O livro MCU: The Reign of Marvel Studios acaba de chegar às lojas online e livrarias dos EUA e dá um mergulho profundo na origem e evolução do Universo Cinematográfico Marvel. Trata-se de uma biografia não oficial desses mais de 10 anos do estúdio e algumas partes polêmicas acabaram vindo a tona com isso. A TV Line compartilhou recentemente um trecho delicado dessa história que envolveu a malfadada série de TV dos Inumanos da Marvel Television e da ABC, lembrando-nos que a ideia original era que fosse um filme lançado nos cinemas em julho de 2019. Apesar das comparações com Game of Thrones, o projeto para as telas de cinema foi descartado, mas por que isso nunca aconteceu?
Acontece que o Comitê Criativo da Marvel tomou a decisão de que personagens como Demolidor, Blade, Motoqueiro Fantasma e Luke Cage fossem entregues à Marvel Television, principalmente porque sentiram que Kevin Feige estava ocupado o suficiente trabalhando em Os Vingadores.
Fora isso, foi em 2014 que o ex-CEO da Marvel Entertainment, Ike Perlmutter, e o presidente do Comitê Criativo, Alan Fine, decidiram tirar os holofotes do Quarteto Fantástico e dos X-Men, em um esforço para evitar dar publicidade gratuita à 20th Century Fox para filmes com esses personagens. Como resultado, o foco mudou para os Inumanos. Você deve lembrar de todo o esforço com novas revistas e personagens. Foi daí que veio a Ms. Marvel como Inumana, quando originalmente seria uma mutante.
De acordo com o livro, "a Marvel Studios vinha desenvolvendo um filme dos Inumanos há anos, mas Feige nunca ficou satisfeito com o roteiro e não estava ansioso para lutar com a Fox em nome de Perlmutter. Assim que Feige retirou o filme dos Inumanos do cronograma de lançamento (em abril de 2016), a Marvel Entertainment ordenou que Jeph Loeb acelerasse o conteúdo dos Inumanos na TV. Apenas dois meses depois, os Inumanos apareceram em Agentes da SHIELD."
A partir daí, foi tomada a decisão de lançar uma série de TV com o nome Inumanos nos cinemas IMAX e depois na ABC. As críticas foram péssimas e tanto a estreia em duas partes quanto os episódios subsequentes foram retirados das telas gigantes. Infelizmente, na televisão, Inumanos foi um fracasso de audiência e depois foi descartado.
É explicado que, "Por causa de restrições orçamentárias, muitos dos Inumanos foram rapidamente destituídos de poderes. Medusa, a rainha Inumana, teve seu cabelo ruivo preênsil - caro para renderizar em CGI - raspado da cabeça. O cão teletransportador Dentinho teve que ser gravemente ferido então a maior parte da ação poderia ficar em um único local (o show foi filmado na ilha havaiana de Oahu)."
Ah, e para aqueles que continuam convencidos de que a Marvel Studios um dia trará Agentes of S.H.I.E.L.D. no MCU, é enfatizado que eles estavam e ainda desejam se distanciar da Marvel Television tanto quanto possível.
Na verdade, “Quando desenvolveu um filme estrelado por outra superequipe obscura, os Eternos, os criadores foram instruídos de que nada disso poderia acontecer no Havaí. O estúdio não queria nenhum risco de que o público pudesse se lembrar dos Inumanos”.
Mas talvez isso tenha mudado agora que a Marvel TV chegou ao fim, Ike Perlmutter saiu de qualquer decisão acima da Marvel Entertainment e Kevin Feige passou a comandar as séries da Disney+. No ano passado, a Marvel Studios lançou Doutor Estranho no Multiverso da Loucura e deu a Anson Mount a oportunidade de interpretar uma versão dos quadrinhos de Raio Negro. Essa versão do herói veio da Terra-838 e finalmente teve sua cabeça explodida por dentro; é difícil dizer se ele ou o resto dos personagens Inumanos existem na Terra-616.
MCU: The Reign of Marvel Studios é uma produção dos jornalistas Joanna Robinson, Dave Gonzales e Gavin Edwardsque já trabalharam em grandes veículos como Vanity Fair, Guardian, NY Times, dentre outros. Nessa coletânea que reúne informações e entrevistas que eles conseguiram ao longo dos últimos 15 anos, temos esse copilado de mais de 681 páginas de infomração. O livro não tem ainda tradução para o português, mas pode ser já adquirido para leitura em Kindle pela Amazon.
Coveiro