terça-feira, 20 de janeiro de 2015

Fabulosa X-Force: ELA está de volta...

A mente de Bishop foi restaurada. O complicado romance de Psylocke com Fantomex, Cluster e Arma XIII foi resolvido. Com essas subtramas finalizadas, resta à Fabulosa X-Force tentar resolver a trama principal: o mistério da Rainha das Aparições. Quem está por trás da máscara? Quais são seus planos? Talvez eles prefiram não saber...


O arco que finalmente apresenta à Fabulosa X-Force sua grande vilã foi publicado nas edições 008, 009 e 010 de X-Men Extra, as duas primeiras partes com arte de Ramon Pérez e a terceira, com arte de Adrian Alphona. Sam Humphries é o roteirista por trás das três partes.

Após Psylocke retornar de Paris, ela, Tempestade e Pigmeu começaram a investigar a mente de Bishop em busca de informações sobre o que tanto aterrorizava o viajante do tempo. Apesar de verem a Rainha das Aparições em suas memórias, o trio tinha dúvidas se as memórias de Bishop eram confiáveis... um grande erro, pois naquele momento a vilã começava a trazer outras Aparições – aparentemente originadas das almas de seres humanos – para Los Angeles, e as enviava contra o grupo de heróis.

Percebendo que os monstros estavam atrás de Bishop, os três tentaram protegê-lo de todas as formas – mas, um a um, foram capturados e forçados a beber o “Sangue da Coruja”, que os fez reviver os principais fracassos em suas vidas, como a perda da vida como deusa e rainha de Ororo, a transformação de Eugene em um anão e a troca de corpos de Betsy. Antes de ser vencida, porém, a ninja telepata se separou do Urso Demoníaco, pedindo à criatura que protegesse Bishop. Dado como morto, Lucas conseguiu reemergir nos esgotos, jurando vingança contra as Aparições – qualquer semelhança com Wolverine na primeira luta contra o Clube do Inferno não é mera coincidência...



O líquido forçado pelas gargantas dos heróis não causou só pesadelos, mas também liberou suas respectivas Aparições: a de Ororo como uma imponente rainha tribal, a de Betsy como uma espiã sensual em seu corpo britânico, a de Eugene como um homem alto e musculoso. A pior parte? Eles têm os mesmos poderes do trio original. Só não contavam que Bishop ainda guardasse seus conhecimentos dos tempos de Caçador de Aparições, destruindo boa parte das criaturas e libertando seus amigos. No combate, Bishop matou a Aparição de Pigmeu, Tempestade matou sua própria Aparição e Psylocke reabsorveu a dela. Mas a Rainha das Aparições ainda estava à solta liberando outras criaturas. Para surpresa de todos, naquele momento, Espiral reapareceu, dizendo saber quem é a vilã.



Assim, descobrimos por onde a feiticeira extradimensional esteve após fugir da Fabulosa X-Force: procurando Ginny, com seus feitiços e equipamentos incomuns. Foi então que ela percebeu algo de muito errado acontecendo na cidade, e ao interrogar uma mulher assassinada (não, vocês não leram errado... digamos que Espiral tem seus métodos para falar com os mortos), retomou o rastro da seita de encapuzados, que vinha sequestrando e assassinando pessoas por aí. Ela finalmente descobriu o esconderijo da vilã, na Mansão Mágica, onde encontrou não só várias Aparições prontas para atacá-la, mas a própria Rainha das Aparições revelando ser... Ginny!

Ou melhor, o corpo de Ginny; sua mente estava sendo controlada pela verdadeira Rainha das Aparições, ninguém menos que Cassandra Nova – ou melhor, a versão futura e imaterial de Cassandra, que após possuir Bishop, fez ele vir até esse momento do presente por saber que seu “irmão” Charles Xavier está morto nele. Ou seja, as Aparições na verdade são Mummudrais (o conceito foi apresentado por Mike Carey um pouco antes da saga Complexo de Messias, lembram?). Cassandra quer provocar a Grande Corrupção, destruindo a barreira que separa nossa dimensão do Submundo dos Mummudrais – e agora, ela está mais perto que nunca de atingir seu objetivo...



O que dizer desse arco? Por um lado, é legal finalmente entender quem são as ameaças na série; por outro, Humphries gastou tanto tempo em tramas paralelas que as revelações acabam vindo confusas e parecendo terem vindo do nada. Por um lado, a arte de Alphona na terceira parte do arco é linda e bem expressiva; por outro, a de Pérez nas partes anteriores é bem fraquinha. Por um lado, o “choque de fracassos” vivido por Psylocke, Tempestade e Pigmeu foi uma forma interessante de analisar o passado deles; por outro, foi uma parte pequena frente a várias cenas desinteressantes de batalha (“cortesia” da arte de Pérez).

Quanto à volta de Cassandra, taí uma vilã que deveria ter retornado faz muito tempo (Bendis, Aaron, Wood, que raios deu em vocês pra não terem trazido ela de volta antes?!). Uma vilã tão épica merecia um retorno igualmente épico; infelizmente, o impacto da volta de Cassandra Nova acabou abafado por toda a bagunça feita nessa série. Pelo menos a ameaça que ela representa parece grande, vamos esperar para ver.

No fim das contas, a impressão que fica com esse arco é que houve grandes conceitos e grandes ideias para ele. Infelizmente, tudo isso acabou soterrado pela falta de organização do roteirista e pela arte irregular. Pena.

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