domingo, 17 de março de 2013

50 anos de Homem de Ferro: O Latinha no Brasil

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Às portas de seu terceiro filme nas telona,  comemoramos neste mês de março o quinquagésimo aniversário de publicações do inventivo Tony Stark e seu alterego famoso, o Homem de Ferro.  Se você acompanha nosso site periodicamente,  já deve ter visto nossa postagem sobre as histórias dos bastidores de criação do herói. Agora, com um ajudinha do leitor do nosso site, Marcos Dark, vamos revisitar todas as passagens do herói nos gibis brasileiros. Vamos nessa!
Sua chegada no Brasil veio junto com a vinda da Marvel no Brasil. Foi justamente naquelas revistinhas distribuídas nos postos SHELL, que os mais antigos leitores brasileiros conheceram Anthony Stark pela primeira vez. Tudo começou com o número 0 de Homem de Ferro e Capitão América (julho de 1967 a maio de 1970, pela Editora Ebal) , também conhecida como Capitão Z. A dobradinha de heróis repetia a parceria dos mesmos na HQ americana, na revista Tales of Suspense. Porém não iniciava as aventuras da origem do herói, mas da edição n° 67 original. Quem comprou o especial de Marvel 40 anos no Brasil, ganhou uma edição Fac-Simile da revistinha.

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Quatro anos mais tarde, a Ebal resolveu encaixar nas fileiras do gibi um outro Vingador, criando assim a Capitão América, Thor e Homem de Ferro (junho de 1970 a agosto de 1972, pela Editora Ebal).  Com o cancelamento da revista do deus do trovão, formava-se o trio principal dos vingadores em uma única revista, com suas histórias individuais. O número de páginas da revista era desigual para dar conta de seus heróis e algumas histórias eram abruptamente interrompidas em uma edição, para continuar na próxima.

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Mas foi pela editora GEA (Grupo de Editores Associados), que assumiu as publicações depois da EBAL, que o ferroso ganhou título próprio. Homem de Ferro (1972), apesar da vida curta, foi à primeira revista solo do personagem no Brasil. Foram 3 únicas edições, publicando as histórias originais 37, 38 e 39 do Homem de Ferro, na fase de Gerry Cornway como roteirista.

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Daí, somente três anos depois, é que tivemos a volta do herói em Homem de Ferro (abril de 1975 a junho de 1976, editora Bloch) publicada pela Editora Bloch, famosa por utilizar cores berrantes nos quadrinhos de super-heróis, foi a segunda revista mensal do Homem de Ferro no Brasil. Foram 15 edições lançadas, com duas histórias do Ferroso em cada (em algumas edições três). A Bloch voltou a publicar as histórias a partir da edição 1 do Ferroso (de 1968) e indo até a edição 39 onde a GEA havia parado.

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Com a mudança dos gibis de Superheróis para a editora Abril, o Homem de Ferro passou a pular por edições de outros personagens, não tendo mais o destaque anterior dado pelas outras editoras. A primeira a trazê-lo de volta foi Capitão América (junho de 1979 a outubro de 1995, editora Abril). Parceiros editorais de longa data, Capitão América e Homem de Ferro compareceram na estreia dos heróis Marvel publicados pela Editora Abril na revista mensal do Capitão. As histórias do Homem de Ferro não apareciam regularmente nesse título, sendo publicadas em uma ou outra edição.

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Em Heróis da TV (junho de 1979 a outubro de 1987, editora Abril),tínhamos as aventuras do personagem publicadas de forma mais regular. Isso ocorreu até a edição especial de n° 100. Após a centésima edição o personagem deixou de ser publicado neste título devido a reformulação do mix de personagens. Daí, foi em Grandes Heróis Marvel (março de 1986 a setembro de 1997, editora Abril), uma revista trimestral onde eram publicada sagas fechadas  de diversos heróis Marvel a cada edição, que tivemos boa parte das histórias do ferroso. As edições dedicadas exclusivamente ao Homem de Ferro são as de n° 11, 20, 41, 48 e 57.

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No final dos anos 80, o herói conseguiu uma minissérie quinzenal , Homem de Ferro (janeiro de 1988 a fevereiro de 1988, editora Abril), que saiu em 4 partes continuando as aventuras mensais do personagem. Era uma forma de a editora testar a popularidade do herói, em vendas nas bancas, para verificar se o mesmo emplacaria uma revista mensal própria. Não emplacou. Foi posteriormente encadernada em uma edição única.

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Também tivemos o ferroso em outra publicação da Abril, em Graphic Novel (dezembro de 1988), uma série de edições especiais da editora Abril, com acabamento gráfico diferenciado das mensais. A sexta edição trouxe uma história do Homem de Ferro totalmente feita em computador, algo que era novidade na época.

