sexta-feira, 12 de janeiro de 2018

O Indigno Thor: Em busca de um outro Mjolnir

Encabeçando a revista desde os acontecimentos do pecado original, a Poderosa Thor tem sido uma mudança de status quo digna pras histórias. Bem recebida pela maior parte do público, a heróina mostrou seu valor e capacidade de tomar o lugar de seu antecessor, agora considerado indigno. Contudo, os fãs do Deus do Trovão ainda queriam saber mais do caído Odinson e eis que a minissérie em cinco partes do Indigno Thor que é publicada aqui no Brasil desde agosto vem para suprir essa demanda.



Jason Aaron se junta vez com um veterano do Deus do Trovão, o desenhista Olivier Coipiel. Trazendo de volta seu traço marcante, o desenhista está dessa vez tendo que trabalhar com um Thor com muito menos encanto e beleza. Odison é um décimo do que já foi, entregue a lamentar a perda de seu martelo e a realizar missões brandas a pedido da SHIELD. A última delas o colocou na Lua contra Trolls renegados e seu líder Ulik. Acompanhado de um de seus bodes de estimação, o  Tanngnost, e seu machado de guerra Jarnborn, ele deu conta dos monstregos, mas não conseguiu impedí-los de fugir. Sem o Martelo mágico, Thor não podia mais voar sozinho.

A Lua trazia memórias tristes para Thor. Foi na órbita dela que Nick Fury sussurrou em seu ouvido e ele perdeu sua indignidade. O Mjolnir caiu na superfície lunar até chamar outro detentor merecedor. E assim, Thor passou a ser conhecido apenas como Odinson e não parava de se penalizar por cair em desgraça. Curiosamente, é naquela visita a lua que  o antigo Thor encontra o Não-Visto (que é o Nick Fury amaldiçoado, mas que o Deus não sabia). A entidade solitária fala então de outro Martelo e isso atiça de novo a alma de Odinson.



Pela dica do Não-Visto, o tal outro Mjolnir vindo de outra dimensão só poderia ter caído nas ruínas da velha Asgard e rumou velozmente para lá em seu bode. Contudo, ao chegar no local só deparou-se com um espaço vazio e a chegada de seu velho amigo, Bill Raio Beta. O Alien contou que Asgard foi roubada e ofereceu ajuda ao amigo, ofertando o martelo Rompe-Tormentas para substituir Mjolnir. De pronto, Thor negou, mas aceitou a ajuda do amigo pra desvendar o mistério do sequestro de todo o seu reino natal.



A primeira pista do roubo veio na sequência, com um ataque de espaçonaves misteriosas aos dois heróis. Bill e Thor destroçaram os atacantes facilmente e logo descobriram que a gigantesca espaçonave do ladrão de Asgard estava por perto. Só que quando entrou na titânica espaçonave, Thor, Bill e Tanngnost foram surpreendidos por uma bomba de proporções dimensionais que derrubou a todos (e deu a Thor os piores pesadelos de sua vida).

Quando despertou, Thor finalmente descobriu quem era seu raptor, o ancião do universo chamado Colecionador e aquela sua nave era apenas um dos grandes museus sem fim de Tivan. O Colecionador revelou então que seus planos de roubar Asgard eram devido a levar o lugar onde o novo Mjolnir repousava já que nem ele, um ancião, dá conta do Martelo. Thor fica absorvido quando ver a arma repousada ali sozinho, como se o chama-se. É o Martelo do falecido Thor: Ultimate, que aqui é tão voraz que simplesmente ataca com uma rajada de raios indignos que põem a mão nele. Nem Tivan consegue encostá-lo sem levar um coice para trás.

Com Thor preso ali, o Colecionador queria que ele lhe ensinasse o "truque" para erguer o Mjolnir, mas não é algo tão simples e Odinson recusa a se explicar. Ao chantagear uma criança inocente pela troca da informação, thor começa a ter acesso ao poder da tempestade do Martelo sem mesmo encostar nele. Quando está a um passo de por a mão no cabo, ele é alvejado e volta pra tela. Nas celas, Thor vota a reencontrar não só  Tanngnost como também o antigo cachorrinho filho do Lobo de Hel que era de Loki (agora crescido) chamdo Thori. O cão que só tem bravatas e é impaciente decide que voltará a ajudar Odinson se  também conquistar sua liberdade.



