segunda-feira, 2 de maio de 2011

Mais uma entrevista com Bryan Singer sobre X-Men First Class

*Artigo escrito por nosso colaborador, Eduardo Spicacci

Em entrevista ao IGN Movies o diretor de X-Men 1 e 2 e produtor de X-Men First Class dá todos os detalhes sobre o novo filme mutante das Fox, falando sobre personagens, cronologia e possíveis sequências. Confira os principais pontos da entrevista:

Synger


Sobre a escolha do título e seu significado:
“Era inicialmente um título que eu gostava. Eu sabia que havia a intenção de se fazer um filme baseado na HQ First Class, mas eu achei que para conseguir isso, seria interessante voltar para a origem dos X-Men. A formação da relação e do conflito entre Xavier e Magneto. E ainda assim, gostei do título ‘First Class’, porque ela reflete esse conceito tão amplo abordado pelos quadrinhos, então eu decidi que iria perseguir essa história da juventude de Xavier e Magneto, mas mantendo o título como uma espécie de início dos X-Men e partir daí.”

Sobre como surgiu o roteiro:
“Quando eu fiz os dois primeiros filmes dos X-Men, eu estava consciente de que teria que descobrir como abordar a relação entre Magneto e Xavier e sempre pensei muito sobre como o passado deve ter sido. Como era a amizade entre os dois. Então, essa história do passado vinha sempre em minha mente enquanto eu discutia cenas com Ian McKellen e Patrick Stewart (respectivamente Magneto e Xavier da trilogia dos X-Men). Portanto, esta foi uma chance de finalmente voltar e explorar a história que estava sempre a saltar na minha mente quando eu estava fazendo os outros filmes.”

Sobre como decidiu quais personagens incluir no filme:
“Você primeiro surta ao supor que os bons personagens já foram escolhidos. Então, você simplesmente pega os quadrinhos e começa a reler e pesquisar. Eu senti como se estivesse de volta ao final dos anos 90 de novo, passando por todas os personagens e biografias, as HQs e graphic novels, e tentando não violar os quadrinhos, mas ao mesmo tempo tentando ter mutantes de diferentes aspectos dentro do enredo, quando seus poderes movem a história para frente, ao invés de estar ali apenas para ser legal.”

Synger


Sobre a inclusão do Clube do Inferno:
“O Clube do Inferno é realmente algo que os produtores Lauren Shuler Donner e Simon Kinberg haviam mencionado para mim desde o início. É algo que tínhamos discutido anos atrás, para incorporá-las em um filme dos X-Men, mas nunca se encontrou uma maneira de fazê-lo. Então Lauren trouxe de novo e achei ótimo, porque mais uma vez traz a idéia dos ‘mutantes do submundo’. Porque a idéia toda do Clube do Inferno é que eles são um clube do submundo, e isso é perfeito, porque estamos lidando com um momento em que o mundo não sabe que os mutantes existem. E tivemos que entrelaçar os mutantes com os acontecimentos geopolíticos da época.”

Sobre Kevin Bacon no papel de Sebastian Shaw:
” Kevin é um ator fantástico e podemos ver o quanto é charmoso, engraçado e o quanto pode ser sombrio, mas ele realmente não tinha feito esse tipo de coisa ainda. Ele é fenomenal, fala várias línguas no filme de forma impecável e está nessa idade onde, com seu charme, pode ser transformado em um dos vilões sedutores. E ele interpreta muito bem e é divertido vê-lo no set.”

Sobre como o novo filme se enquadra na cronologia da trilogia original:
“Eu acho que com relação a cronologia das obras, há algumas liberdades, mas na maioria das vezes, faz sentido. Os personagens fazem sentido. E é por isso que o Fera e a Mística eram os dois que eu poderia trazer de volta, porque você realmente não sabe o quanto eles são velhos.”

Sobre fazer sequências passadas nos anos 70 e 80:
“Absolutamente. Seria uma explosão.”

Sobre os planos para uma trilogia:
“No momento, planos apenas para esse filme. Acho que as pessoas sempre dizem ter planos de longo prazo para essas coisas... E o que acontece é que você realmente tem que ver como se sairá o primeiro filme, como o público responderá, quais personagens e pontos da história que irão agradar mais, e então reavaliar e partir daí. Essa é a maneira que eu penso sobre isso.”

Sobre o diretor Matthew Vaughn:
“Ele é incrivelmente bom com elencos, que era a coisa mais importante. Ele pode atender a vários personagens, cada um com suas próprias caracterizações distintas, cada um seguindo uma história comum. E ele já tinha uma paixão pelo universo dos X-Men desde quando tinha sido envolvido em X-Men 3. Ele é um grande fã dos filmes de James Bond e queria usar alguns aspectos da estética deste filme, e eu pensei que era realmente fantástico. Ele é um diretor fantástico e forte, e também produz e tem a sua própria equipe. Pode ser muito desgastante se envolver em um filme desses e todos os tipos de coisas que vão contra você, e ele estava em um lugar onde eu sabia que não se deixaria ser esmagado por essas coisas.”

Como sempre digo por aqui, a cada novo trailer, foto ou declaração sobre X-Men First Class eu fico mais animado com o resultado final do filme. É inegável o grande trabalho que Bryan Singer realizou na direção dos dois primeiros X-Men, abrindo as portas para a consolidação das adaptações dos quadrinhos para o cinema. Agora, como produtor, Synger parece que manterá o alto nível que caracterizou sua passagem pelo universo mutante.

Eduardo Spicacci

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