sábado, 12 de setembro de 2009

O Legado de Charles Xavier: Juízes *

Depois de enfrentar o legado do Sr.Sinistro e conseguir muitas respostas sobre Alamogordo, na última edição, é hora de Charles Xavier retomar sua busca por si mesmo. E uma boa forma de recomeçar esse caminho se inicia em X-men nº93, justamente no lugar que chamou de lar por muitos anos e confrontando o herdeiro de seu próprio legado: Scott Summers.

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Enquanto Charles Xavier chega nas ruínas do Instituto Xavier, Vampira chega em outro lugar abandonado, a cidade australiana que já foi base dos X-Men. O que os dois tem em comum é a busca pelo passado, mas Xavier pretende tê-lo de volta para definir a si mesmo, enquanto a mutante sulista pretende matar sua história para ser quem precisa. Um paralelo bem interessante entre os personagens, fora isso, a imagem de Vampira no espelho é fantástica e diz muita coisa.

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Falando em passado, Ciclope o considera apenas um ponto de partida, acreditando que aquilo que fazemos agora é que determina nosso valor. Os trabalhos na nova base dos X-Men estão indo bem e o líder da equipe sai para verificar pontos de aproximação no norte. Ele não leva Emma Frost junto porque trabalha melhor sem distrações e, convenhamos, quem poderia culpá-lo?

Embora essa necessidade de verificar falhas na segurança seja algo típico de Scott, nesse caso, não era apenas isso. Alguém inseriu uma sugestão que reforçou as preocupações dele e o trouxe aquele local. Quem fez isso é óbvio.

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Scott se irrita com a manipulação de Charles, que afirma não fazer isso a toa. Cansado de odiar seu mentor, Ciclope diz que os dois vão se acertar um dia, mas o melhor era manter distância. No entanto, ele não consegue ir embora.

Um pequeno interlúdio ocorre, onde vislumbramos o Clube do Inferno passando por brigas internas, principalmente motivadas pela saída de Roberto da Costa e a abertura de duas vagas no Círculo Interno. Para Sebastian Shaw, uma pequena guerra é tudo que o Clube precisa para se preparar para a maior.

De volta ao professor e seu ex-pupilo, o primeiro acaba revelando os eventos recentes envolvendo o Sr.Sinistro e se preocupa que seu pupilo possua algo semelhante em seu interior. Afinal de contas, os primeiros óculos de quartzo-rubi do herói foram presentes do vilão, que era dono do orfanato onde ele cresceu com seu irmão, Alex.

E não só isso, mas Sinistro observou a família Summers por três gerações. Inclusive criando Madelyne Pryor para que tivesse um filho geneticamente perfeito com Scott. Xavier até lembra que batizar o filho de "Nathan" pode não ser coincidência, mas provas de marcas deixadas por Nathaniel Essex. Aliás, excelente sacada de Mike Carey, eu nunca tinha pensando nesses nomes iguais. Excelente!

Charles Xavier quer verificar a mente de Scott, mas este se revolta, questionando qual seria a diferença entre Essex e o professor, afinal, o segundo o trouxe e o manteve ali contra sua vontade. Na verdade, a resposta dessa pergunta é o que Charles veio descobrir.

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Retornando para a Austrália, Carey lembra de uma cena da X-Men nº50, da Editora Abril, quando Vampira se revolta com a tomada de seu corpo pela personalidade de Carol Danvers. Achei bem legal essa lembrança, principalmente depois da ótima história da Miss Marvel publicada recentemente por aqui.

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Anna Raven agora já não sofre mais com a personalidade de Carol, mas com uma pior ainda, a de sua mãe adotiva, Mística.

Voltando para Charles e Scott, o fundador dos X-Men diz que seu motivo talvez seja o único aspecto que o diferencia de Sinistro, já que mesmo com suas memórias danificadas, seu sonho foi seu núcleo. Scott responde que Magneto e tantos outros são idealistas, portanto, não dá para usas boas intenções para se safar.

Depois de ouvir que formou um exército para lutar sua guerra, Xavier responde que os inimigos teriam surgido da mesma forma e seu treinamento os manteve vivos. Porém, decide ir embora. No entanto, Xavier revelou que sua mente foi invadida por Sinistro e, diante disso, Scott decide não deixá-lo partir. Ele lembra que outra pessoa possui acesso à sua mente e essa percebeu a sugestão de Charles para levá-lo àquele local. Acho que nem preciso dizer de quem Summers está falando, não?

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Nesse momento, Mike Carey mostra que domina bem a cronologia, pois nos leva para um interessante passeio por vários momentos do passado.

Na realidade, buscando ter certeza que não há mais vestígios de Sinistro, Emma Frost dá uma chacoalhada na mente de Charles, principalmente nos momentos mais negros de sua vida. Interessante constatar que Scott se irrita com a intenção de Charles vasculhar sua mente em busca de Sinistro, mas com a ajuda de Emma, faz exatamente isso com o professor. Bom paralelo e nos faz pensar que mestre e aluno são mais parecidos do que gostariam de admitir. Além disso, quem tem boa memória, vai se lembrar que Jean Grey fez o mesmo com a Rainha Branca durante a fase encabeçada por Grant Morrison.

Um dos momentos visitados é a entrada de Hank McCoy na equipe original, quando Charles apagou a existência do mutante de todos aqueles que o conheciam, visando assim protegê-lo. Depois, vemos a entrada de Vampira na equipe, quando Xavier prometeu curá-la um dia, desde que ela provasse seu valor. Uma promessa impossível, uma mentira que a impediria de voltar para a Irmandade de Mutantes.

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Como não poderia deixar de ser, visitamos mais uma vez o momento que provocou o rompimento entre Scott e seu mestre. Quando Xavier apagou de sua mente a existência de Gabriel Summers e a equipe intermediária de X-Men. Nesse momento, só penso que Charles Xavier poderia fazer o mesmo comigo e apagar esse personagem de minha mente.

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Charles aceita sua culpa e é bombardeado com vários outros erros. O assassinato de sua irmã, Cassandra Nova, ainda no útero. A destruição da mente de Magneto, que resultou em Massacre. A tentativa de forçar Amelia Voght a ficar ao seu lado. Enfim, erros que sempre atingem as pessoas que ele, supostamente, gosta.

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O choque de ter essas memórias de volta é muito duro, mas Emma ainda não terminou. Ela lembra da frase "preste atenção em quem te ama". Quem disse isso? O grande amor de Charles Xavier, Moira MacTaggert, disse isso em seu leito de morte, que é a lembrança seguinte a ser visitada.

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Em lágrimas, Charles lembra que Jean disse certa vez que nascimento e morte podem ser a mesma coisa, pois daí surgem sempre novas possibilidades. O professor diz estar feliz em rever seu aluno e também afirma saber que os X-Men estão em ótimas mãos.

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E com um aperto de mão, essa excelente história termina, mostrando um possível sinal de reconciliação entre aluno e professor.

Legado segue indo muito bem e, na minha opinião, é um dos melhores títulos mutantes da atualidade. Charles Xavier mostra que ainda continua um personagem complexo e repleto de possibilidades.

Eddie


* embora o Léo tenha dito que encerrou a série de referências bíblicas nos títulos, resolvi retomar essa idéia, uma vez que Scott e Emma agem como verdadeiros juízes de Charles Xavier.

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