Novos Vingadores: Trabalhando em Equipe

A cena que encerrou a edição passada de Novos Vingadores, em que dezenas de heróis se juntaram ao grupo liderado por Luke Cage para, depois de se livrarem de uma invasão de simbiontes alienígenas, finalmente tentar dar um fim ao grupo de criminosos reunidos e comandados pelo Capuz, era exatamente o que parecia – uma ilusão. Criada pelo Dr. Estranho para confundir os adversários em vantagem numérica, ela aparentemente surtiu o efeito desejado. Em Novos Vingadores 59, já preso pela SHIELD e devidamente sacaneado pelo cacete que levou, o Destruidor, líder da Guangue da Demolição, conta irritado como os heróis ilegais (informação que fez questão de enfatizar) foram bem sucedidos.

Sendo o primeiro a se apresentar para o confronto, ele logo percebe que aquilo tudo não passava de uma armadilha na qual caiu rapidamente. O Capuz, demonstrando ter mais cérebro do que todos os vilões ali reunidos, reconhece que é hora de uma fuga estratégica. Mas é tarde demais. Os outros preferem ficar e lutar, e o que vemos é uma senhora surra, com poucos reveses para os Novos Vingadores.


O novo “Rei do Crime” de Nova York, Parker Robins, tenta tirar seu primo John do local, já que não pode se defender, e parte para a luta. Aliás, a briga, além de ser um confronto tradicional, tem alguns destaques que precisam ser feitos. O primeiro deles é a capacidade do Homem-Aranha em fazer piadas durante uma batalha (com o Ronin Clint Barton de coadjuvante). A começar por tentar demonstrar aos vilões que estão tendo a “honra” de lutar contra o "Aranha de uniforme negro". (Será que o Cabeça-de-Teia da revista dos Vingadores não poderia substituir aquela coisa que fizeram em sua mensal?)


Outro momento extremamente importante é aquele em que o Capuz é confrontado pelo Dr. Estranho. Strange logo percebe que a natureza dos poderes do líder daqueles vilões é místico e muito poderoso. E logo alerta ao rapaz, questionando se ele ao menos sabe o nome do demônio que lhe deu os poderes, se não o sente corroendo seu corpo de dentro para fora. A calma e inquirição insistente do místico, além de seus poderes de natureza mágica, fazem Parker, ou aquele que lhe dar poderes, novamente se manifestar em uma forma demoníaca, como quando enfrentou Wolverine.


Enquanto o Homem-Aranha entra em êxtase por ter feito o mutante rir de uma de suas piadas, Strange continua a pressionar o Capuz e a usar seus encantamentos. Não demonstra medo de sua aparência e, como Mago Supremo dessa dimensão, alerta que ele não pode existir naquele plano de existência. Nesse momento, Luke Cage se impacienta e dá um golpe que desnorteia o demônio, que, irritadíssimo, simplesmente desaparecesse urrando de raiva.


O mais poderosos deles não está mais lá, e é questão de minutos até que todos os outros, mesmo John, sejam incapacitados pelos Novos Vingadores, que ficam muito felizes em poder descontar toda sua tensão. E, melhor! Nenhum ali virou skrull depois de surrado. A confiança necessária para trabalharem em conjunto foi reconquistada, pelo menos momentaneamente.


Com a aproximação da polícia, os heróis não registrados precisam ir. Mas não sem antes, diante de uma resposta enigmática do Dr. Estranho sobre o que era aquele demônio na posse do corpo do Capuz, mais uma vez o Homem-Aranha não conter sua veia infame. Ele inclusive, ao que parece, tem total influência no bilhete deixado para a polícia pelos heróis: “Dos seus amigões da vizinhança, os Vingadores”.

Logo ficamos sabendo que o Destruidor estava sendo interrogado pela vice-diretora da SHIELD, Maria Hill. E que, mesmo sob ameaça de todas as duras penas que cabem atualmente aos superpoderosos foras-da-lei, ele não sede ao ser questionado pelo Capuz. Mas Hill tem certeza que logo ele iria falar.


Contudo, contrariando o que poderíamos pensar ser um final tradicional e previsível desse denso arco de histórias (já que se falou de skrulls, traições, simbiontes e sindicatos de supercriminosos), o Capuz nos surpreende. Novamente em sua forma humana, vestido com seu capuz e pistolas de sempre, adentra sem medo a prisão da SHIELD (que ainda não é a 42), assassina vários soldados, liberta o Destruidor e parte para libertar todos os outros, gritando a plenos pulmões que tiveram apenas um contratempo, e que o troco dos Vingadores logo virá.


Essa edição se encerra no segundo número de New Avengers Annual – a ser publicado em Novos Vingadores 60 –, mas já confirma que Brian Michael Bendis, além de orquestrar a vindoura Invasão Secreta, conseguiu pegar um personagem de uma minissérie bacana, mas que só saiu no Brasil por causa de sua aparição em Novos Vingadores, e transformá-lo em um baita vilão. Sem medo de usar violência, pragmático e extremamente misterioso. A nota negativa fica para a arte “apressada” do Leinil Yu nessa edição. Agora em janeiro veremos se conseguem sucesso em sua vingança, que não será servida nem um pouco fria, e talvez fiquemos sabendo um pouco mais sobre a extensão de poderes do Capuz.


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