quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Capitão Marvel: Crise de Identidade


Captain Marvel #4

As peças do quebra-cabeças que é a memória do Capitão Marvel desde o seu retorno durante a Guerra Civil, e que só aumentaram desde então, começam a se encaixar, na quarta parte de sua mini-série. Vemos, em Avante, Vingadores! 24, que pouco depois dele ressurgir em Manhattan, uma equipe supersecreta da SHIELD, em meio ao questionamento do porquê de Tony Stark ter uma nave skrull, viola o que seria o túmulo do kree, tombado em razão de um câncer anos atrás. No presente, depois de uma conversa com mais um skrull infiltrado na Terra, o campeão Mar-Vell se afunda em uma severa crise de identidade.

Isolado no Pólo Norte para pensar, Mar-Vell lembra do que o skrull que se fazia passar pelo falecido Homem de Cobalto falou. Que todos os buracos em suas lembranças, os estranhos ataques que vinha sofrendo, e mesmo sua fixação pelo quadro de Alexandre, o Grande, pintado por Charles Le Brun, tudo tem a ver com o fato dele não ser o Capitão Marvel. O kree não aceita isso. Rejeita tal possibilidade. Pois SABE que ele é. Ou não sabe?

Mesmo sua convicção é torta, frágil. Tudo que aquele ser verde e de aparência reptílica diz parece fazer muito sentido. Principalmente por ele ter sido capturado durante a Guerra Kree-Skrull. Seria a figura de Alexandre invadindo a Babilônia um símbolo da invasão que ele estava destinado a liderar? Mas seu câncer! Seu câncer está lá. Ele viu os exames.

Capitão Marvel

O skrull ri. Diz que sim, há o câncer. Mas e os sintomas? Onde estão? Não existem. Porque ele não é kree. É skrull, e seu nome é Knh’Nr. Voluntário para ter os poderes e a memória do Capitão Marvel, e ser a maior arma do Império na Invasão Secreta ao planeta Terra. Mas algo deu errado, e ele escapou, e agora outros skrulls têm como missão resgatar essa arma. O que explica muito as misteriosas figuras que andavam em seu encalço ultimamente.

A crise de consciência é grande. Todas as dúvidas sobre como surgiu naquele local, naquela época podem ser preenchidos pelo que o prisioneiro falou. Ele se lembra do skrull o chamando à vitória contra os humanos. Para novamente se juntar à sua causa. E de como se negou a fazê-lo. Ele é kree. Ele é Mar-Vell.

Quando algumas lembranças do que parece ser seu treinamento vêem à tona, inclusive a relação com o quadro de Alexandre, e das palavras-chave que ativariam suas ordens, ele agride o skrull, sendo interrompido pelo Homem de Ferro. Escapando, o Capitão Marvel não é localizado por ninguém.

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Enquanto isso, em Los Angeles, o repórter do Pulso, Nathan Jefferson, acaba se vendo em uma situação curiosa. Infiltrando-se na seita religiosa Igreja de Hala, queria desmascarar o que acreditava ser algo sujo e corrupto por trás da adoração de um super-herói. Mas só encontra ajuda ao próximo, e acaba se envolvendo cada vez mais nas suas atividades, sentindo-se parte de algo bom. Sua admiração por Julia Starr, líder da Igreja, cresce a cada dia. Mesmo sem vê-la há um bom tempo. O descrente encontrou algo no que acreditar.

De repente, é chamado à presença de Starr. Nathan é “desmascarado” como repórter, mas suplica que não seja expulso. Mudou de opinião a respeito da Igreja. Admite a culpa por ter dado um desfalque no Pulso, mas demonstra boa vontade com o que a seita pratica. E, em meio ao seu discurso, pela clarabóia da sala em que se encontram, uma visão quase divina toma a atenção de todos. O Capitão Marvel retornado flutua acima do teto de vidro.

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Starr se ajoelha e praticamente se confessa com o alienígena (kree ou skrull?). Marvel diz que se assusta e incomoda com a adoração, mas que foi até ali porque soube que ela e sua seita estavam fazendo o bem em seu nome. Ainda em crise de identidade, ele diz que o homem que pensa que é também gostava de ajudar os outros, e por isso ajudaria o máximo que seu tempo ali o permitir.

E de longe, Tony Starl acompanha toda a conversa de Marvel com o skrull e o crescente papel humanitário da Igreja de Hala, agora acompanhada do motivo de sua existência. E expandem suas fronteiras, indo até o Sudão, na África.

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Envolto em seus pensamentos, Marvel lembra da conversa com Starr, e como ser mais humilde o ajudaria a ser uma pessoa melhor, o que os levaram ao Sudão. Uma ótima maneira de chamar atenção do planeta a um lugar tomado pela miséria gerada pelas ações de seres humanos de todo o mundo. E essas ações incomodam poderosos, que retaliam.

Em uma conversa com Starr no topo de um prédio, o Capitão Marvel falava de suas lembranças despedaçadas quando uma explosão coloca o edifício abaixo. Nathan, que estava em local próximo, corre. Mas não há tempo. Julia jaz morta nos braços de Mar-Vell. Ele balbucia que ela estava ajudando as pessoas. Que o estava ajudando, e parte em vingança.

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E o que ele leva é destruição aos responsáveis, enquanto Jefferson explica, em uma entrevista, que Mar-Vell só acabou com as armas, pedindo atenção ao que ele gritava. Que aquilo tinha que acabar. Que ele protegeria a Terra dela mesma. Das ações de seus habitantes.

Longe dali, Stark conversa com Ms. Marvel. Ele parece não acreditar que Mar-Vell seja um skrull, mas que possa ter se influenciado negativamente com o que o prisioneiro falou. Contudo, a forma radical e unilateral com que reagiu na África não parece algo que o Capitão Marvel faria. Ele está fora de controle.

O plano do diretor da SHIELD é relativamente simples. A cena que vimos no início da edição se explica. Os braceletes negativos do Marvel enterrado na lua agora estão em sua posse. Ele os passa a Carol, e lhe dá a missão de usá-los para exila-lo na Zona Negativa por algumas horas, até poderem contê-lo corretamente. Revelando o sumiço de Heather Sante, Stark diz que Mar-Vell confia em Carol. Por isso cabe a ela a missão.

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Isolado no espaço para refletir, Mar-Vell, de alguma forma tenta afirmar a si mesmo e a todos os outros que não é um impostor, mas um verdadeiro herói. Por isso, pensa em como suas ações de protetor da Terra devem ser mais agudas, como o que fez na África. É então que percebe a aproximação da Ms. Marvel, que só tem tempo de se desculpar e realizar o que lhe foi designado. O alienígena é mandado para a Zona Negativa

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Furioso, Mar-Vell não consegue voltar ao nosso universo usando deus braceletes, e acaba avistando um clarão na escuridão da Zona Negativa. Uma luz que lhe parece familiar. E quando se aproxima, em um local que é claridade pura, finalmente parece ter chegado em casa.

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Será ele realmente Knh’Nr, ou Mar-Vell? Será tudo apenas um jogo dos skrulls para remover uma peça importante na resistência à iminente invasão? Na edição 25 de Avante, Vingadores!, na quinta e última parte, tudo se revelará, e saberemos qual o propósito, e quem é, o Capitão Marvel.


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