quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Homem de Ferro: "No fundo do poço tem uma mola"

Tony Stark perdeu tudo que possuía quando Norman Osborn ganhou tudo que queria tempos atrás. Desde sua empresa, até seu cérebro. Desde seus amigos, até sua armadura. Mas, aos poucos, ele vai se reconstruir do chão de volta ao topo. Como diz uma música que gosto: “No fundo do poço tem uma mola”. De armadura nova (inclusive integrada ao seu organismo), passando por reestabelecer os laços com os antigos companheiros de heroísmo, voltar a ter um cérebro de um dos homens mais inteligentes do planeta (mesmo que faltando algumas memórias), até sua empresa. Mas ele não quer mais reconstruir a mesma empresa pela milionésima vez, nem fazer o que fazia sempre. Chega de guerra, chega de armas, chega de qualquer coisa que possa virar uma arma. Ele quer produzir energia barata e acessível. Mais especificamente, quer expandir a tecnologia do repulsor do Homem de Ferro a outras coisas e pessoas.

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Pra começar, carros movidos à energia repulsora. Claro que ele sabe que pode contar com Pepper e Rhodes (e até com Hill) nesse processo, mas são preciso muito mais que três pessoas para reconstruir uma empresa, ainda mais uma tão inovadora. Então ele vai recrutar. Recrutar pessoas do passado que de alguma forma já trabalharam com o ex-milionário e que ele sabe que tem esse potencial. Acontece que nem sempre Tony foi um exemplo de pessoa (se é que já foi) e algumas delas não têm uma boa lembrança de trabalhar com ele. É o caso do engenheiro de automóveis, Carson Wyche que foi demitido em público pelo ex-patrão. Claro que isso não é problema pra alguém com a lábia de Stark que reúne então uma pequena equipe pra começar. Incluindo sua secretária de muitos anos que já o ajudou muitas vezes: a Senhora Arbogast (afinal, agora Pots é executiva, alguém precisa fazer o secretariado). A equipe ainda inclui: Sr. Cababa também antigo funcionário das Indústrias Stark; Sr. Macken, Mecânico/engenheiro elétrico em fim de carreira e Sr.Pimacher um gênio da nova geração cansado de reconstruir coisas na antiga empresa, querendo poder ser original. Eis então, a Stark Resiliente.

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Enquanto os integrantes da nova empresa ficam sabendo que possuem 6 semanas pra lançar em uma feira internacional um carro que levaria 5 anos pra fazer (afinal, precisam de visibilidade para arrecadar verba), Pepper tem suas próprias preocupações. Depois de ter vivido como a heroína Resgate graças a um repulsor no peito e ter tido ele tirado pra “ressuscitar” Tony, ela não pode mais ser apenas Pepper Post novamente. Ela quer (e tem, afinal, ela só perde em teimosia pro próprio Tony) o repulsor de novo. A idéia que temos é que a personagem finalmente se colocou em primeiro plano nesses últimos tempos e não consegue mais viver a sombra de Stark. Claro que ela continuará lá com ele, mas de mocinha que precisa de resgate (com trocadilhos) ela passou a ser a heroína que resgata. Resgata, inclusive, o “mocinho” Tony Stark (como em uma luta dele com Sasha Hammer na edição 19). E, convenhamos, é difícil aceitar um retorno a mero humano quando já se teve mais. Claro que essa maior exploração e desenvolvimento de Pots é resultado dos filmes que touxeram a personagem de volta às HQs e a deram maior destaque. Mesmo assim, acho que é uma personalidade diferente e interessante e só faz bem às histórias (sim, sou suspeita pra dizer isso).

