Homem-Aranha: Castelo de Areia

Electro foi só o começo. Em uma caçada armada pela viúva de Kraven, o Caçador, o Homem-Aranha mal imagina as provações que terá pela frente até que os planos de Sasha Kravinoff chegarem em seu derradeiro momento. Em Homem-Aranha 112 ele encontra mais um de seus clássicos vilões, em história de Fred Van Lente e Javier Pulido. E dessa vez se verá envolvido em questões de crime, de família, uma princesa e decepções...

Tudo começa com a pequenina Keemia, que vive como uma princesa, que vivendo em um reino vazio com exceção de seu pai, o rei, parece muito feliz com a vida que tinha antes, com sua mãe e avó, mesmo que sinta falta das duas. Ela vive em um castelo onde tudo é feito de areia, e demonstra admiração e carinho muito grandes por seu pai, que está em toda parte.

No coração de Nova York, que anda debaixo de uma nevasca, nos escritórios da prefeitura, onde tudo está fervendo desde o desabamento do prédio do CD, Peter Parker recebe a tarefa de tirar fotos que demonstrem que o trabalho necessário vem sendo feito. O problema é que para limpar um pouco a barra da prefeitura, Carlie Cooper será usada de bode expiatório.

Enquanto o prefeito JJ Jameson conversa com Robbie Robertson de forma saudosista sobre o destruído prédio do Clarim Diário, é o que acontece. Toda a culpa pelo desaparecimento misterioso das provas de assassinato de Herman Cohen, Alma Alvarado e Deshawn Price cai sobre Carlie, que é suspensa no ato, com chance de até mesmo ser presa. Mas Peter não deixará acontecer dessa forma.


Naquela noite o Homem-Aranha começa a investigar os três crimes, e logo que chega na casa da primeira vítima (Alma Alvarado) se depara com algo preocupante. Uma parede e espelho coberto com fotos de vários dos seus vilões “favoritos”. Ele deduz que Alma era fã de super criminosos, mas enquanto vasculhava a correspondência que ela trocava com alguns deles (Ardiloso, Homem-Areia..) alguém surge no escuro e atira contra o aracnídeo.

Uma velhinha, mãe de Alma, que pensa estar diante de mais um criminoso. Esclarecido um mal entendido, logo algo importante nos é revelado. Aquela é mãe da falecida Alma, e avó de Keemia! A única pista que ela tem é um confuso testemunho de dois meninos muito novos, que viram-na indo embora com um boneco de neve falante (!!). O pai de Keemia é um criminoso, mas sua identidade é um mistério. A única pista que Peter consegue é que outro dos três assassinados, Herman Cohen, foi responsável por conseguir um mandado de restrição do pai de Keemia dela e de sua mãe. Uma baita pista, que o leva até Flint Marko, o HOMEM-AREIA.


Só falta saber se há ligação com a terceira vítima, para ter certeza de que está tudo ligado ao sumiço de Keemia e a um vilão conhecido. A única informação que o Aranha consegue sobre Deshawn Price é que ele tinha conseguido permissão para realizar shows na Ilha do Governador (nada a ver com o bairro do Rio de Janeiro, mas com a Governors Island, de Nova York).

Agora ele já tem onde procurar. Chegando à Governors Island, acreditando que encontraria a menina seqüestrada nesse local atualmente semi-abandonado, o Homem-Aranha se depara com um exército de bonecos de neve “guardando” sua entrada.

Caminhando pelo labirinto deserto (onde há tudo que uma pequena cidade precisa) ele é finalmente abordado violentamente pelo Homem-Areia. Acreditando que os três assassinatos foram obra de Marko, o Aranha o combate e tenta extrair dele a informação sobre onde está Keemia.

A luta não é fácil, já que Flint domina todo o local, coberto por uma enorme quantidade de areia. Ele parece estar em todos os lugares ao mesmo tempo. Além disso, sua relação com Keemia parece ser de um carinho quase obsessivo, dizendo que ela é tudo em sua vida. Negando os assassinatos, e demonstrando um poder maior do que o normal, o Homem Areia começa a ser um adversário mais difícil de bater do que se imaginava, multiplicando-se em vários ao mesmo tempo.


Logo o Homem-Aranha perde a consciência pelas pancadas e acorda aprisionado diante de uma incisiva princesa Keemia Marko, descobrindo que o castelo de areia em que se encontram é parte do “rei”, que repousa depois da batalha.

Convencida pelo pai de que os outros a querem enganar, Keemia não cai facilmente na conversa do Aranha que promete levar sua avó até ali. Ela finalmente cede e o liberta, fazendo com que o herói a agarre pensando estar a salvá-la.


Não demora e o Homem-Areia reage de forma inconsciente aos gritos da filha. Aproveitando-se do fato dele não querer machucá-la, o aracnídeo escapa de suas investidas até o lado de fora. Mas não é o suficiente. Flint desperta e manda um exército de réplicas suas, o que só se torna mais difícil de combater quando Keemia insiste em reagir e tentar se libertar.

Mas enquanto o Aranha tenta questionar os assassinatos, uma revelação é feita. As várias versões de si que Flint produz não são meras extensões de seu corpo de areia totalmente sob seu controle. Muito parecido com o que ocorre com as duplicatas de Madrox, Elas criaram personalidade própria, e três cuidaram, cada uma, de um dos assassinatos, deixando mesmo o Homem-Areia surpreso e apavorado.

Ele pare de lutar, e fica paralisado quando o Aranha levanta a possibilidade de uma dessas facetas de seu subconsciente se irritar e matar Keemia como fez com os outros. Inicia-se, então, uma luta do subconsciente de Marko, mas que se materializa no mundo real, dando a deixa para que o aracnídeo fuja com a menina.

Logo Flint percebe isso, e uma nova perseguição tem início, com uma versão gigante do Homem-Areia.


O Homem Areia recupera sua filha e, em um ambiente fechado cheio de exaustores, continua a perseguir o herói. E aí que tenta convencê-lo a deixar a obsessão com a menina de lado, já que, sendo feito de areia, nunca poderia ser o verdadeiro pai de Keemia por uma questão biológica. Mas isso não importa para Marko, que crê na relação paternal que tem com ela, por ser a única coisa que ainda pode realmente ter de valor em sua vida.

Em uma chance única, o Aranha usa a fúria do Homem-Areia para jogá-lo em um dos exaustores mais poderosos do local, fazendo com que se dispersasse no ar.

Mas diferente do que o Homem-Aranha imaginava, Keemia não será entregue a avó. Na verdade, se torna responsabilidade do serviço social que a coloca em um lar adotivo. O grande mentiroso, no fim, foi o herói que acreditava tê-la salvo de um vilão. Nem mesmo a liberação de Carlie é o suficiente para consolá-lo. A sensação de ter tomado uma péssima decisão o assombra e golpeia sua consciência.

Colocada em um lar nem um pouco amistoso, a Keemia só resta sonhar com seu reino e aguardar até o dia em que seu pai, o rei, a levará de volta para lá.



João