segunda-feira, 4 de maio de 2015

X-Force: A guerra por trás dos bastidores

Quando a era da Nova Marvel teve início, havia não uma, mas duas X-Forces na ativa. Após resolverem seus problemas individuais, as duas equipes se encontraram num crossover e se desfizeram. Mas os leitores sabem que sempre haverá uma X-Force em ação quando os mutantes precisarem de alguém para fazer o tipo de serviço que não pode vir aos olhos do público. E essa necessidade já surgiu.



Algo interessante na X-Force é que o grupo já teve várias funções diferentes: de assassinos profissionais a adolescentes paramilitares, amigos em viagem e até celebridades. Desta vez, a equipe ressurge como uma equipe de operações secretas, como resposta ao fato de várias nações no mundo terem suas próprias equipes secretas de superagentes. Nas palavras de Cable, líder da nova X-Force, é necessário se manter sempre um passo à frente, para evitar que mutantes sejam massacrados por incidentes como o de Alexandria.



Como? O que foi o incidente de Alexandria? Bem, basicamente, a sede do maior simpósio de defesa no mundo foi destruída por uma explosão, deixando três mil mortos entre representantes de todas as nações. Só o que se descobriu foi que um mutante causou a explosão e, como era de se esperar, o resto do mundo não reagiu muito bem a isso: detectores do gene X passaram a ser colocados em aeroportos, mutantes foram banidos das forças armadas de vários países, e escutas passaram a ser colocadas para espionar qualquer suspeito de ser mutante. Mas Nathan recebeu evidências de que alguém esteve por trás do incidente, e os agentes dessa mesma figura vêm roubando dados e sequestrando cientistas de várias partes do planeta.

Motivação apresentada, vamos agora apresentar a nova equipe. Já mencionamos que Cable é o líder atual da X-Force. Inicialmente, além dele, também foram mostradas a ninja telepata Psylocke e a morlock e ex-mutante Medula... cujos poderes estão de volta, e cujo modo de falar está bem diferente – falarei mais sobre isso no final. Além deles, Doutor Nêmesis parece estar se dedicando ao desenvolvimento de armamentos e tecnologias para a equipe, enquanto um informante mantinha Cable informado sobre a possível ameaça aos mutantes. Ao resgatar o informante de um superguerreiro na China, sua identidade é revelada: Fantomex. Desnecessário dizer, Psylocke não gostou nada disso.

Apesar das tensões entre seus integrantes, a X-Force foi rápida e eficiente em suas missões iniciais. Na primeira, eles atacaram um avião de guerra do inimigo oculto, destruindo-o e resgatando a arma secreta que estava sendo transportada: uma nova mutante torturada até ficar aparentemente em coma, conhecida apenas como MeMe (ou Meme, como preferirem).



Após o resgate de MeMe, Cable informou os principais líderes mutantes sobre a guerra por trás dos bastidores e os objetivos da nova X-Force. E realmente falamos de todos os líderes, de Wolverine e Tempestade na Escola Jean Grey a Ciclope e seu grupo rebelde, passando por Destrutor (líder dos Fabulosos Vingadores), Magneto (atualmente agindo por conta própria), Polaris (líder do Novíssimo X-Factor, cuja excelente série infelizmente não deve ser publicada no Brasil) e até a terrorista Mística. Para todos, a mensagem dada é clara: eles não precisam ajudar a X-Force, mas não devem se meter em seu caminho.

Vale destacar, Nathan revelou apenas a si mesmo e Doutor Nêmesis como parte da equipe – o que é útil para proteger Psylocke, que ainda faz parte dos X-Men, de repreensões de seus colegas. Também não revelou que Esperança, sua filha adotiva, encontra-se na base da X-Force, aparentemente em estado de coma – e, a julgar por um comentário de Betsy, isso pode estar ligado ao incidente em Alexandria...

Recado dado, o grupo partiu para a Arábia Saudita encontrar Fiqh, um informante que sabe a identidade do inimigo que procuram. Porém, o homem exigiu que, em troca, eles eliminassem Dareen, um ser espiritual preso controlando o corpo de um cadáver. O líder da X-Force decidiu cumprir a missão sozinho – e, quando Dareen tentou possuir seu corpo, Cable ativou várias bombas em seu corpo, explodindo com a criatura. Após ganhar os dados de Fiqh (feliz ao revelar que Dareen era seu superior na organização em que atua), o grupo encontrou Cable surpreendentemente vivo e sem sinais de ferimentos em sua base. Como? Ele se recusou a responder.



Seja como for, o grupo agora foi apresentado a MeMe – apesar de seu corpo em coma, a garota pode se manifestar em aparatos tecnológicos por meio de pulsos eletromagnéticos. E ela também decodificou facilmente os dados de Fiqh, identificando o vilão da série. Um mutante megapoderoso? Uma criatura demoníaca de outra dimensão? Nada disso: trata-se de Yevgeny-Malevich Volga, nas palavras de Cable, “um $@#%& com poder demais e roupas ridículas”. É, às vezes basta ter muito dinheiro e nenhum escrúpulo para ser uma ameaça mundial... esses talvez sejam os piores, na verdade.

A novíssima X-Force teve essas primeiras histórias publicadas na edição 014 de X-Men Extra, com roteiro de Simon Spurrier (de X-Men: Legado) e arte do estreante Rock-He Kim. Como em X-Men: Legado, Spurrier apresenta uma história longe do convencional, cheia de mistérios e com uma narrativa difícil de acompanhar. Isso infelizmente afastou boa parte dos leitores nos Estados Unidos, juntamente com a arte de Kim (um grande avanço em relação a Tan Eng Huat, mas ainda assim um tanto irregular nesse começo) e vários personagens agindo de forma estranha: Medula fala e age como uma louca, Psylocke está envolvida com uma equipe que ocasionalmente comete assassinatos apesar de ter jurado nunca mais matar, e Fantomex usa expressões em francês com uma frequência irritante, mais até do que Gambit usava na famosa animação dos anos 90.

Não vou fingir que não sei como a série continua. Não quero dar spoilers, mas deixo aqui um conselho: mesmo se vocês se identificaram com todas as reclamações acima, não abandonem essa série ainda. Arrisco dizer que essa é uma das três melhores encarnações que a X-Force já teve: tudo o que parece mal explicado ou mal caracterizado tem uma justificativa coerente apresentada aos poucos, a arte melhora bastante com o passar das edições e as proporções, reviravoltas e revelações que a X-Force apresenta conseguem pegar qualquer um de surpresa – e mesmo assim fazem sentido com o que foi mostrado desde seu começo.

Duvidam de tudo isso? Bom, continuem acompanhando essa série. Talvez no fim vocês ainda discordem do que eu disse... talvez não.

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