segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Cable: Nathan e as Baratas*


Cable

Depois de conseguir alguma estabilidade no futuro, longe do radar de Bishop, Cable parecia mais do que certo em desconfiar dos “visitantes” da até então escondida Nova Liberdade, onde passou a viver com Esperança, que passou a agir como mãe da já crescidinha messias mutante (que continua chamando-o de Nathan). Os soldados que se diziam agentes do que sobrou do governo dos EUA não eram nada mais do que problemas. Sérios problemas. Ao mesmo tempo, na mesma edição 96 de X-Men Extra, acompanhamos o que os X-Men conseguem extrair de Bishop, de volta o presente, e o que ele consegue realizar de seu novo plano para exterminar a menina.

Sem ver uma forma efetiva de reagir aos militares que chegavam, Nathan, cuja narrativa da história é nitidamente dirigida à pequena messias, não pensa duas vezes a não ser em deixar o local. Mas para isso precisava encontrá-la. Ressaltando a vida que construiu com Esperança, lembra que enterrou suas armas pensando em viver tranquilamente. O que claramente não se mostrava mais possível. Mas não havia tempo de tirá-las dali, apenas procurá-la e ir embora.

Cable

No presente, Bishop fala enigmaticamente de bombas atômicas plantadas no futuro para acabar com Cable e a menina, e Ciclope tenta retirar a informação do ex-companheiro de X-Men. O Fera se mostra surpreso com o genocídio planejado por Lucas para atingir seus objetivos, tudo baseado na crença de que se a menina morrer, aquela linha temporal nunca existiria, pois é diferente de tudo que conhecem sobre o futuro. Quase se desculpando com Hank, Scott permite que Emma assuma o “interrogatório”...

O que ocorre é uma tortura mental do prisioneiro, fragilizando sua mente para que as informações procuradas sejam finalmente reveladas. Hank e Scott divergem bastante quanto ao método, mas ele é aplicado mesmo assim.

Cable

Assim, Emma descobre que Bishop já devastou a Austrália e a Ásia até o Oriente Médio, sem definir exatamente quando. Nem mesmo a fria Rainha Branca encara esses pensamentos “pescados” com tranqüilidade, e parece abalada. Além disso, a possibilidade de continuar a sondagem pode afetar gravemente a mente do interrogado.

De volta a Nova Liberdade, ao procurar pela messias, Cable é rudemente abordado por um dos soldados dos EUA e reage brutalmente. Pensando o quanto queria evitar qualquer conflito que chamasse atenção para o local onde se esconderam de Bishop, golpeia sua cabeça, fazendo com que seu capacete voe longe e revele algo assustador. Aquele “homem” não é humano, mas um inseto humanóide, que reclama pela surpresa ter sido estragada.

Isso faz com que Cable desejasse ter desenterrado suas armas, pois logo percebe que em combate corpo-a-corpo estava em clara desvantagem em relação aquele insectóide. Principalmente porque a falta de prática, seus ferimentos mais recentes, e a idade avançada só pioravam a situação. Ele amoleceu. Amoleceu por causa da menininha.

Porém, o invasor caiu no erro de pensar que combatia um mero fazendeiro, um caipiria. Mesmo enferrujado, Cable é um soldado bem treinado e com vasta experiência. Apelando para um golpe sujo que não funciona como esperava, acaba conseguindo pegar uma arma. Uma foice. É o suficiente para que o inimigo seja decapitado. Afinal, ele é “só” uma barata super crescida.

Cable

Porém, para surpresa de Nathan, ele é realmente uma barata. Sendo assim, não é a perda da cabeça que faz com que seu corpo pare. Assim, é necessário um pouco mais de esforço para derrotá-lo. Mas ele consegue.

Logo ele encontra um dos moradores locais, Griff, que já tinha visto e combatido seres como aquele, e arma uma tocaia com ele. Sabendo agora onde golpear, eles derrotam mais duas baratas rapidamente. É quando Griff, confirmando suas suspeitas, reconhece que Cable não era apenas um fazendeiro, chamando-o para organizar uma resistência. Mas ele recusa. Precisava encontrar a menina, ocultando que prezava pela vida dela muito mais do que a própria vila e seus habitantes.

Cable

Era necessário manterem-se anônimos. Era essa sua justificativa para fazer tudo aquilo por ela. Pela vida da pequena messias. E finalmente a encontra, no alto de uma torre d’água, observando tudo. Cable revela que os soldados são monstros, e que precisavam fugir.

Eles observam, escondidos, os cinco soldados restantes tentando convencer as pessoas a entrarem em casulos trazidos por eles. Claro, tudo uma armadilha. Sabe-se lá o que planejavam fazer com os agora reféns. Porém, logo os dois vêem Esperança (a quem a menina trata como mãe) entre os prisioneiros. Apesar dos gritos da menina, Cable diz que os dois precisam fugir, para salvá-la depois.

Cable

Mais uma vez no presente, Hank tenta obter algum progresso na análise do dispositivo temporal anexado ao braço mecânico até então usado por Bishop, sem esconder a raiva que sente pela tortura que lhe foi imposta. Tortura que quase o levou à morte. O mutante do futuro finalmente parece disposto a cooperar. Diz que precisa mostrar algo a Ciclope. Algo enterrado. Ele dá a localização e só nos resta aguardar para saber o que pretende com isso.

Mais uma vez em Nova Liberdade, Cable só pensa em reforçar o quanto a menina precisa confiar nele, pois devotou sua vida a protegê-la. Assim, desenterrando as armas e uniforme há muito escondidos, cumpre o que ela tanto ansiava, e, sob os elogios da pequena, parte para o resgate de sua “mãe”.

Cable

Porém, pode ser tarde. Com um dos soldados continuando seu discurso de salvar o país com aquelas pessoas da vila, os casulos onde alguns já estavam alojados se rompem, revelando grandes baratas sem nenhuma aparência humanóide. Ele mesmo, retirando seu capacete, espalha o terror nos cidadãos ainda não aprisionados, ainda que diga que não é necessário terem medo.

Cable

A segunda parte do arco continua sem sabermos que fim levou Esperança, mas com a certeza de que, na próxima edição, os invasores terão um oponente de peso na tentativa de conquistar o pequeno paraíso que descobriram.


João


* Título do review inspirado no filme Joe e as Baratas.

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