No começo, eles não passavam de uma mera agência de detetives especializadas em assuntos mutantes no Distrito X. Contudo, tudo mudou após o Dia M. Os componentes do X-factor tornaram muito mais pro-ativos, tendo como meta principal resolver o maior mistério de todos – O que de fato aconteceu com os mutantes naquele fatídico dia em que perderam os poderes. Desde então, confrontaram organizações misteriosas como as Investigações Singularidades, velhos companheiros de equipe ensandecidos e até mesmo células terroristas de ex-mutantes. Contudo, diante das tão recentes mortes dos últimos Homo superiores, o que poderia fazer o X-factor para impedir que a sua espécie entre em extinção?
O arco chamado o “Isolacionista” começa da maneira descontraída de sempre. Madrox encontrava-se num bar questionando sobre as angúrias da solidão. Só que para alguém que se chama “Homem-múltiplo” é difícil imaginar que ele saiba o verdadeiro significado disso. A piada se completou quando uma das suas cópias pensa alto uma teoria – “Se eu e você... sacumé... Dois Madrox... fossem pro rala-e-rola... o que seria considerado?”. A versão original apenas suspirou e recitou o velho provérbio de que “antes só do que mal acompanhado”.
A narração, então, muda para um lugar bem mais distante e gélido. Lá, encontrava-se um homem solitário, a quem provavelmente o nome do arco se refere. Vestido com roupas estranhas, o eremita parecia ouvir dali todos os pensamentos do mundo. E nele, incluíam os dos ocupantes do velho prédio do Distrito X onde reside o X-factor.
O grupo tentava se acomodar aos últimos eventos, principalmente Layla Miller. Agora, a garota tinha que dividir as atenções do grupo com outra garotinha francesa da mesma idade que a sua. E o pior, uma garotinha a qual ela nunca previra que seria trazida até ali por Monet e Syrin. Essa tal Nicole era certamente alguém que a senhorita Miller deveria ficar de olho.
Já na sala de estar, toda confusão voltou a girar em cima da “dupla-traição” de Madrox com Monet e Syrin. Sendo ignorado pelas duas, Madrox praticamente se desesperou pedindo perdão. Em contrapartida, M exigiu sinceridade do homem-múltiplo e quis saber qual das duas foi melhor na cama. Obviamente, mentir para uma telepata seria problema. Assim, Madrox deu um baita suspiro quando a sua amiga Rahne se meteu na história pra salvar seu pescoço.
A briga de Monet com Rahne, no entanto, denunciou um outro problema. A ex-geração X repentinamente sentiu um grande enjôo e partiu correndo para o banheiro vomitar. O restante da equipe voltou os olhos assustados para moça, provavelmente pensando o que vocês já devem estar imaginando.
Não muito longe dali, o misterioso ermitão do gelo surgia no Distrito X após cruzar um portal. Ele seguiu até o prédio do X-factor e topou na janela com a pequena Nicole na janela. Eles se entreolham e ela devolveu um surpreendente sorriso. Será que esse sujeito era o mesmo que espionava as ações de M e Syrin na Europa dias atrás?
Em outro quarto daquela mesma construção, Rahne e Rictor tiveram uma difícil conversa. O ex-mutante acabou extravasando seus sentimentos pela perda de seus poderes e chorou no ombro da amiga. O consolo de Rahne, no entanto, vai bem além do que inicialmente esperavam e eles acabam na cama.
Na manhã seguinte, a vez de receber uma grande surpresa foi do Guido. Convidado para tomar um café com Val Cooper, atual responsável da UNI, o Fortão acabou recebendo um convite inesperado para assumir um posto de novo Xerife do Distrito X.
Já no escritório do X-factor, foi a vez de Madrox se surpreender com a chegada dos avós de duas crianças gêmeas e cantoras que vinham recebendo grande destaque na mídia. Wally e Molly são artistas mirins que ficaram conhecidos por suas canções preconceituosas do Movimento Pureza. Segundo suas músicas, o Dia M foi um ato divino e eles louvam a idéia de um mundo sem o gene mutante.
Os avós dos guris não concordavam com essa filosofia e vieram pedir ao X-factor para ajudá-los a ver os netos. Afinal, a mãe dos garotos tem se esquivado da visita dos dois desde que entraram em confronto ideológico sobre a carreira artística deles. E essa missão de afastar os gêmeos da péssima influência dessa preconceituosa seita foi entregue a ninguém menos que M e Syrin.
Todavia, a surpresa maior fica por conta de Layla. Ao se deparar com Nicole no café da manhã, descobre que a francesinha achou um teste de gravidez no banheiro. E ele deu positivo. Então, alguma das moças do X-factor está mesmo grávida. E o que é pior é que Miller não previu isso.
Mais tarde, sem ninguém de sua equipe por perto, Madrox topou no bar com um estranho senhor que pareceu ler seus últimos pensamentos. Ele se apresentou como Josef Huber e disse que tem muito haver com Madrox. Afinal, os dois são verdadeiro isolacionistas.
Mais tarde, sem ninguém de sua equipe por perto, Madrox topou no bar com um estranho senhor que pareceu ler seus últimos pensamentos. Ele se apresentou como Josef Huber e disse que tem muito haver com Madrox. Afinal, os dois são verdadeiro isolacionistas.