Daí, as histórias do latinha rumaram para  O Incrível Hulk (março de 1988 a março de 1996, editora Abril), que seria sua nova casa depois da saída das histórias do personagem da revista Heróis da TV (que foi cancelada no n° 112) e da tentativa de publicar um título mensal do personagem. Nesta revista, tivemos as fases  sob a batuta de David Micheline, Denis O’Neill, Bob Layton, dentre outros...

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Em Superalmanaque Marvel (novembro de 1991, editora Abril), que era um almanaque especial da editora, trazendo muito mais páginas do que as revistas mensais, tivemos a quarta edição com uma espécie de dobradinha de heróis. Tinhamos o lado A do almanaque, com histórias do Thor, e o lado B, com histórias do Homem de Ferro. Outras edições publicaram histórias originais dos anuais americanos do personagem.

No final dos anos 90, foi criada a revista Marvel 97 (março de 1997 a agosto de 1997, editora Abril. Com a reformulação editorial da linha Marvel pela Abril, vários títulos foram cancelados, sendo alguns deles inseridos em uma nova revista mix chamada de Marvel (seguida dos dois dígitos do ano em que era publicada). Uma das revistas canceladas foi a do Hulk, lar das aventuras do Homem de Ferro também. Uma ou outra história foram publicadas nesse mix. Isso pode ter sido um ponto bom para os brasileiros, que foram privados de contaminar seus olhos com os eventos de ‘The Crossing’, hoje completamente descartados da cronologia do Homem de Ferro.

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Então, veio o Massacre e o famigerado “reboot” de alguns heróis da Marvel, lançando assim  Homem de Ferro (dezembro de 1998 a novembro de 1999, editora Abril), juntamente com outros três títulos - Capitão América, Quarteto Fantástico e Vingadores. Essa fase foi elaborada por artistas da editora Image que, afinal, surgiram nas páginas das revistas Marvel. O Homem de Ferro foi desenhado por Whilce Portacio, que anteriormente  desenhava aventuras do Justiceiro e, na Image, publicou o título Wetworks. O projeto fracassou e os heróis voltaram para o universo convencional um ano depois, havendo assim o cancelamento de todos os quatro títulos.

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Então, com os heróis renascidos, o Ferroso voltou para Grandes Heróis Marvel (junho de 2000, editora Abril), que foi o segundo volume da série Grandes Heróis Marvel, ainda mantendo as características do volume anterior. Apresentou sagas fechadas dos heróis Marvel a cada edição, porém agora como revista mensal. A quinta edição serviu para mostrar a volta das aventuras do Homem de Ferro, após a saga Heróis Renascem. Mas, no mesmo ano, a Abril decidiu realizar uma mudança radical no panorama de suas publicações. E surge uma nova Grandes Heróis Marvel (agosto de 2000 a novembro de 2001, editora Abril), em seu terceiro volume da série, agora como revista mensal comum, com mix de vários personagens. Parte da linha Premium da Editora Abril, com mais páginas e formato diferente do chamado "formatinho", acabou não desagradando os velhos leitores, nesta resolução bem anti-popular, não durando mais que dois anos de publicação. Foram essas as últimas histórias do Homem de Ferro publicadas pela editora Abril, que perdeu logo em seguida os direitos da Marvel para a editora italiana Panini.

Assim que assumiu as revistas no Brasil, a editora Panini criou uma fórmula bem parecida com a anterior em Marvel 2002 (maio de 2002 a janeiro de 2004, editora Panini, que mudava o título de acordo com o ano até se encerrar na Marvel 2004). Nesses dois anos, a Panini publicou boa parte das histórias do segundo volume do ferroso, incluindo os arcos Controle Remoto e Sindrome de Frankenstein. Nesta mesma época, saiu Invencível Homem de Ferro Especial, que saiu em 2005 pela Panini, trouxe o arco “A Melhor Defesa”, onde Tony Stark assume o cargo de Secretário de Defesa dos EUA.

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Com o cancelamento da anterior, surgiu Os Poderosos Vingadores (fevereiro de 2004 e presente até hoje, editora Panini), que detinha o mix muito parecido com a anterior e o Homem de Ferro permaneceu em suas páginas. Próximo a saga Vingadores - A Queda, a publicação das aventuras do herói passaram a ficar irregulares. Posteriormente, a revista passaria a se chamar Os Novos Vingadores, continuando a publicar histórias do herói referentes ao terceiro volume de sua série americana. Também publicou os especiais Iron Man: House of M. O Latinha permaneceu nela até meados de 2010, quando ganhou mensal própria.

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A minissérie O Invencível Homem de Ferro - Extremis (abril de 2006 a junho de 2006, editora Panini) saiu em trÊs edições aqui e marcava o início do terceiro volume das aventuras do Homem de Ferro no Brasil. Com uma arte pintada por Adi Granov, apresenta a saga Extremis, que serviu como base para a terceira produção cinematográfica sobre o herói. A continuação deste terceiro volume seguiu-se em Vingadores.

