terça-feira, 6 de agosto de 2013

Hit-Girl: Hora de Chutar Uns Traseiros


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Com o lançamento em breve do filme Kick-Ass 2, a Panini começa a agitar os fãs dos personagens criados por Mark Millar e John Romita Jr. E para o aquecimento, nada melhor do que a minissérie com a personagem mais carismática da série: A meiga e doce Hit-Girl

Tendo como função servir de ponte entre o primeiro e segundo volume da série, a história tem dois focos, basicamente: 1) Mostrar a pacata vida de Mindy, a Hit-Girl; 2) Mostrar o árduo treinamento de Red Mist, que, após um assalto que não deu muito certo, decide trilhar o caminho de Cristian Bal.., opa, Bruce Wayne e se tornar um perito em artes marciais. Tudo isso para derrotar Kick-Ass. 

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Ambos os personagens vivem percalços. Red Mist faz de tudo para se tornar um novo mestre das artes marciais. Essa parte não deixa de ser uma sátira do filme Batman Begins, sendo que todos os mestres estão mais interessados nos dólares do garoto do que em transmitir ensinamento. Por sua vez, Mindy tem que encarar a parte mais aterrorizante de sua nova vida: a escola. Maquiagem, filmes de vampiros que brilham, roupas da moda. Um território inóspito para uma pequena republicana acostumada a ver a Fox News e ficar de olho no rombo do orçamento. Obviamente, Hit-Girl não vai encarar esse território inóspito sem ajuda. Ela conta com seu parceiro Kick-Ass, que, em troca, recebe um treinamento especial para virar um super-herói de verdade

Curiosamente, as melhores partes da história são justamente aquelas que não têm sangue jorrando. Aqui, diferente de Nêmesis, Millar trabalha seus personagens de forma carismática e interessante. Hit-Girl está um show à parte. Desde o primeiro Kick-Ass, é possível ver que a menina sempre teve luz própria. Sempre mereceu um trabalho somente focado nela. E a oportunidade chegou. Claro que Red Mist também tem seu destaque nessa história, mas convenhamos, a parte dele é para chorar de rir lembrando do treinamento do playboy milionário

Millar aproveita a minissérie para explorar alguns pontos interessantes da Hit-Girl: Sua paixão pelos gibis (referências é que não faltam), sua relação com a Mãe, o jogo de gato e rato com Marcus, seu padrasto, a parceria com Kick-Ass. Ao mesmo tempo, planta as sementes do que veremos no próximo volume da série, mostrando que, desde a aparição deles, o mundo passou a ser infestado de super-heróis. Isso sem contar a revelação final de Red Mist. 

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É claro que se uma história em quadrinhos de Mark Millar não tem tripas voando, tem algo de errado. Mas não é caso aqui. Hit-Girl mata todos os bandidos das piores formas possíveis. Corpos massacrados são o que não faltam nessa minissérie. Nessa parte, Millar precisa de uma ajuda. É ai que entra John Romita Jr..

Romita é um desenhista extremamente badalado, mas muito polêmico. Não agrada a todos. Seu estilo é o clássico ame ou odeie. Muitos, provavelmente, deixaram de ler Kick-Ass (de longe, um dos melhores trabalhos do artista) em razão disso. Mas, de alguma forma, não dá para separar Kick-Ass dele. A série Kick-Ass sempre terá a marca dele. De todo modo, Hit-Girl, seja pelo fato de ser um trabalho autoral, seja por outros fatores, tais como colorista ou arte-finalista, está entre os melhores trabalhos do autor (o que, para muita gente, não conta muito). 

Mais uma vez, a Panini acertou na forma do lançamento, que, de brinde, traz algumas capas especiais. Considerei destaque a capa desenhada por Bill Sienkiewicz, no melhor estilo Elektra Assassina. Esperemos que Kick-Ass 2 receba tratamento equivalente ou melhor. 

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Não é um lançamento para todos os gostos, mas só o fato de não ter sido escrito no piloto automático como Nêmesis já é de grande alento. Millar e Romita elaboraram um bom trabalho. Que Kick-Ass 2 siga a mesma trilha.

Rafael Felga

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