sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

X-Men: Primeiro encontro inusitado

Embora os X-Men sejam como uma família e costumem andar juntos tanto nas batalhas como nas horas de lazer, alguns deles também gostam de ficar sozinhos às vezes. É o caso de Dominó: apesar de fazer parte da equipe, ela nunca perdeu seu lado de mercenária e aventureira independente. O que ela não esperava era que sua mais recente aventura solo acabaria se tornando uma inusitada parceria.



Publicada em X-Men Extra 144, a história escrita por Seth Peck e ilustrada por Paul Azaceta colocou Dominó investigando um cassino clandestino frequentado pela comunidade criminosa da Marvel: lá, os vilões apostavam (e às vezes perdiam) seus equipamentos. Dominó se infiltrou no lugar, mas teve que abandonar o disfarce quando o Demolidor chegou quebrando tudo, também seguindo a pista dos vilões que vinham perdendo equipamentos para meros bandidos de rua.

A interação entre os dois heróis, devo admitir, funcionou melhor do que eu esperava. Os diálogos são divertidos, com um pegando no pé do outro enquanto enfrentam os supervilões no local, ele dizendo gostar da parceria (e colocando Dominó como sua ajudante), ela fazendo questão de dispensar a ajuda dele sem conseguir esconder uma certa atração pelo “Homem sem Medo” – além de declarar que o Demolidor é um tremendo pé-frio quando a dupla dá azar mesmo com a sorte incomum da mutante.



Eventualmente, eles descobriram que o cassino fazia parte de uma operação muito maior, comandada por um homem conhecido como Armitage. Ao detectá-lo em uma ilha outrora usada pela H.I.D.R.A., os dois heróis enfrentaram uma série de ameaças até chegarem ao Armitage, cujo plano era levantar dados sobre os equipamentos dos supervilões, reproduzi-los e traficá-los para quem pagar melhor. Ah sim, ele também traficava equipamentos da S.H.I.E.L.D.. E como conseguia? Simples: ele era um ex-agente da organização, frustrado quando uma briga qualquer de super-heróis destruiu seu bairro, matou sua esposa e ele se viu sem recursos para pagar o tratamento da filha.

E aqui a história perde seu ritmo: a ação frenética dá lugar ao drama do vilão. Não seria um problema se o drama fosse convincente, mas embora seja compreensível que ele começasse a traficar armas para pagar o tratamento da filha, o fato de ele continuar fazendo isso mesmo depois que a menina morreu acaba tirando qualquer simpatia que o leitor (ou pelo menos eu) pudesse sentir por ele.

Armitage ativou um super-adaptoide contra a dupla, que o vence sem grandes problemas – verdade seja dita, em nenhum momento os dois parecem correr qualquer risco na história. Por fim, há uma troca de perspectivas sobre por que Dominó às vezes abandona os X-Men para se aventurar sozinha, ou por que o outrora solitário Demolidor aceitou entrar para os Vingadores (sim, essa história se passa antes de Vingadores vs X-Men), uma cantada barata dele, um balde de água fria dela, e... fim.



Memorável? Longe disso. Mas apesar das falhas, esse encontro de heróis rendeu alguns momentos divertidos. Há histórias bem melhores em X-Men Extra, mas esta serve como leitura naqueles momentos em que você está no transporte coletivo ou na fila do banco sem nada para ajudar a passar o tempo.

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