Novos Vingadores: Dinastia Skrull?

O mundo foi completamente transformado por Wanda Maximoff, a Feiticeira Escarlate. Desequilibrada, louca, fez com seus poderes algo que poucos acreditavam ser possível. Tornou o mundo como conhecemos uma suposta utopia mutante liderada por seu pai, Magneto. Como essa história – retratada em Dinastia M – termina, todos sabemos. Porém, o que não sabemos é como os skrulls, a começar pela imperatriz Veranke, reagiram a isso. E usando o corpo de Jessica Drew, a Mulher-Aranha, a monarca skrull se lembrava de tudo, e via seu grande plano, a grande profecia na qual baseava toda a crença da vitória de sua raça, indo por água abaixo. É em Novos Vingadores 68 que descobrimos o que fizeram os skrulls quando Wanda transformou a Terra em um planeta dominado por mutantes.

Atônita, Veranke “acorda” na realidade da dinastia M como a agente Drew, da SHIELD dirigida por Sebastian Shaw, no principal de seus aeroporta-aviões, sobrevoando Nova York escoltado por sentinelas e jatos da agência militar. Literalmente nauseada ao perceber que a Terra se tornou um mundo de maioria mutante, ela só consegue correr e, assumindo sua forma original depois de tanto tempo com aparência humana, vomitar no banheiro enquanto chora.


Mas por que ela se lembra de tudo? Na minha opinião, o fato dos skrulls (obviamente) não serem humanos, e de Wanda não saber isso quando fez seu feitiço, é o que acabou deixando-os parcialmente ilesos. Em Chicago, o Hank Pym skrull, Criti Noll, também se lembra de tudo, e rememora sua missão enquanto um convencido e condescendente Hank McCoy o coloca na marginalidade destinada a um humano em um mundo no qual sua raça está em extinção. Mas ele ignora o colega cientista, só pensando no que pode fazer em sua atual condição, e vai embora.


Apavorado, desorientado, sai na rua sem rumo, sem pensar, e logo é abordado por Veranke. Usando sua autoridade, ela tenta acalmá-lo (coisa que teve fazer por si mesma), deixando claro qual é a situação em que os dois se encontram, para que pensem juntos em como resolver seus problemas. Rememora os últimos momentos antes da mudança, e constata que Noll não assassinou Wanda a tempo. Isso tudo é obra dela, o que justificava a necessidade de eliminá-la.


Logo se dão conta que as outras pessoas (com exceção de Wolverine) não perceberam o mundo artificial em que vivem, e começam a ponderar como seria possível conquistar um mundo assim, lotado de mutantes com os mais variados poderes. Ironicamente, os batedores alienígenas de uma raça transmorfa, que invade a Terra com o discurso de que todos deveriam “abraçar a mudança”, lida muito mal com uma mudança em escala global sobre a qual não têm controle.

Mas eles notam a fragilidade de uma mudança tão grande, suas falhas. E logo Veranke tenta usar isso a seu favor, planejando reverter a situação e, no fim, revelar o que uma mutante fez, jogando o planeta contra a sua raça, abrindo caminho para sua invasão. Nitidamente subestimando os humanos, ela reganha confiança na profecia e em sua capacidade de colocar tudo em movimento. Sua fé não é compartilhada por Criti Noll, mas ela crê que agora tem uma única missão: matar Wanda Maximoff. Veranke vai até Genosha, deixando Noll como responsável caso ela falhe.


Logo estamos na batalha que definiu os momentos derradeiros de Dinastia M, com vários dos heróis já conscientes da artificialidade daquela realidade – graças à misteriosa Layla Miller. É a chance de Veranke se destacar do resto e ir atrás da Feiticeira Escarlate, percebendo a movimentação do Dr. Estranho.


Quando chega em seus aposentos, vê das sombras o diálogo entre Wanda e Clint Barton. Por algum motivo ela hesita em atirar, e antes de atingir seu objetivo, presencia o desaparecer do Gavião Arqueiro e as derradeiras palavras da ensandecida vingadora: “chega de mutantes”. Apanhada na onda mística gerada, ela vê o mundo da Dinastia M desaparecer.


Então, por incrível que pareça, a loucura da Feiticeira Escarlate acaba sendo um grande avanço na agenda skrull. Na reunião dos agentes infiltrados, constata-se como uma das maiores preocupações da invasão, a superpopulação mutante, desapareceu por causa de três palavras. Criti Noll vê tanto caos na Terra que crê firmemente que o domínio skrull sobre o planeta deveria ser visto como uma dádiva pelos mutantes. Sobra até espaço para uma autocrítica (será?) do roteirista Brian Michael Bendis, com Noll falando que nem mesmo a morte é algo certo ali.

Porém, Veranke não parece nem um pouco feliz. Outra parte das profecias se cumpriu, e, com a Onda de Aniquilação, o império skrull foi dizimado, com bilhões de casualidades. Em prantos, ela tenta usar isso de forma positiva. “Estava escrito, estava escrito”, ela repete com fé. Eles estão certos, o mundo azul será deles. “Ele” os ama, e os skrulls sairão vitoriosos.


Na próxima edição, o que a gangue d’O Capuz e a Invasão Secreta têm em comum?


João