segunda-feira, 12 de março de 2012

A Teia do Homem-Aranha: Entre os muros da prisão

Na época das matérias do Coveiro sobre a FIQ nosso redator Kinhu comentou sobre o retorno de Norman Osborn, em minissérie escrita por Kelly Sue e que sairia aqui. Fiquei interessado e quando a história saiu em A Teia do Homem-Aranha nº11 me prontifiquei rápido a fazer o review...e como me arrependi.

Osborn

A história é simples, Norman está preso desde O Cerco, como já vimos inclusive em outras histórias, mas ainda não foi acusado formalmente de nada, o que pode lhe garantir um habeas corpus brevemente. O problema para um trio de senadores é que a defesa poderia valer-se da famosa declaração de insanidade em caso de uma acusação formal, algo que, vamos combinar, não estaria longe da verdade tratando-se de Osborn.

A solução encontrada é varrer o problema para debaixo do tapete, transferindo Norman para uma prisão secreta, totalmente fora dos registros. É esse momento que os problemas da história começam, ao meu ver.

Primeiro, o que são esse prisioneiros superpoderosos que aparecem aqui? A Marvel e sua mania de criar novos personagens que são perigosos, poderosos e sempre existiram, só não apareceram antes sabe-se lá porque. Ou melhor, por puro roteirismo.

Osborn

A editora tem décadas de vida, custava então pesquisar por personagens sumidos e tentar trazê-los de volta? Deve ter muito vilão no limbo editorial que merecia um retorno. Na minha opinião a única personagem interessante é a Dra. June Covington, tanto que o ponto alto da edição é a história solo dela, uma espécie de interlúdio onde ela dá um depoimento sobre sua vida. Achei inteligente e bem pé no chão ela buscar aprimoramento não para conseguir poderes, mas simplesmente para tirar imperfeições. Quem já não quis fazer isso?

Osborn

Osborn na prisão, tinha certeza que ele se uniria à esses novos personagens e causaria uma rebelião, porém outro problema apareceu nessa edição. A capa, com o vilão sorrindo atrás das grades, me passou a idéia de algo estilo Hannibal Lecter, com Norman sendo extremamente manipulador e inteligente mesmo preso, algo que foi trabalhado nele com maestria em Caído entre os Mortos.

Aqui ele é inteligente, tanto que assume a liderança do lugar, mas é ajudado pelo Padre Coulmier, conselheiro espiritual dos presos que revela-se membro de um tipo de seita que considera Osborn um "messias" e que está disposta a tirá-lo da prisão. E aí chegamos em mais um problema, essa seita maluca que ajuda Osborn, além de trazer um elemento um tanto fora da curva para o personagem (alô, Reunião do Quinteto), é desnecessária, pois os Scriers poderiam muito bem sair do limbo editorial e desempenharem esse papel, o que teria muito mais sentido, já que eles eram muito leais ao Norman.

Em meio a isso, temos a repórter do Linha de Frente chamada Norah Winters, que recebeu a missão de escrever mais sobre Osborn e acaba descobrindo que o sujeito desapareceu no sistema. Vale nota que eu achei Norah uma das personagens mais chatas dos últimos tempos, basta observar a conversa dela com Peter Parker, onde você tem vontade de arrancar seu braço só para ter alguma coisa para arremessar nela.

Osborn

No fim, a história avança bem pouco para o personagem. Ele consegue fugir da prisão, destruindo-a com uma explosão suicida do padre, entregando-se para a polícia, conseguindo uma acusação formal e também prejudicando a Senadora Muffoletto, que abandonada acabou levando a culpa sozinha pela transferência ilegal de Osborn. Convenhamos que não precisava de uma história desse tamanho para avançar apenas na "acusação formal", já que não me importo em nada com o destino da senadora com nome de bolo industrializado.

Falando em não se importar, existe aqui uma tentativa de "clima conspiratório", com o misterioso sujeito que leva Norah até a prisão, mas foi inserida de maneira tão ruim que não despertou curiosidade em mim para saber mais. A história termina com Osborn recebendo a visita da Dra. Covington, que traz seus remédios novos.

Osborn

Eu gosto muito do personagem, tanto que me ofereci correndo para fazer a review, mas espero que suas próximas aparições ocorram em histórias melhores.


Eddie

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