terça-feira, 5 de março de 2013

X-Factor: Execução

*Artigo escrito por nosso colaborador, Leandro Nogueira

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Depois de enfrentar uma horda de entidades mitológicas que queriam se apossar do bebê de Rahne Sinclair, o X-Factor está passando por um período de relativa e merecida calmaria. Madrox e seus associados foram chamados a investigar uma velhinha suspeita na cidade de Lawrenceville, no Kansas, o que fez Jaime e Layla visitarem a casa de infância de Madrox, onde os dois entabularam contato com os novos moradores, uma certa Sally Roland e seu filho, Terry.


A visita transcorreu sem maiores incidentes – exceto pela chegada dos demais membros da equipe, cobertos de gosma verde e com a cabeça de uma velha a tiracolo – e Madrox deixou seu cartão de visitas com a sra Roland. (Estes fatos foram mostrados na edição 224.1 de X-Factor, que não foi publicada aqui pela Panini.)

De volta à Nova Iorque, Rictor está usando seus poderes, recentemente readquiridos (no especial Vingadores: A Cruzada das Crianças n. 02) para implodir prédios condenados para uma empresa que está tendo problema com o sindicato; Rahne tenta afogar sua dor em baldes de sorvete e desfere sua ira contra Syrin e Layla (que chegara naquele momento trazendo mais sorvete, já que o da geladeira acabara!); e Guido, de forma um tanto grosseira, pede às três silêncio, uma vez que jogar cartas contra um cara de sorte e uma mina que lê mentes já é desvantagem suficiente!

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Mas a calmaria termina quando Madrox recebe um telefonema do Detetive Crespi, da polícia de Lawrenceville, informando sobre o assassinato de Sally Roland, em cujo bolso fora encontrado o seu cartão. O líder do X-Factor reúne então Layla e Longshot e, com o auxílio de Shatterstar, chega em Lawrenceville minutos depois, para espanto do detetive Crespi.

Madrox pede a Longshot que realize uma "leitura" no cadáver da sra Sally, mas este nada consegue, pois, como ele próprio explica, algo parece está-lo bloqueando. Madrox pergunta a Crespi o que ele tem sobre a vítima e o policial dá-lhe uma ficha criminal que inclui trapaças e roubos a bancos em Los Angeles. Quando indagado sobre o paradeiro do filho da vítima, o policial diz nada constar sobre um filho. E é quando o nome do filho é pronunciado que o cadáver de Sally se reanima. Sucede-se uma rápida mas brutal luta, ao término da qual o corpo de Sally (possuído por uma entidade que se autodenomina B.B.) desaparece como que consumida por chamas, mas não antes de ameaçar matar todos os que se meterem no seu caminho novamente – e de beijar Layla na boca!

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Em Los Angeles, ao atender uma chamada de emergência, a polícia se depara com uma quadra de basquete repleta de corpos, no que parece ser a cena de um crime de ódio, já que as vítimas apresentam marcas de cordas em seus pescoços. Um vulto misterioso, arrastando uma corda, se afasta das proximidades do local...


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No Kansas, Madrox volta à sua antiga casa para investigar a cena do crime da morte de Sally Roland.  Além de uma casa revirada e de uma inscrição na parede onde se lê "B.B. Diz Devia Ter Se Escondido Melhor", não conseguem encontrar nenhuma outra pista. A uma sugestão de Layla, Madrox resolve procurar o garoto no abrigo anti-bombas que ele próprio usara quando da morte de seus pais. Enquanto ele está lá embaixo junto com Longshot, Layla e Shateterstar conversam, de forma reticente, sobre o tempo que passaram na Latvéria. Madrox e Longshot acabam encontrando um cartão SAG (que, como Madrox explica depois é a sigla de Screen Actors Guild, o famoso Sindicato dos Atores de Hollywood) pertencente a um certo Jason Roland.

