* Artigo escrito por nosso colaborador Diogo Luque!
Há 10 anos, numa edição de “O que aconteceria se...”, mais precisamente em What If... v2 #105, surgia a super-heroína marvel com a série mais longeva que já existiu. Não, não se trata da Mulher-Hulk, da Tempestade, da Viúva Negra, da Miss Marvel ou de qualquer outra dessas heroínas mais famosas. Trata-se da Garota-Aranha, filha de Peter e MJ, que acaba de completar uma década de vida.
Como todas as séries What If..., a premissa dessa história foi a partir de uma mudança no Universo Marvel 616, no caso, o que aconteceria se Peter e Mary Jane houvessem conseguido criar sua pequena May Parker e ela herdasse seus poderes. A história se passa na adolescência de May, com ela descobrindo sua herança numa batalha contra o herdeiro dos Duendes Verdes, no caso o pequeno Norman Osborn Jr., filho de Harry e Liz Osborn.
A história fez sucesso e ganhou uma série limitada em 12 edições que, devido ao sucesso das vendas, tornou-se uma revista mensal. E o universo expandiu-se (chamado agora de MC2 ou Marvel Comics 2), com a inclusão de demais super-heróis e filhos de personagens conhecidos do Universo Marvel. Conhecemos J2, o filho herói do Fanático; Wild Thing, a filha de Wolverine e Elektra; o Quinteto Fantástico liderado por Franklin Richards; a nova versão dos X-Men, chamada de X-People, liderada pela Jubileu; Darkdevil, o filho de Bem Reilly, dentre outros.
É interessante notar que esse universo foi criado como versão futura dos personagens a partir do universo Marvel 616 como ele era há 10 anos atrás. Leitores que vieram depois podem estranhar fatos há muito deixados de lado no Universo regular mas que ainda persistem no MC2, como o relacionamento de Logan e Elektra ou entre Liz Osborn e Foggy Nelson e a presença de Lyja no Quinteto Fantástico.
Mas apesar de todo esse universo riquíssimo, a jovem May foi a personagem de mais destaque e atenção dos fãs. Histórias simples onde ela combatia o crime e tinha de lidar com sua vida tanto familiar quanto escolar conquistaram rapidamente uma legião de fãs. E os responsáveis por esse sucesso foram o eterno escritor da personagem, o ex-editor-chefe da Marvel Tom deFalco e o time regular de artistas, formado por Ron Frenz, Sal Buscema e Pat Oliffe. Souberam manter o nível das histórias bem como um universo coeso, sem contradições, captando a essência das histórias do Aranha de décadas atrás. Optaram por uma regularidade de boas histórias ao invés das sensacionalistas mudanças bombásticas, o que permitiu que fosse a única série da Marvel estrelada por uma mulher a atingir o número #100 ininterruptamente.
E a série persiste. Foi renumerada para o número #0, com o novo nome de Amazing Spider-Girl. Estratégia do possivelmente maior detrator da personagem, o atual editor chefe Joe Quesada, que já tentou cancelá-la diversas vezes, nunca conseguindo por conta dos apelos apaixonados da sua base fiel de fãs. Legião talvez que aumente devido à recente campanha surgida na internet para que os leitores abandonem a série regular do Aranha e migrem para a da sua filha, que mostra que bons escritores podem levar histórias do Aranha sob qualquer circustância, seja jovem ou velho, solteiro ou casado.
E ficam aqui os parabéns à May “Mayday” Parker e o desejo de sucesso. Que possamos comemorar outros aniversários seus!!
Diogo Gomes Luque
Diogo Gomes Luque