E eis que outros interessados no poder do Martelo começam a entrar nessa história. Thanos convoca suas aliadas Próxima Meia-Noite e Cisne Negro juntamente com uma misteriosa figura encapuzada e cheia de magia para a missão. E assim elas invadem a Nave do Colecionador.

Mais adiante, Bill Raio Beta solta Thor e quando ambos vão em busca do novo Mjolnir, Odinson se descontrola e ataca o velho amigo Korbinita. Quando vê o Rompe-Tormenta dessa vez, Odinson está diferente, menos parecido com o personagem que conhecemos. Contudo, antes de tomar a arma do amigo, ele é atacado pela Nova Ordem Negra do Thanos. Elas perceberam logo que aquele que não era o Martelo mágico que procuravam e se teletransportaram pra outro lugar da nave. Foram parar nos aposentos onde toda a Asgard estava e se deparam com o Colecionador e seus encarregados prepararos para proteger a peça.

Depois que libertou os companheiros animais e deu um trato no antigo cabelo ensebado, o Deus do Trovão rumou pra outra ala e se meteu  na confusão entre o Tivan e as forças de Thanos. Eram forças de três lados se batendo pelo mesmo objetivo e em meio as cenas lindíssimas de batalha feitas por Coipel, temos algumas páginas de flashback do herói relembrando tempos antigos com Mjolnir desdenhadas por Kim Jacinto, Frazer Irving, Esad Ribic e Russell Dauterman. No meio da briga, por muitas vezes os outros tentaram pegar o novo Mjolnir, só que era em vão. E quanto mais Odinson se aproximava, mais energias pareciam crepitar da nova arma do nosso universo.


Quando sua mão estava quase sobre a arma, Odinson relembra seus tempos aúreos e decide que ainda não é a hora, aquele não é seu Mjolnir. Mesmo sem pegá-lo, o relampago aparece ainda mais forte nele e assim ele usa a energia para derrotar e expulsar todos os demais. Thori, que abandonou a briga após reconhecer a pessoa encapuzada da Ordem Negra, foi libertar o restante dos animais presos ali no Museu do Colecionador. Em seguida, usou seu poder pra teleportar toda a Asgard pra longe dali e colocá-la num lugar em segredo. O Colecionador e Thanos não aceitaram de bom grado a derrota. Contudo, ao que cabe ao Titã Louco, ele parece que ganhou uma grande aliada com Hela, que se revelou sendo a figura encapuzada e destinada a ser fiel a Thanos caso ele ajudasse ela a recuperar Hel. A aliança é selada aqui com um beijo.

Em um lugar desconhecido no universo, as ruínas de Asgard viraram uma espécie de santuário para os animais agora livres do museu do Colecionador e também do inlevantável Martelo Ultimate. Thor aproveitou o fim da aventura pra revelar finalemente o que Nick Fury sussurou em seu ouvido. Foi uma afirmação convicta de que "Gorr tinha razão" e com isso ele passou a duvidar da dádiva e necessidade da existência dos Deuses. Sem fé em si, sem Deus do Trovão.



O Mjolnir Ultimate ficaria ali pra todo o sempre até algum outro ser chamado assim como Thor foi um dia. E assim, dias terráqueos depois, vemos uma volumosa sombra surgindo na velha Asgard e tomando o Martelo. Aquele lá, certamente, não se tornou apenas Thor, mas sim um Thor de Guerra".

História sem complicações, bem desenhada e cheia de momentos instigantes. É tudo que gostamos de ver num bom trabalho de James Aaron. A única critica que tenho é com a confusão da edição 4, que a história parece emperrar no meio de um monte de flashbacks e não anda. Para quem acompanhou as notícias lá fora sabe que Olivier Coipel quase abandona a revista depois do número 3 por problemas pessoais e nitidamente dá pra ver aqui que Jason Aaron teve que mexer os pauzinhos para reestruturar melhor a história para não termos uma troca tão abrupta assim da arte.

A minissérie terminou então na edição de dezembro lançada pela Panini, mas ainda veremos mais do machado Ultimate por aí. Engloba aqui Thor #7 a #11.

Coveiro

comments powered by Disqus