Encabeçando a revista desde os acontecimentos do pecado original, a Poderosa Thor tem sido uma mudança de status quo digna pras histórias. Bem recebida pela maior parte do público, a heróina mostrou seu valor e capacidade de tomar o lugar de seu antecessor, agora considerado indigno. Contudo, os fãs do Deus do Trovão ainda queriam saber mais do caído Odinson e eis que a minissérie em cinco partes do Indigno Thor que é publicada aqui no Brasil desde agosto vem para suprir essa demanda.
Jason Aaron se junta vez com um veterano do Deus do Trovão, o desenhista Olivier Coipiel. Trazendo de volta seu traço marcante, o desenhista está dessa vez tendo que trabalhar com um Thor com muito menos encanto e beleza. Odison é um décimo do que já foi, entregue a lamentar a perda de seu martelo e a realizar missões brandas a pedido da SHIELD. A última delas o colocou na Lua contra Trolls renegados e seu líder Ulik. Acompanhado de um de seus bodes de estimação, o Tanngnost, e seu machado de guerra Jarnborn, ele deu conta dos monstregos, mas não conseguiu impedí-los de fugir. Sem o Martelo mágico, Thor não podia mais voar sozinho.
A Lua trazia memórias tristes para Thor. Foi na órbita dela que Nick Fury sussurrou em seu ouvido e ele perdeu sua indignidade. O Mjolnir caiu na superfície lunar até chamar outro detentor merecedor. E assim, Thor passou a ser conhecido apenas como Odinson e não parava de se penalizar por cair em desgraça. Curiosamente, é naquela visita a lua que o antigo Thor encontra o Não-Visto (que é o Nick Fury amaldiçoado, mas que o Deus não sabia). A entidade solitária fala então de outro Martelo e isso atiça de novo a alma de Odinson.
Pela dica do Não-Visto, o tal outro Mjolnir vindo de outra dimensão só poderia ter caído nas ruínas da velha Asgard e rumou velozmente para lá em seu bode. Contudo, ao chegar no local só deparou-se com um espaço vazio e a chegada de seu velho amigo, Bill Raio Beta. O Alien contou que Asgard foi roubada e ofereceu ajuda ao amigo, ofertando o martelo Rompe-Tormentas para substituir Mjolnir. De pronto, Thor negou, mas aceitou a ajuda do amigo pra desvendar o mistério do sequestro de todo o seu reino natal.
A primeira pista do roubo veio na sequência, com um ataque de espaçonaves misteriosas aos dois heróis. Bill e Thor destroçaram os atacantes facilmente e logo descobriram que a gigantesca espaçonave do ladrão de Asgard estava por perto. Só que quando entrou na titânica espaçonave, Thor, Bill e Tanngnost foram surpreendidos por uma bomba de proporções dimensionais que derrubou a todos (e deu a Thor os piores pesadelos de sua vida).
Quando despertou, Thor finalmente descobriu quem era seu raptor, o ancião do universo chamado Colecionador e aquela sua nave era apenas um dos grandes museus sem fim de Tivan. O Colecionador revelou então que seus planos de roubar Asgard eram devido a levar o lugar onde o novo Mjolnir repousava já que nem ele, um ancião, dá conta do Martelo. Thor fica absorvido quando ver a arma repousada ali sozinho, como se o chama-se. É o Martelo do falecido Thor: Ultimate, que aqui é tão voraz que simplesmente ataca com uma rajada de raios indignos que põem a mão nele. Nem Tivan consegue encostá-lo sem levar um coice para trás.
Com Thor preso ali, o Colecionador queria que ele lhe ensinasse o "truque" para erguer o Mjolnir, mas não é algo tão simples e Odinson recusa a se explicar. Ao chantagear uma criança inocente pela troca da informação, thor começa a ter acesso ao poder da tempestade do Martelo sem mesmo encostar nele. Quando está a um passo de por a mão no cabo, ele é alvejado e volta pra tela. Nas celas, Thor vota a reencontrar não só Tanngnost como também o antigo cachorrinho filho do Lobo de Hel que era de Loki (agora crescido) chamdo Thori. O cão que só tem bravatas e é impaciente decide que voltará a ajudar Odinson se também conquistar sua liberdade.
E eis que outros interessados no poder do Martelo começam a entrar nessa história. Thanos convoca suas aliadas Próxima Meia-Noite e Cisne Negro juntamente com uma misteriosa figura encapuzada e cheia de magia para a missão. E assim elas invadem a Nave do Colecionador.
Mais adiante, Bill Raio Beta solta Thor e quando ambos vão em busca do novo Mjolnir, Odinson se descontrola e ataca o velho amigo Korbinita. Quando vê o Rompe-Tormenta dessa vez, Odinson está diferente, menos parecido com o personagem que conhecemos. Contudo, antes de tomar a arma do amigo, ele é atacado pela Nova Ordem Negra do Thanos. Elas perceberam logo que aquele que não era o Martelo mágico que procuravam e se teletransportaram pra outro lugar da nave. Foram parar nos aposentos onde toda a Asgard estava e se deparam com o Colecionador e seus encarregados prepararos para proteger a peça.
Depois que libertou os companheiros animais e deu um trato no antigo cabelo ensebado, o Deus do Trovão rumou pra outra ala e se meteu na confusão entre o Tivan e as forças de Thanos. Eram forças de três lados se batendo pelo mesmo objetivo e em meio as cenas lindíssimas de batalha feitas por Coipel, temos algumas páginas de flashback do herói relembrando tempos antigos com Mjolnir desdenhadas por Kim Jacinto, Frazer Irving, Esad Ribic e Russell Dauterman. No meio da briga, por muitas vezes os outros tentaram pegar o novo Mjolnir, só que era em vão. E quanto mais Odinson se aproximava, mais energias pareciam crepitar da nova arma do nosso universo.
Em um lugar desconhecido no universo, as ruínas de Asgard viraram uma espécie de santuário para os animais agora livres do museu do Colecionador e também do inlevantável Martelo Ultimate. Thor aproveitou o fim da aventura pra revelar finalemente o que Nick Fury sussurou em seu ouvido. Foi uma afirmação convicta de que "Gorr tinha razão" e com isso ele passou a duvidar da dádiva e necessidade da existência dos Deuses. Sem fé em si, sem Deus do Trovão.
O Mjolnir Ultimate ficaria ali pra todo o sempre até algum outro ser chamado assim como Thor foi um dia. E assim, dias terráqueos depois, vemos uma volumosa sombra surgindo na velha Asgard e tomando o Martelo. Aquele lá, certamente, não se tornou apenas Thor, mas sim um Thor de Guerra".
História sem complicações, bem desenhada e cheia de momentos instigantes. É tudo que gostamos de ver num bom trabalho de James Aaron. A única critica que tenho é com a confusão da edição 4, que a história parece emperrar no meio de um monte de flashbacks e não anda. Para quem acompanhou as notícias lá fora sabe que Olivier Coipel quase abandona a revista depois do número 3 por problemas pessoais e nitidamente dá pra ver aqui que Jason Aaron teve que mexer os pauzinhos para reestruturar melhor a história para não termos uma troca tão abrupta assim da arte.
A minissérie terminou então na edição de dezembro lançada pela Panini, mas ainda veremos mais do machado Ultimate por aí. Engloba aqui Thor #7 a #11.
Coveiro