

Os ensinamentos aos jovens são motivados pela honra aos seus antecessores e é por isso que Roland Deschain decide mudar sua vida. Ao descobrir que sua mãe trai o seu pai com o feiticeiro do reino – Marten Broadcloak – o garoto deseja antecipar seu teste como Pistoleiro para assim ter acesso a armas e matar o verme.

Em fúria, ele bate a porta de Court e o desafia a luta. Se ganhar, será o Pistoleiro mais novo de Gilead. Se perder, vira exilado para sempre. É um risco que o garoto aceitou correr, um risco que até mesmo Marten previa e incitou para se livrar do jovem.

E uma das cenas mais vibrantes do primeiro livro é desenhada com maestria por Jae Lee. Roland escolhe o seu falcão David como arma. E ali o destino traçou seu caminho, ou melhor dizendo, a roda do Ka se moveu. Ao custo de um olho e orelha perdidos de seu professor derrotado e da morte de seu falcão, nasceu Roland Deschain como novo pistoleiro.

Portando as chaves do arsenal da cidade, Roland toma posse de suas armas, as grandes companheiras dos homens nobres como seu pai. Seu falcão é enterrado e, seguindo o ensinamento do professor, Roland prefere não agir pela raiva do momento e pondera sobre a morte do traidor Marten. A noite acaba com o jovem na cama de uma prostituta e surpreendido por um visitante inesperado. Aqui ocorre a transição entre o primeiro e segundo capitulo desta minissérie.

Torre Negra: Nasce o Pistoleiro

O homem é Steve Deschain, seu pai e autoridade em Gilead. Ao que parece, Steve acabou descobrindo a façanha do filho e não parece nada satisfeito com o que aconteceu. “Esqueceu o rosto de seu pai” acusa o velho pistoleiro. O garoto, no entanto, não aceita a acusação gratuita e revela a traição da mãe. E esse ato, ao que parece, não era mais segredo a Steve.

O Pistoleiro percebe as verdadeiras intenções que moveram o filho e levaram aquela estupidez e decide agora se aproveitar da situação entregando-lhe uma missão. Ele irá para Leste ao invés de Oeste, e não irá sozinho.

Nas próximas páginas, o destino de Marten é traçado. Suas associações obscuras são reveladas numa conversa com o Rei Rubro, presente na série de livros da Torre Negra e também em “Insônia” do mesmo autor. Ambos personagens são detentores de vários nomes e capazes de vestir várias faces sendo sempre facilmente relacionado com demônios.

Torre Negra: Nasce o Pistoleiro

Detentor de seis de treze globos que se particularizam por diferentes cores, o Rei Rubro recebe as notícias sobre o destino do globo rosa e o retorno prematuro de Steve a Gilead. Contudo, a terceira informação é recebida com muito desgosto pelo Rei Rubro - a falha em seu plano para se livrar de Roland. Segundo ele, Roland deve ser destruído para que a profecia não se cumpra.

As ordens do Rei, no entanto, devem ser deixadas para trás no momento, já que soldados a mando de Steven batem a porta do mago com um mandato de prisão. Esse é um incômodo que com um gesto ele consegue se livrar, transformando aquele destacamento em meros vira-latas. Contudo, o tempo do mago em Gilead chegou ao fim. Com um giz, ele traça sua saída, usando velha magia.

Esse também é o tempo de saída de Roland. Seu pai, junto com os pais de Cuthbert e Alain, entregam a missão ao trio de garotos. Infiltrados como meros vaqueiros, os três devem comprar cavalos para a Afiliação e junto a isso averiguar a fidelidade do povo de Hambry. Junto a isso, baseado em rumores, os garotos devem procurar saber se um dos globos de Merlim, a Toranja, encontra-se por lá.

Torre Negra: Nasce o Pistoleiro

Assim, Roland parte com seus companheiros, deixando Gilead para trás e sem se despedir de sua mãe. E esse é o seu primeiro Ka-tet, termo mais que remoído no livro e que pela primeira vez o leitor de quadrinhos toma em mãos. O Ka-tet é composto por aqueles que são unidos pelo destino, no caso, o Ka. Esses, juntos, trilharam a estrada como um só até que seus objetivos em comum cheguem a um fim. Ou, caso morram. Os detalhes sobre essa formação dos três jovens é esmiuçada com muito mais detalhes no volume IV, a Torre Negra: Mago e Vidro.

O caminho lhes trazem novidades nunca antes vistas para quem ficava protegido pelas boas terras de Gilead e um informante acaba revelando problemas – Pat Delgado, o contato deles em Hambry, foi morto e os ardilosos Caçadores do Grande Caixão são agora os novos homens da lei na cidade.

Os caçadores do Grande Caixão, na verdade, são também homens a serviço de Marten. Foi a eles que o mago entregou o globo rosa e a missão daquele trio foi levar aquela preciosidade em segurança para a bruxa Rhea.

Torre Negra: Nasce o Pistoleiro

A velha mal podia esperar para ver as propriedades daquele globo e logo de cara tem a visão da chegada dos três jovens pistoleiros em sua cidade. Ela sequer tem tempo para tentar interpretar aquilo que vê, pois em sua casa está a filha do falecido Pat Delgado, Susan. A jovem está ali para que sua virgindade seja “testada” e assim possa ser a nova mulher do Prefeito. Mas Rhea parece reservar algo mais a menina e usa sua magia para enfeitiçá-la no final para um fim ainda desconhecido ao leitor.

Torre Negra: Nasce o Pistoleiro

Susan parte esbaforida dali. Aos prantos, sofrendo pela morte prematura de seu pai, ela reclama pela humilhação que sofre hoje por se sujeitar a se tornar uma amante de um velho. Ela clama por ajuda e proteção. E ela aparece montada num belo cavalo.

A história em quadrinhos acaba momentaneamente por aí, mas para o fã da saga há algo mais. As últimas cinco páginas da revistas contam com um texto de Robin Furth sobre a natureza dos feixes que levam a torre negra. E inclui um mapa belíssimo do Baronato de Nova Canaã.

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