quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Novos Mutantes e Jornada ao Mistério: Exilados

Exilados

Desde que se mudaram para São Francisco, os Novos Mutantes tem sido constantemente vigiados por um estranho vizinho. Quem é este vizinho e qual a sua ligação com uma maldição asgardiana de eras e eras que irá envolver a equipe de mutantes em rota de colisão com Loki, Thor, Hela e até Mefisto é o que será contado neste arco pela equipe criativa formada pela trio Dan Abnett, Andy Lanning e Kieron Gillen nos roteiros e Carmine Di Giandomenico na arte.

A história começa com os preparativos de Amara, se arrumando para o encontro. Enquanto isso, quase todos os demais Novos Mutantes estão desesperados, buscando alguma maneira de livrar a colega deste fardo. Ciclope, Illyana, Dr. Estranho, Motoqueiro Fantasma e até Hela foram cogitados como possíveis ajudas nessa situação. Mas Amara já está bem conformada e confiante de que será um “simples” encontro quando o seu par chega.

A história começa em um dia rotineiro na vida dos Novos Mutantes até que Dani Moonstar decide investigar um vizinho estranho, que ficava bisbilhotando eles. Este, aparentemente, tinha alguma ligação mística com Asgard e percebe que Dani era uma Valquíria. Desesperado com o que isso normalmente significa para um asgardiano, ele aciona uma contra-medida, que acaba atraindo para perto de si o ataque das Disir (entidades amaldiçoadas por Bor a devorarem o espírito dos aesir mortos pela eternidade), que graças a isso conseguem escapar de sua prisão, no Inferno de Mefisto.

Este, perdendo suas prisioneiras, cobra favores ao jovem Loki, que, com suas artimanhas, coloca Thor e seus companheiros e Hela e seus subordinados em uma caçada às Disir. Enquanto isso, Dani enfrenta o seu vizinho, que se revela o deus asgardiano Sigurd, e pede a ajuda dos demais Novos Mutantes. A batalha culmina na chegada das Disir ao mesmo tempo que os dois grupos de asgardianos. Sigurd aproveita, profere um feitiço pré-preparado e um clarão acontece.

Depois do clarão, todos os asgardianos presentes desaparecem e só restam os Novos Mutantes, que de uma para a outra esquecem o que estavam fazendo, apenas conseguindo relembrar graças à brilhante intervenção de Nate Grey, que percebe a realidade está sendo reescrita e alerta a todos. Mais atentos, eles investigam e descobrem que os deuses de Asgard tinham assumido vidas humanas sem lembranças nenhuma. Thor era um mecânico, Volstagg era um padeiro, dentre outros.

Exilados

Eles encontram Loki, que tinha se tornado um garoto normal chamado Luke, e tentam aparentemente com sucesso fazê-lo relembrar da sua vida divina. Eles vão investigar o cenário da batalha e encontram Sigurd, que explica que aquele era um feitiço encomendado por ele para se livrar das Disir e que ele não mexeria um dedo para livrar os deuses do feitiço, já que quem poderia fazer isso era o autor do feitiço original, Loki.

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Os Novos Mutantes passam a procurar diversos utensílios dos “deuses-humanos” para um suposto feitiço do Loki. Mas tudo não passava de uma travessura de Luke, fingindo lembrar ser Loki para zoar com os mutantes. No entanto, o feitiço liberta as Disir de sua forma mortal e elas passam a atacar a todos que encontram.

Os mutantes tentam enfrentar as Disir, apesar de estarem em menor número. No meio da confusão, Luke recobre sua persona de Loki e passa a planejar uma maneira de deter as Disir, através do despertar de Hela, que devolve os poderes de Valquíria para Dani.

