quarta-feira, 19 de julho de 2023

Três roteiristas de séries da Marvel relatam problemas de pagamento ao apoiar a greve

 


O WGA e o SAG-AFTRA estão em greve conjunta pela primeira vez desde 1960, e atualmente não há fim à vista. Os escritores, em particular, querem mudar a própria fundação de Hollywood em um esforço para garantir que os estúdios paguem o que eles merecem. Parte do problema está nos pagamentos "resíduais" nos serviços de streamings. O trabalho em streaming mudou muito as coisas, e os resíduos diminuíram de milhares de dólares para meros centavos. Empresas como Netflix e Disney + não revelam números de audiência, o que significa que os escritores não têm a chance de lutar pelo que lhes é devido depois de escrever programas que se tornam sucessos globais.

Há aqueles que argumentam que os milhares de dólares que esses escritores recebem devem ser suficientes, mas é tudo uma questão de contexto. Os estúdios estão ganhando milhões, senão bilhões, com seu trabalho e, sem eles, não haveria filmes ou programas de TV. Recentemente, três depoimentos parecem atacar diretamente a Marvel e a Disney em projetos e situações bem particulares.

O mais recentente envolve a redatora principal da série animada What if...? AC Bradley que atacou a Disney e na Marvel Studios depois de reescrever grandes pedaços de Ms. Marvel e não ser compensado adequadamente. Bradley deixou claro em seu depoimento que chegou a "reescrever significativamente" todos os episódios de Ms. Marvel, mas ela recebia apenas uma taxa semanal e nunca uma taxa por cada roteiro.

Isso é um choque, considerando que Bradley, filiada pela WGA, recebe um crédito de escritora por metade da temporada, mas ela fornece um motivo para isso acontecer: "Os roteiristas originais já haviam sido pagos [e] não trabalhavam mais no estúdio", explica ela. "A Marvel não queria pagar outra taxa desta de novo." Veja os Tweets dela logo abaixo:





Outro caso veio logo em seguida a uma entrevista do CEO da Disney Bob Iger, que reclamou da atual greve sugerindo que as demandas exigidas por atores e roteiristas eram "irreais". Isso foi respondido imediatamente por um roteirista de Mulher-Hulk (mas já conhecido nos quadrinhos, Cody Ziglar), que prontamente revelou o baixo valor do seu contra-cheque pelos ganhos "residuais" da série:

Ele twittou que ganhou muito pouco pelo seu episódio de She-Hulk: Attorney at Law com a participação do Demolidor e explicou que "Este foi um dos episódios mais vistos da televisão, de uma das séries televisivas mais vistas do Disney+. Até fez várias listas de 'melhores episódios de 2022'. Meu cheque residual foi de $ 396. É por isso que estamos em greve.”



Outro caso bem diferente, mas que se encaixa também por conta da greve é do roteirista e produtor principal da primeira temporada de Demolidor, Steve D Knight, que teve perdas substancias de seus ganhos residuais quando a série saiu da Netflix e passou para a Disney+:



"Então, falando em Demolidor, como showrunner da S1, parte do meu acordo inclui uma pequena parte do back-end. Nunca esperei ver nenhum no Netflix. Mas então a Marvel/Disney puxou e acabou no Disney +. Agora sou parte de uma auditoria para tentar obter o dinheiro que eles devem a mim e a outros", escreveu DeKnight. "E aqui está o problema de auditar para obter o que é devido a você: VOCÊ tem que pagar por isso (dividido entre os participantes do back-end). A última vez que tive que fazer isso, custou apenas 17 mil para mim e levou mais de dois anos." E ele acrescentou: "As empresas de entretenimento farão QUALQUER COISA para não pagar a você o que lhe é devido contratualmente".

Isso não reflete muito bem para a Marvel Studios, embora seja em grande parte a norma ... por isso há uma greve. Resta saber qual será o resultado de tudo isso, mas já há rumores de que essas greves podem durar até 2024, o que significa que Hollywood está enfrentando um caos e atrasos piores do que na época do COVID nos próximos meses.

Coveiro

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