quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Justiceiro Contra o Mundo


Punisher War Journal #12

Não, Frank Castle não decidiu estender sua vingança a todas os habitantes do planeta Terra, ou mesmo transformar a cidade mais importante dos EUA em um imenso campo de batalha até que aqueles que assassinaram sua família pagassem o preço. O Justiceiro, mais uma vez, mostra estar à margem do mundo dos super heróis, cujas preocupações lhe parecem apenas espancar uns aos outros. O único “fantasiado” por quem tinha alguma admiração está morto, e sua tentativa de preencher tal lugar está sepultada. Porém, no meio do fogo cruzado da destruição causada pelo Hulk – mais uma briga causada pelos ditos heróis – cabe a Castle cuidar daqueles que foram esquecidos. Deixados para trás. E para isso ele terá de enfrentar algo muito mais poderoso do que está acostumado em Marvel Action 22.

Esqueça a máfia, esquemas de prostituição internacional, empresários corruptos, neonazistas praticando limpeza racial, ou mesmo pseudo supervilões. Frank terá de encarar de frente o alienígena Mung, um insectóide de Saakar em estágio adulto, como Miek, porém muito mais agressivo. Antes, pensando em como seu trabalho só continua porque os super heróis não fazem as coisas direito, saca duas motosserras do furgão dirigido por seu parceiro Stuart Clarke, eliminando um grupo de insetos que atacavam uma menina que apenas queria pegar seu gato, que tinha ficado solto na rua.

Justiceiro: Diário de Guerra

Castle diz que está ali para ajudar, e leva a menina até seus pais. No caminho, Clarke se deslumbra com a destruição de Manhattan, e pergunta em voz alta se foi o Hulk que fez aquilo tudo. Frank diz que não sabe e nem quer saber. Chegando na casa da menina, que reencontra os pais, eles ficam sabendo porque não se foram com a evacuação da cidade, assim como a maioria dos moradores. O avô materno da menina estava em estágio terminal de enfisema pulmonar. Foi para casa para morrer, e pouco depois o Hulk chegou. Não poderiam deixá-lo lá, então ficaram.

Enterrando-o há um dia no quintal, eles agora pensam em como se salvar de todo aquele caos, sem a ajuda da SHIELD ou dos heróis, desde que o prazo de evacuação de 24 horas expirou. A cada hora que passa isso parecia mais difícil, com o controle e “limpeza” feita pelos alienígenas em seu bairro. Mas a dupla recém chegada promete ajudar.

Justiceiro: Diário de Guerra

Tentando amenizar o clima falando como ele gosta do “derrière” da Mulher-Hulk, Clarke leva Frank a um de seus diversos depósitos espalhados pela cidade. Lá dentro, dezenas de armamentos começam a ser recolhidos para que a remoção da família seja bem sucedida. A fisionomia do Justiceiro muda, desenhando-se aquele sorriso de quando vê “brinquedos novos”, deixando Stuart mais uma vez lisonjeado.

Porém, ao fundo, os insetos espreitam o local, forçando Castle a usar imediatamente as armas encontradas. Demonstrando que não é só um gênio, mas que também sabe sujar as mãos quando precisa, Clarke traça logo uma ação evasiva, livrando-os do ataque. Mas ira de Mung, o Inconcebível, cuja história é narrada em off a quase todo momento, ainda precisa ser encarada.

Justiceiro: Diário de Guerra

De volta ao apartamento, a fuga é rapidamente planejada, e eles partem. Porém, a exposição é excessiva, pois precisam fazer todo caminho a pé, atiçando a preocupação de Frank. Não demora, e os ataques recomeçam. Pensando em defender os civis – o Justiceiro, mesmo com seu senso de justiça distorcido, sempre luta para preservar a vida dos que considera inocentes – Castle e Stuart se colocam entre eles os insetos. Mesmo falando uma linguagem que ambos conhecem, a guerra, não são apenas insetos “comuns” que compõe esse grupo. Logo surge Mung.

Justiceiro: Diário de Guerra

Imenso, monstruoso, assustador, Mung se compara à própria morte, a um deus. Mesmo o Justiceiro parece não acreditar no que vê, pensando que só lhe resta rezar. Quando se prepara para recuar, percebe alguma coisa que pode salvar aqueles inocentes, mesmo que signifique sua própria morte. Frank, então, desafia Mung em uma luta individual. Um combate em que a honra de ambos, mais importante que suas vidas, está em jogo. O alienígena aceita, como Castle previu.

Justiceiro: Diário de Guerra

Com os sessenta minutos que ganharam, tentam traçar um novo plano, mesmo sabendo que todo o perímetro é ocupado pelos insetos de Mung. Nesse momento, meia dúzia de refugiados se juntam ao grupo. São pessoas pobres, moradores de rua, deixados para trás pela evacuação. Quando Stuart faz uma referência à arca de Noé, em um trocadilho, os dois pensam instantaneamente em usar a balsa de Staten Island. A nova rota de fuga está pronta. Resta preparar o Justiceiro para o desafio. Mas como?

Clarke se mostra mais uma vez um gênio. Utilizando material e tempo mais do que limitados, constrói um exoesqueleto inspirado no simbionte alienígena de Venom, cuja resistência, contudo, é limitada. Assumindo uma forma que mistura a aparência do velho adversário do Homem-Aranha e sua simbologia tradicional, o Justiceiro parte para o confronto.

Justiceiro: Diário de Guerra

Assim que se inicia, Castle parece hesitar. Mesmo com a armadura, seu corpo sente o golpe. Mas está vivo. Pode vencer. Enquanto o monstro grita palavras de guerra, insultos e coisas incompreensíveis, o Justiceiro usa os recursos da armadura, formando armas nos membros superiores, lembrando até o mutante Random.

Justiceiro: Diário de Guerra

Contando com a autoconfiança excessiva de Mung, ele o alveja mortalmente no tórax e arranca (!!) um de seus quatro braços. O monstro entra em choque, dando décimos de segundo necessários para Frank, com a armadura já bem avariada, usar a faca ainda segura pelo membro amputado, cortando o topo de seu crânio insectóide. De forma surpreendente o Justiceiro vence a batalha, gritando “suma do meu planeta”, enquanto o corpo de Mung desaba no chão.

Justiceiro: Diário de Guerra

Assumindo a verdadeira face da morte, o Justiceiro elimina o restante dos insetos.

Justiceiro: Diário de Guerra

Clarke e Castle conseguem concretizar seus planos, e retiram os refugiados de Manhattan. Mesmo sendo apenas um humano, cujo desejo de vingança ultrapassa todos os limites imagináveis, o Justiceiro se sente gigante. Em uma Nova York destruída por uma força da natureza e seus aliados alienígenas, em que os heróis foram transformados em sacos de pancada, ele fez a diferença.


« Jøåø »

PS.: Dêem uma olhada na capa variante, estilo zumbi, dessa mesma edição.

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