terça-feira, 13 de janeiro de 2015

Gavião Arqueiro: Sai a parceira, volta o irmão



Taí uma duplinha que veio pra dar certo. E não, não estou falando exatamente de Clint Barton e Kate Bishop, mas sim de Matt Fraction e David Aja . É algo herdado das aventuras do Punho de Ferro (junto também com Brubaker) e que se repete em Gavião Arqueiro. Além da magnanima narrativa visual, cada revista é um pedacinho que dá um algo mais no todo da trama que vai se formando. E as edições que seguem exemplificam bem isso.

Nas últimas vezes que voltamos ao site pra falar do assunto, vimos como foi a morte de Grills (vizinho do Gavião) e mais detalhes do assassinato na visão do cachorro Sortudo. A trama se complementa nas edições subsequentes que marcam a entrada inesperada de Barney Barton na historia e como se entrelaça com a trama.

Na edição 12 original publicada aqui no Brasil de Capitão America & Gavião Arqueiro 12, Francesco Francavilla dá um belo flashback no passado dos Bartons. Barney faz uma ligação pro irmão pedindo ajuda, dinheiro principalmente. Marcam um horário, mas parece que o Barton não estava na hora. Pra piorar topa com a gangue do agasalho e até faz uma aposta ridícula para eles o socarem em troca de grana. Enquanto apanha, Barney lembra da época em que o pai durão batia em Clint e como ele tentou ajudar o irmão a se defender.  Desde aquela época, Barney aguentava por sua cara literalmente a tapa. Pena que levou um calote dos caras de agasalho desta vez.

Depois de acordar na sargeta, mais gente da gangue volta ao beco ofertando dinheiro em troca de dar uns sopapos em Barney (sabe-se lá porquê). por dois minutos. O cara aguenta o tempo cronometrado. Depois, é a vez dele dar o troco. E coitado desses caras! Mais pra fim do dia, Barney volta a ligar pro irmão e finalmente eles se encontram a noite. Por mais que tenham suas diferenças, os Bartons cuidam um do outro.

A edição 13 só continua em Capitão America & Gavião Arqueiro 14 do Brasil (viram a capa bacana do Vitor Caffagi?). Ela dá um outro ponto de vista a mesma história do Barney e do Sortudo. Depois que atendeu um chamado dos Vingadores, Clint Barton recebeu a notícia triste da morte do vizinho. Foi um dia sombrio que ele tirou para se embebedar e acabou não ajudando muito quando os policiais vieram interrogá-lo. O pior ainda estava por vir: dar a notícia pessoalmente ao pai do Grills. Foi de cortar o coração.


Mais tarde, ele e Kate se arrumam para o enterro do vizinho e mais uma vez Clint parece mais quebrado que qualquer heroi (pobre da Kate que tem que aturá-lo). No enterro, sem ele saber, a gangue do agasalho e seu chefão observam a coisa de longe. Certamente estão tramando algo enquanto estão todos fora dali. Quando Barton chega no prédio de volta, percebe um sapato jogado na rua (o mesmo do cara que Sortudo atacou, lembra?). E é naquela mesma noite que Barney Barton chega. Enquanto ele estava usando o banheiro, ocorre a tal briga da Kate com Clint. Barton está sem parceira, sem cachorro. Mas agora tem o irmão.


Mas o que Kate esteve fazendo esse tempo todo? Quem leu as edições 13 e 15 da revista mensal (originalmente a edição 14 e uma anual) vai acompanhar as aventuras da senhorita Bishop na Costa Oeste. Na primeira delas, vemos a garota entrando numa enrascada num grande hotel em Los Angeles. Seu cartão de credito deu problema (teria sido o pai depois da péssima conversa que tiveram no último encontro?). Pra piorar, ela viu seu carro sendo guinchado e os mensageiros do hotel roubaram suas malas. Fora isso, o gerente cortou seu cartão dizendo ser orientado pela administradora a fazer isso. Era uma bela enrascada. Por sorte, uma das hospedes do lugar estava ali para ajudá-la Whitney Frost.

Acredito que a maioria dos leitores devem ter associado o nome a pessoa. Tudo aquilo era uma vingança armada pela Madame Mascara que queria literalmente a cabeça da guria desde Madripoor. E tudo poderia dar muito certo se a Kate não fosse uma menina pra lá de esperta. Fingiu não sacar a trama da vilã e aceitou a ajuda. E com todo o seu jeito pentelho, Bishop virou o feitiço contra a feiticeira e acabou detonando de vez o carro, a mansão e até o estoque de MVAs de Whitney. Mas o problema financeiro dela ainda continuava e assim a riquinha passou pelo seu primeiro grande desafio da vida - trabalhar pelo seu próprio dinheiro.

Kate acabou garantindo o lugar pra ficar ao aceitar ser baby sitter de um gato de duas senhoras que viviam num trailer em uma praia da cidade. Ainda assim, não era o suficiente para sobreviver. Daí, veio a ideia de ser uma heroina de aluguel e seu primeiro caso foi logo da vizinhança. Misteriosamente alguém tinha roubado as orquídeas que seriam usadas em um casamento e tudo levava a crer que o autor fosse Flynt Ward, um ricaço da cidade que ninguém tinha coragem de se meter. Kate tentou de todas as maneira pegar de volta as flores, mas sem sucesso. Então, apelou, vestiu o arco e tentou tirá-la a força (sem sucesso também). A última estrategia foi mais ousada: Permitiu ser atropelada pelo carro de Ward e registrou tudo pelo celular. Foi o suficiente para garantiu a prisão do sujeito e pegar as flores de volta para seus vizinhos. Mas o pior a Kate não sabia - Ward tem ligação íntima com a Madame Mascara. E a repercussão disso só saberemos nas próximas edições.


Já não adianta analisar a parte referente aos Bartons, afinal a cada nova história, só tenho elogios a trama que se monta. Mas dessa vez temos um grade diferencial quando o roteiro se divide para longe da costa leste e acompanhamos a Kate. Daí, dois novos desenhistas assumiram e foram espetaculares na narrativa - Javier Pulido e Anni Wu. A dinâmica esferveceu histérica como é o jeito de ser da Jovem Vingadora e muitas vezes recorreu a duas maneira diferentes para mostrar os balões de pensamento da garota. Por mim, poderiam até dividir em duas revistas diferentes que eu acompanharia no mesmo entusiasmo de boa. É a história que tá salvando a revista mensal brasileira, por sinal. Vai ser mesmo uma pena quando acabar...

Coveiro

comments powered by Disqus