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Enquanto Pip tenta localizar o dono do cartão SAG, Rictor, após hackear o computador dos Vingadores, acaba descobrindo a história de Jason Roland, um atorzinho de quinta que, no passado, se meteu com umas paradas místicas da pesada, obtendo então o poder de sugar almas e passando a atender pelo nome de "Enforcador". Jason Roland, como o nome sugere, era o marido de Sally, até ser preso por adultério, ocasião em que ela despareceu escondendo dele o filho que estava esperando. Neste iterim, Pip acaba localizando o vilão numa rua em Los Angeles e o X-Factor parte imediatamente à sua procura. A equipe se divide e Madrox é atacado pelo Enforcador. Guido baixa a porrada nele e, quando lhe conta que sua ex-esposa está morta, o vilão acaba entregando que estava sendo chantageado por um tal Bloodbath e que este é o responsável pela morte de Sally, algo que ele próprio não desejava.

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Jason Rolland, o Enforcador, leva o X-Factor até o Estúdio Imperial, onde Bloodbath mantêm seu filho prisioneiro. Antes que a equipe entre no local, ele lhes explica que Bloodbath é um demônio que sequestrara seu filho para obriga-lo a ceifar quinhentas almas, a fim de converter a energia presente nelas (chamadas de “potência”, como explica a garota que sabe das coisas) e poder manuseá-la. Dentro das instalações do estúdio abandonado, a equipe de Madrox é logo confrontada pelo demônio. Durante a luta, Lupina consegue farejar o cheiro de Terry e leva uma cópia de Madrox junto ao encontro do garoto.

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Entretanto, Terry acaba se assustando com a chegada abrupta da dupla, disparando instintivamente uma arma que atinge a cópia de Madrox bem no peito. De volta à briga, o Madrox original acaba sofrendo a dor da morte de sua cópia. Em seguida, Bloodbath atinge todos os membros da equipe com várias rajadas que começam a drenar suas almas. Para surpresa do vilão, contudo, Guido parece imune ao feitiço – confirmando as suspeitas de que ele não possui mais alma, desde que voltou dos mortos, ressuscitado pelo poder de Layla! O Fortão acerta Bloodbath e continua a espancá-lo, arrancando de seus colegas exclamações de surpresa (Longshot), repulsa (Rictor) e exaltação (Shatterstar, claro).

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Quando tudo parecia estar caminhando para um desfecho feliz, Madrox é subitamente trespassado pela lâmina da arma de Bloodbath, empunhada por sua cópia recém-morta, que aparentemente foi possuída pelo adversário. Tudo fica escuro pro líder do X-Factor e ele se vê então transportado a uma cena bizarra, onde os corpos de Layla – vestida de noiva – e o dele próprio jazem em um quarto, cobertos de sangue – a mesma cena mostrada a Rahne por Tryp Pai  em X-Factor #12 (publicada em Wolverine n. 37), e que ela revelara a Madrox na edição 28 (aqui, em Wolverine n. 54) como motivo para sua saída da equipe após o Complexo de Messias!

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Peter David conduz a história de forma ágil e humorada, como lhe é característico, abusando algumas vezes das coincidências (como na cena que a cópia de Madrox é alvejada), mas, na maioria, acertando ao trazer à tona elementos há muito "plantados" nas histórias do X-Factor. Leonard Kirk – que, embora não seja muito detalhista, tem um traço limpo e preciso – junta-se ao time de bons desenhistas que essa revista sempre teve desde sua reestreia em 2006, embora seu estilo case melhor com as duas primeiras partes do arco, em que prevalece a atmosfera de uma trama policial, do que com a última parte, onde algo tenebroso se anuncia desde o início. De fato, esta última parte começa com PaD dando voz a Madrox e dizendo que "você nunca sabe o que vai acontecer a seguir". Sem dúvida, um presságio da inesperada reviravolta que ocorre no final, de forma abrupta e impactante. E assim, a história termina deixando um grande ponto de interrogação na cabeça do leitor, que certamente ficará ávido pelas explicações que deverão vir na próxima edição!

Este review abrange as edições 225 a 227 de X-Factor e foram publicadas no Brasil pela Panini, na revista X-Men Extra, nas edições 133 e 134.

Leandro Nogueira

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