Criada inicialmente como revista trimestral, Marvel Especial (Janeiro de 2007, editora Panini), título que apresentava sagas fechadas de heróis Marvel  contou em sua inauguração desse novo título com a minissérie Iron Man: The Inevitable. Também tivemos mais algumas outras especiais do Ferroso ao decorrer desta fase Panini em momentos diferentes, com arcos bem fechados, como foi o caso da Homem de Ferro Especial: Arma definitiva e Homem de Ferro Anual, com a minissérie completa Iron Man: Hypervelocity e a história Iron Man:Réquiem. Em 2012, aproveitando o auge do filme dos Vingadores, foi também relançado o encadernado Eu sou o Homem de Ferro, reunindo as histórias do herói relacionadas aos filmes.

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Marvel Millenium - Homem de Ferro (maio de 2007 a junho de 2007): minissérie mostrando aventura solo da versão Ultimate do Homem de Ferro (um universo Marvel renovado para uma nova geração de leitores). Até então, essa versão do herói aparecia nas aventuras dos Supremos, uma versão Ultimate dos Vingadores. Basicamente recontavam a origem de Tony Stark neste mundo. Mais tarde, tivemos ainda a Marvel Millennium Anual (Janeiro de 2009), revista anual da linha Ultimate Marvel, com novas versões dos famosos heróis da editora, onde é apresentada a segunda minissérie solo do Homem de Ferro daquele universo.

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Agora falando de outra realidade, tivemos também Homem de Ferro Noir (julho de 2012, editora Panini), aventura solo e alternativa do personagem, que se passa em um ambiente que remete aos pulps e ao cinema noir. Única edição especial.

Com o advento da Panini, surgiram janelas para publicação de clássicos do Ferroso neste meio tempo. Os Maiores Clássicos do Homem de Ferro (junho de 2008, editora Panini)  republicou a saga O Demônio na Garrafa, originalmente publicada na revista Heróis da TV, da editora Abril, apresentando a famosa fase onde Tony Stark lida com o problema do alcoolismo. Já O Invencível Homem de Ferro - A Guerra das Armaduras (maio de 2010, editora Panini): republicou a saga originalmente publicada nas aventuras do herói, quando saiam na revista mensal do Hulk, da editora Abril. Além dessas, claro, tivemos duas Bibliotecas Históricas do Homem de Ferro que basicamente juntavam as primeiras edições ainda da fase Tales of Suspense e a Coleção Histórica Marvel (junho de 2012, editora Panini), especial com histórias clássicas do herói, selecionadas por destaque e repercussão, incluindo a primeira original em que o herói assumia título próprio lá.

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Voltando para as mensais, tivemos Avante, Vingadores (fevereiro de 2008 a abril de 2010, editora Panini), que foi a segunda revista mensal dedicada aos Vingadores. Publicou parte das histórias do terceiro volume do personagem nos Estado Unidos (que até então eram publicadas na revista Os Novos Vingadores) e início da publicação da segunda revista americana mensal do herói, chamada The Invencible Iron Man. Eventualmente, publicava outros especiais do herói, como a Iron Man 2020 (sobre um descendente maligno de Tony Stark), Iron Man: Golden Avenger (parte da fase A Era Heroica), Iron Protocols, Iron Man: Kiss and Kill.

Mas foi em 2010, com o lançamento do segundo filme do herói nos cinemas, que a Panini publicou  O Invencível Homem de Ferro (maio de 2010 a janeiro de 2011, editora Panini),  mais um título mensal brasileiro do mesmo. Aqui, além das mensais, tivemos também a minissérie Identidade Pública, Homem de Ferro versus Chicote Negro (tema do segundo longa metragem), Eu Sou o Homem de Ferro!, Iron Protocols, o especial Medidas de Segurança. Um pouco mais de um ano depois, a revista passou a se chamar Homem de Ferro & Thor (janeiro de 2011 a atualidade, editora Panini). Aproveitando o sucesso dos filmes dos dois super-heróis e a proximidade entre os lançamentos de ambos, a editora decide inserir aventuras de Thor na revista mensal do Homem de Ferro. Publicou Invencible Iron Man, a minissérie que traz o mesmo nome da revista brasileira (Iron Man & Thor). Também publicou a série Iron Man: Legacy, o especial Titanium.

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E com essa resenha, conseguimos cobrir de forma sintética boa parte da passagem do Homem de Ferro no Brasil, que já teve seu altos e baixos, mas conquistou finalmente um espaço merecido agora nas publicações.  E para quem quiser saber muito mais sobre o herói, não deixe de acompanhar nossos textos comemorativos dos 50 anos e não perca também nosso podcast a ser lançado no fim do mês! Até lá!

Coveiro

PS: E mais uma vez, obrigado ao Marcos Dark pela minuciosa ajuda ao traçar a cronologia do herói no Brasil.

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