Após derrotar a líder das Disir, Dani Moonstar descobre a verdade sobre elas: elas não tinham sido amaldiçoadas por devorarem os corpos de guerreiros mortos, mas por dormirem com Sigurd e seus companheiros contrariando um juramento a Bor. E Sigurd, que escapou da maldição pelo sacrifício delas, simplesmente passou as eras fugindo delas ao invés de irem resgatá-las. Apenas Bor poderia dar um fim à maldição, livrando as Disir e os asgardianos e o fantasma deste só aceitaria tal com a condição de que estas se casassem submissamente com Sigurd.

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O casamento é celebrado em uma igreja, tendo a participação dos asgardianos desmemoriados, Hela, os Novos Mutantes e Loki. Inconformada com a desolação das Disir, obrigadas a se casar contra a vontade para quebrar a maldição, Dani Moonstar se indigna ao máximo com os juramentos absolutamente machistas que Bor exigia para celebrar a união e parte para o ataque, iniciando um enfrentamento generalizado entre deuses e mutantes. No meio da briga, Bor é ferido, o que atiça o instinto perseguidor das Disir, que partem para o ataque inclemente contra o pai do pai de todos.

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Bor tenta fugir para o Hel, mas acaba encurralado por um plano de Loki e forçado para retirar a maldição para livrar sua alma. Com isso, as Disir se tornam livres e passam a servir Hela como suas valquírias, além de terem uma dívida de gratidão com Dani, e todos os asgardianos voltam ao normal, recuperando suas memórias e encerrando todo a problemática.

Quanto a Sigurd, ele foi deixado em paz pelas novas valquírias. Não por ter sido perdoado, mas porque agora elas sabem a data exata da morte dele e preferem a lenta tortura de ele não saber quando elas o estarão esperando.

A primeira coisa que deve ser mencionada a respeito dessa história é que o título “Novos Mutantes” deveria trocar o nome para “Dani Moonstar e seus Amigos Irrelevantes”. É impressionante a incapacidade dos autores de dar alguma importância real aos demais personagens do grupo, que se limitam a fazer número e seguir um script monotemático: Mancha Solar é que faz caretas, Cifra é o que fica corrigindo as histórias do Loki, X-Man é o “Neo dos pobres” que só consegue enxergar a realidade sendo reescrita, Warlock faz caretas, a Magma... ela aparece na história? Até o final do relacionamento dela com o Mefisto (que aparece no início e no final quase que só para dizer que apareceu) acontece off-panel e é contado depois sem ela sequer estar em cena!

Exilados

A parte dos deuses asgardianos também é desequilibrada, com um grande destaque para Loki/Luke. A diferença é que Loki é o verdadeiro protagonista de “Journey Into Mystery” e a parte que cabe aos demais personagens, como coadjuvantes que são, é bem caracterizada, inclusive mostrando que eles mantém uma personalidade similar em suas contrapartes humanos, como o heroísmo de Thor e o gulosice de Volstagg.

A história tem um ritmo bastante irregular, cheios de altos e baixos, nas próprias edições, com cliffhangers que não são aproveitados e plots twists que fazem o leitor pensar em que história realmente está sendo contada. As Disir começam sendo vítimas de Mefisto, passam a ser uma grande ameaça e voltam a ser vítimas, agora do Sigurd e de Bor, que aparece só a partir da última página da penúltima parte. A realidade estava sendo gradativamente fragilizada, mas mudanças perceptíveis são feitas só no começo, depois é apenas contado e contado. O objetivo era acabar com o feitiço que transformou os asgardianos em humanos e passou a ser quebrar a maldição das Disir, que quebraria o feitiço de tabela sabe-se lá Odin porquê. Na arte, Carmine Di Giandomenico fez uma arte simples e homogênea em todo o arco. Não encanta e nem compromete. Apenas “ok”.

Esta história foi publicada originalmente nas edições norte-americanas Exiled, Journey Into Mystery 637, New Mutants 42, Journey Into Mystery 638 e New Mutants 43 e, aqui no Brasil, saiu em X-Men Extra 138.

Paulo Artur
Colaborador do site Marvel616

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