De cara, Madrox simpatiza com Huber, mas algo no passado lhe deixa com o pé atrás. Afinal, foi esse o nome que uma de suas cópias, aquela que se considerava “o maior detetive do mundo”, falou antes de morrer. Quando questionado sobre o que o trazia até ali, Huber lançou sua proposta – implementar a lei de proteção de espécies em extinção de 1973 aos mutantes.
Na mesma noite, M e Syrin se encontravam no show de Molly e Wally, em meio a um bando de racistas. Usando sua voz persuasiva, Theresa conseguiu facilmente adentrar nos bastidores da apresentação, mas foram no último instante impedidas por dois guarda-costas dos guris – Solo e Clay. Os mercenários deixaram as duas inconscientes e presas em um pequeno quarto escuro, evitando assim qualquer tentativa das duas em raptar os gêmeos.
Voltando as instalações do X-factor, Julian Esteban “Rictor” e Rahne Sinclair mais uma vez voltaram a se agarrar. Desta vez, bem na sala de treinamento do prédio e quase foram pegos no flagra pelo Guido. Eles se afastaram, mas isso não impediu que o rapaz acabasse com as costas bem marcadas depois desse encontro.
Na sala de estar, os dois foram apresentados ao Huber, que cumprimentou Rictor com um animado tapa nas costas. Julian se contorce todinho tamanha é a dor e acaba deixando Rahne completamente sem graça, o que já denunciou de cara a Madrox o rolo entre os dois.
Deixando de lado a cômica situação, Madrox voltou a se concentrar nas explicações de Huber em criar um santuário de proteção aos mutantes, onde estariam todos juntos e protegidos em um só lugar. Enquanto dava vários exemplos sobre animais que caíram nessa mesma ementa, o isolacionista pareceu ter uma intensa dor de cabeça, provavelmente fruto dos inúmeros pensamentos ao redor que começou a repentinamente ler.
Enquanto tudo isso rolava, Layla Miller fazia as vezes de isolada. Parada em frente a uma ponte no parque, analisava o teste de gravidez em suas mãos. Ela estava assustada e pela primeira vez não sabia o que fazer. Então, decidiu perguntar a menina Nicole.
A francesa deu uma resposta no mínimo curiosa. Disse que o Sr. Huber desejava morrer e atingiu Layla com uma pedra na cabeça. Em seguida, derrubou a menina que não mais sabia de todas as coisas da ponte e quebrou o exame de gravidez com a rocha em suas mãos. Nicole deu as costas e deixou Miller a mercê da própria sorte.
No entanto, a sorte da garota pareceu traçar um destino bem irônico desta vez. Afinal, a pessoa que a resgatou de um fatídico afogamento já foi considerado seu nêmesis. Os olhos da menina abriram-se momentaneamente e encontraram Mércurio, o seu salvador.
Voltando para o escritório do X-factor, o aceite de Ciclope e Fera para uma visita foi quase uma surpresa a Madrox e um deleite para Huber, que via seus planos chegando mais próximos do objetivo. E usando a mesma lábia com a qual convenceu Madrox, Josef Huber conquistou o líder dos X-men.
Por sua vez, Layla acordou num escuro lugar cheio de engrenagens e com um observador Pietro no canto. O filho de Magneto parecia estar ainda mais insano, com as mãos nunca parando de tremer e delirando. Parecia decidido a matar a garota, mas essa conseguiu escapar de suas garras, aparentemente recuperando seu poder de saber das coisas.
Durante a fuga, Layla descobriu que seu cativeiro nada mais era que a sala de máquinas de um carrossel e previu antecipadamente o destino de Mercúrio. Ela ainda chegou a avisá-lo para não olhar para trás, mas o ex-velocista agiu por instinto e foi atingido violentamente por uma das alavancas do brinquedo em movimento.
Muito longe dali, M e Syrin finalmente conseguiram escapar do quarto onde estavam presas e completaram a missão de raptar os gêmeos cantores. Clay contatou seu verdadeiro empregador pelo celular e avisou sobre os últimos acontecimentos. Pelo visto, toda essa artimanha com Wally e Molly era apenas mais uma ação engenhosa do senhor Huber, que queria afastá-las o máximo possível do resto do grupo.
Com a equipe fragmentada, certamente foi mais fácil para o isolacionista conseguir seus intentos. E assim teria sido feito, se não fosse um telefonema de Miller relatando tudo sobre Nicole e o nome “Huber” por ela citado. Madrox desligou o celular pensando em que atitude tomar, mas ninguém parecia capaz de surpreender aquele misterioso homem chamado Huber.
Josef Huber finalmente mostrou sua verdadeira carapuça... e seus dons. Com um raio óptico bem similar ao de Ciclope, lançou Madrox parede a fora. Sua pele tornou-se metálica como a de Colossus protegendo-o contra qualquer ataque e era capaz de se teleportar de um canto a outro como Noturno.
Em seus pensamentos, ele lembrou-se que não poderia matar nenhum daqueles mutantes. Contudo, ele sabia exatamente como tirá-los do caminho. Abriu um portal bem similar ao que o trouxe até ali e transportou-os para a gélida região onde se encontrava no começo daquela história. Agora, resta saber quem restou para impedir os misteriosos planos de Huber, quaisquer que sejam eles.
Tudo isso pode ser encontrado nas três primeiras partes do arco “O isolacionista”, presente nas edições 47, 48 e 49 de Wolverine. A arte voltou a ser do aclamado Pablo Raimodi e o roteiro é do excelentíssimo Peter David.
Coveiro