O showrunner de Luke Cage da Marvel, Cheo Hodari Coker, esteve respondendo aos fãs no Twitter sobre a série recentemente. Depois de divulgar os nomes dos episódios da terceira temporada agora cancelada, ele retrucou um fã que questionou sobre a controversa escolha dos vilões da série da Netflix.
Na última semana, houve uma postagem nas redes sociais que se tornou viral, na qual um fã da Marvel Netflix fez a 'observação' de que os conflitos entre herói e vilão na versão do Harlem da Marvel eram todos conflitos entre negros:
“Obviamente, Luke Cage foi criado na década de 1970, mas vocês espiaram como a série da Marvel o retratava tendo que lutar contra MAIS negros para SALVAR o Harlem do que vilões brancos?” @silentpartner80 escreveu em um tweet. "Eu percebi."
A postagem gerou mais de 4 milhões de visualizações e gerou um debate sobre como a série do Luke Cage selecionou e caracterizou seus vilões. Depois de uma semana, Cheo Hodari Coker tuitou algumas perspectivas dos bastidores como showrunner:
“Eu estava tentando manter os negros com empregos remunerados.
Luke Cage ser criticado por sua escolha de vilões não é novidade – na verdade, em muitos aspectos, é a versão definitiva desta série específica da Marvel Netflix. O único vilão realmente querido pelos fãs foi Cornell "Cottonmouth" Stokes (de Mahershala Ali) mortyo na metade da primeira temporada. Quando Willis Stryker, o Cascavel (de Erik LaRay Harvey) apareceu pra ser o grande opositor da metade final da Temporada 1, houve muitas críticas pela decisão.
Já a segunda temporada se focou em vilanizar a "Black Mariah", chamada ali de Mariah Stokes-Dillard (vivida por Alfre Woodard), que tomou simplesmente o lugar do irmão e aspirava cargos públicos como política. Já o vilão 'físico' da segunda temporada foi a adaptação de John McIver, o Bushmaster (de Mustafa Shakir).
A questão das escolhas dos vilões de Luke Cage fica ainda mais complicada quando se tenta navegar na questão racial. Como sugere a postagem original, a criação de Luke Cage em 1972 ocorreu em um momento em que Stan Lee e os criadores da Marvel Comics (neste caso John Romita Sr., Archie Goodwin, George Tuska e Roy Thomas) estavam tentando diversificar sua linha de personagens – mas muitas vezes o fizeram de maneiras lamentavelmente estereotipadas (se não culturalmente insensíveis), conforme medido pelos padrões atuais. Ter super-heróis negros lutando contra caricaturas exageradas de supervilões negros foi indiscutivelmente considerado abuso, dado o contexto em que foi criado – e quem o criou.
É muito mais sutil e complicado discutir o que significa a representação de Luke Cage lutando contra vilões negros quando feita por uma equipe criativa fortemente negra. Como aponta Coker, empregar atores negros na série, tanto quanto possível, está longe de ser um abuso. Essa, no entanto, é uma discussão que certamente não será saudavelmente respondida pelas redes sociais como Twitter e Facebook.
Coveiro