sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Novos Vingadores: Mentes perigosas

New Avengers #28 #29 Vingadores 112 113

Continuando sua ligação à saga Vingadores vs X-Men, que está prestes a se concluir, os Novos Vingadores vêm trazendo histórias paralelas consideravelmente interessantes. Nas edições 112 e 113 da revista Vingadores temos dois bons exemplos de como o roteirista Brian Michael Bendis se destaca bastante quando se concentra em diálogos afiados.

Na primeira história, logo após sabermos a relação entre a Fênix, Esperança, o Punho de Ferro e o Homem-Aranha, vemos o foco se voltar para algo bem mais mundano. Ao menos aparentemente. A história trata das frustradas tentativas de fuga de Luke Cage, Mulher Aranha e Gavião Arqueiro. Presos na Utopia mutante, temos os três personagens interagindo com alguns dos X-Men em um dos piores tipos de ambiente em que qualquer pessoa pode estar: o cárcere.

Por isso a história mistura violência, jogos mentais e muitos diálogos, em que o choque de ideias (especialmente quando a Mulher Aranha tem os holofotes) muitas vezes desbanca para o confronto físico. Porém, o ponto central aqui é o mundo das ideias. Mesmo que não estejamos falando de profundas discussões filosóficas, o desfecho, que explica claramente porque as tentativas de fuga são inapelavelmente frustradas, surpreende. Isso acontece porque, apesar da obviedade, é quase imprevisível dentro do clima que se instala, e totalmente condizente com a ideia de cárcere.

New Avengers #28 #29 Vingadores 112 113

Já a segunda história traz o retorno dos Illuminati, grupo em que (com a adição do Capitão América, que descobriu a existência do grupo não tem muito tempo) a noção de terreno neutro se mantém, ou pelo menos se tenta manter. A presença de Namor no que parece uma última e desesperada tentativa de encerrar o conflito da “menos pior” maneira possível é o suficiente para colocar a tensão lá no alto. Bendis trabalha principalmente na longeva relação dos dois, desde a Segunda Guerra Mundial, no longos diálogos que preenchem essas páginas.

Mas ainda há espaço para, como o mutante do grupo, o professor Xavier ser quase colocado contra a parede, já que os X-Men são vistos como sua responsabilidade. E o telepata proporciona momentos memoráveis ao expor sua leitura e posição sobre tudo que vem acontecendo. De como ele vê no que se tornou o seu legado.

Mas o ponto alto é a fé que Steve Rogers tem no nobre rei atlante, pois quando Namor finalmente aparece, apenas o Capitão América está lá a esperá-lo.

New Avengers #28 #29 Vingadores 112 113

Tanto em uma história quanto na outra, a arte de Mike Deodato continua mais do que compatível, já que com pouca ação e mais diálogos, o desenhista brasileiro manda bem nas expressões faciais necessárias nesse tipo de narrativa.

A conversa é rápida, tocante, mas inócua. O choque entre Vingadores e X-Men só poderá terminar no campo de batalha. Vejamos quem estará de pé no final para contabilizar perdas e ganhos.

João

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