Outro assunto em destque no arco é que, uma vez que Anthony deixou de vez o ramo das armas, alguém tem de ocupar seu lugar (afinal, ele pode ter parado de fazer, mas as pessoas/governos não pararam de consumí-las). E nesta empreitada estão filha e neta de Justin Hammer: Justine e Sasha Hammer, respectivamente. Além de terem adiquirido diversos equipamentos leiloados quando o M.A.R.T.E.L.O. foi fechado (armamentos ainda de tecnologia Stark), elas produzem e revendem agora o novo defensor particular chamado “Aço de Detroit”. Ele não é um robô, é operado por humanos por dentro. Mas, longe de ser um herói altamente armado com seus próprios ideais e princípios (ou até um vilão) é apenas um instrumento capitalizado servindo para o ideal e princípio alheio, algo extremamente perigoso. E, pior, da mesma forma que pensa uma empresa que quer vender em diversos locais, elas oferecem seu produto desde os EUA a terroristas. E sim, quando se vendem armamentos essas interações comuns de quem vende qualquer produto ficam mais complicadas, é uma área “cinza”, com complexidade demais pra se comparar a qualquer produto. Esse é um ramo que gera problemas demais se você tenta ser descriminatório (pra quem vender) ou democrático e é este tipo de problema que a nova empresa de Anthony não quer ter.

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Fazendo um pequeno paralelo, o início das histórias do personagem Homem de Ferro, nos anos 60, em meio à guerra fria e onde o patriotismo era aceito traquilamente (até poque só se vendiam suas HQs nos EUA), fazia sentido um engenheiro rico ser dono de uma empresa que fabricava armamentos para o governo. O tornava, até, um dos “mocinhos”. Ele se tornar herói devido à “má” utilização de seus produtos por terroristas é, inclusive, uma questão inovadora pra época, mas se mantém num certo grau patriotismo ingênuo. O mundo evoluiu, as pessoas que lêem HQ mudaram e aumentaram, não dá mais pra relacionar um herói à venda de armas, nem que seja para o governo. Mesmo que a Indústria Stark tenha perdurado neste ramo, não combinaria com essa reconstrução do Tony Stark depois de um período controverso como a Guerra Civil e a direção da S.H.I.E.L.D.. Deixemos a venda de armamento para os vilões que podem ser inescrupulosos e democráticos, vendendo para todos. E que tipo de empresa um herói em redenção teria? Na onda do politicamente/ecologicamente correto, nada melhor que prover energia limpa. É o “cúmulo” do heroismo: não basta salvar pessoas, tem que reciclar. E essa idéia caiu como uma luva para construção da Stark Resiliente e do novo perfil regenerado (de vez?) de Anthony Stark.

E vilão que é vilão não quer só tomar o mercado de armas, quer destruir o novo negócio do inimigo mesmo que este não compita mais com ele. É isso que as Hammers querem e contatam até Espião Mestre e outros aliados misteriosos (inclusive um agente infiltrado na Stark Resiliente) para fazê-lo. Não que seja muita surpresa, já que a própria Sasha declara isso ao protagonista numa estranha carona: elas não querem só destruí-lo, querem humilhá-lo. Ela também revela ter no corpo a mesma tecnologia de “aprimoradores” de Ezekiel Stane possuía arcos atrás. Faltou apenas a risada diabólica, não? Mãe e filha encarnam uma espécie de vilania clássica (pelo menos até agora): sem escrúpulos, sem ligar pra inocentes pegos no meio da briga, querendo por fogo na fogueira e destruir o inimigo custe o que custar. Além disso, fazem demonstrações do Aço de Detroit contratando elas mesmas o “problema” a ser resolvido, o que faz parte de toda boa vilania. Como se não bastasse, elas lançam um aplicativo de celular onde a população dá apoio aéreo armado pro Aço de Detroit, quando elas pensam que não se passa de um jogo de guerra.

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No dia do lançamento do aplicativo, ocorre a demonstração do novo carro com energia Stark, como todo bom clímax onde ocorrem várias situações críticas ao mesmo tempo. E, como todo bom clímax, algo inesperado e assustador acontece: na hora de dar a partida, uma explosão toma o lugar do carro onde estava o motorista: Tony Stark. Mas a conclusão deste arco ainda acontece só daqui mais 3 edições e promete muita coisa!

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Essa é a história do arco que começou da revista Homem de Ferro e Thor 14 que contamos aqui no site, e está na sexta parte, na edição número 19 da revista.

ps. Pra ver as capas de todas edições: clique aqui, aqui, aqui, aqui e aqui.


Cammy

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