quinta-feira, 31 de julho de 2008

Justiceiro: o Ódio e o Símbolo


Punisher: War Journal #9

Inspirado pelo recém falecido Capitão América, e cheio de raiva pelo Monge do Ódio, um racista que comanda um exército que vem praticando limpeza racial na fronteira entre EUA e México, o Justiceiro procura se infiltrar entre os inimigos, para derrubá-los a partir de dentro. Mas algumas coisas acabam saindo bem erradas, quando ele aparentemente busca substituir Steve Rogers como o Capitão América.

Em Marvel Action 18, o novo companheiro de Frank Castle, Stuart Clarke, faz todo levantamento de informações necessário, constatando que muita da pobreza que se vê do lado mexicano da fronteira é fruto de um sistema econômico imposto pelo NAFTA, um “acordo” em vigor desde meados dos anos 90. Dessa forma, aumentam cada vez mais as tentativas de travessia clandestina para os EUA. Tais fatos acabam atiçando reacionários fascistóides como o Monge do Ódio e seu grupo, que acreditam na idéia de um povo, ou raça, puros. O projeto do governo americano, de construir um muro separando os dois países, além de estapafúrdio, só intensifica a força dos racistas.

Justiceiro: Diário de Guerra

Enquanto isso, Tatiana Arocha, a fotógrafa que presenciou o mais recente massacre de mexicanos, divulgando as fotos que chamaram atenção do Justiceiro, tira informações do xerife local, que deixa a entender que todos ali têm rabo preso com essa reação extremista aos imigrantes ilegais. Ao mesmo tempo, Castle, paramentado como um “típico” racista (tatuagens com a suástica, cruz de ferro, e outros elementos nazistas), consegue se infiltrar no grupo do Monge do Ódio, através de um homem chamado Tanque.

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Tati, que foi procurar Carla, a telefonista que recebeu a ligação que facilitou a ação do grupo racista, acaba surpreendida ao chegar em seu trailer e encontrá-la assassinada, com um tiro na cabeça. Desesperada, fazendo a óbvia conexão entre o assassinato e o ocorrido, corre para casa, onde, momentos depois chega Clarke. Para nossa surpresa, depois de reconhecê-lo, ela lhe dá um “beijo de cinema”. Os dois foram namorados.

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Mais tarde, Frank passa pela “iniciação” do grupo do Monge do Ódio, sendo bem sucedido com louvor, para espanto dos veteranos, que imaginavam que ele fosse fugir da raia. Já o líder, travestido com a roupa branca que lembra o Capitão América, parece bem satisfeito com a nova aquisição.

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Usando mais o recurso dos flashbacks, o roteirista Matt Fraction adianta a história no tempo, quando Frank já foi desmascarado e está prestes a ser assassinado pela Força Nacional, logo após um discurso do Monge do Ódio, que fala de um futro “branco, cristão e puro”. Castle, porém, rechaça todo aquele racismo e afirma que aqueles “nazistas retardados” sofreriam em suas mãos. Nas mãos do Capitão América!! A falta petulância de Frank irrita o Monge do Ódio, que decide espanca-lo até a morte.

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Voltando novamente no tempo, acompanhamos G.W. Bridge, que aparentemente é escorraçado da SHIELD pelo próprio diretor Stark, por causa do fiasco de Times Square. Mas isso tudo é uma cortina de fumaça para que Bridge, desvinculado da instituição, possa caçar o Justiceiro sem responder a nenhum escrúpulo cobrado pela opinião pública.

Voltando de sua iniciação, Frank conhece Tati, mas não tem tempo para apresentações formais. Ele quer que Clarke o ajude a se preparar, pois a Força Nacional já prepara outro ataque. E é aí que, o que parece um delírio de Castle, começa a fazer sentido. Se o Monge do Ódio subverteu o símbolo do Capitão América para seus propósitos, esse é um jogo do qual outros também podem participar.

Travestido com sua roupa que funde os símbolos do Capitão América e do Justiceiro, Castle pretende derrubar alguém que o próprio Steve Rogers odiaria mais do que ele. E quer usar seu símbolo para que isso fique marcado como uma homenagem ao herói tombado, e também como ferramenta para facilitar sua vitória. Frank Castle não acha que é o Capitão América, mas que pode usar seu símbolo para fazer justiça.

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Os três partem, mas, como falei, as coisas não correm como planejado. No meio do caminho da infiltração definitiva na Força Nacional, Clarke e Tati acabam pegos por Tanque, depois de ficar mais do que claro o quanto as autoridades locais estão ligadas ao grupo, já que recebem ajuda do xerife para a ação. Clarke, porém, consegue fugir, deixando a fotógrafa à mercê dos nazistas.

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Mais uma vez a história se adianta e, depois de uma surra, o Justiceiro parece prestes a tombar com uma arma nazista e com gritos de “Heil Hitler” ao fundo, quando um ponto vermelho de mira no peito do Monge do Ódio indica que a situação pode, novamente, mudar. Frank ri, pois, ao mesmo tempo em que os nazistas parecem desorientados com os misteriosos tiros que os derrubam um a um, ele sabe muito bem o que aquilo significa.

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A explicação está na noite anterior, que vemos em Marvel Action 19. Vendado, Frank foi levado às incrivelmente modernas instalações da Força Nacional, na qual, além de muito armamento e organização administrativa invejáveis, existe um emissor de radiação que desperta um comportamento agressivo nas pessoas. Eles estavam pensando em muito mais do que ataques localizados e esparsos. Exposto a esses raios, e martelado pelo discurso fascista, ultranacionalista, xenófobo e hipócrita do Monge do Ódio, Castle tem sua última prova: matar a capturada Tati. Confuso, sem pensar direito, sob gritos raivosos de dezenas de nazistas, ele faz o inimaginável, assassinando a fotógrafa.

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Desesperado, sem saber que as coisas estavam piores do que imaginava, Clarke contata a única pessoa que tinha certeza que viria prontamente: Bridge. Atualizado sobre a situação pelo assustado cientista, o velho agente parece pronto para agir.

No deserto do Arizona, Frank finalmente recobra os sentidos, coloca a sua “nova roupa”, e se sente mais pronto para punir a Força Nacional do que nunca. Porém, mesmo derrubando muitos, ele acaba aprisionado, como sabemos desde o início do arco.

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Novamente a história volta ao presente, quando Bridge surge como o homem que atirara nos agentes nazistas. Com mais um comentário racista do Monge do Ódio, já que Bridge é negro (imagine se o cara soubesse que também é muçulmano), o velho agente da SHIELD deixa claro o que foi fazer ali: prender Frank Castle custe o que custar, deixando bem claro que, se necessário, na próxima e última parte dessa história, ele matará a todos ali para cumprir sua missão.

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