segunda-feira, 6 de novembro de 2017

Demolidor: Uma arte inumana

O Demolidor voltou a Nova York e acabou de quebra recuperando o segredo de sua identidade secreta. Apesar de os meios pelos quais conseguiu isso ainda não foram revelados, o vigilante voltou repaginado para ser o protetor da Cozinha do Inferno. Tem um novo uniforme mais obscuro, um novo emprego agora como promotor público e até mesmo ganhou um jovem parceiro para treinar. Após dois encadernados que saíram aqui no Brasil assinados pelo novo roteirista Charles Soule, a edição #14 do Demolidor colocará o nosso vigilante cego contra um artista que faz um uso depravado de arte.



Na pele de Matt Murdock, o Demolidor tenta fazer o máximo que pode usando a máscara de advogado. Recentemente, após seu protegido Samuel Chung ser machucado pela Elektra, quis compensar o jovem ofertando um emprego como seu auxiliar na promotoria, deixando o garoto (que desconhecia que Murdock e o Demolidor eram a mesma pessoa) mais perto para ser observado. Acabou que ele se saiu um bom ajudante e Matt resolveu extender indefinidamente o estágio do jovem. Era necessário toda ajuda que podia agora no seu lado advogado já que trabalhando para o governo tinha horários e metas a cumprir, além de um chefe pra quem responder sempre que dava seus sumiços repentinos.

O novo mistério da cidade veio quando Samuel Chung recebeu uma mensagem estranha no seu totem particular para o qual os habitantes de Chinatown deixavam pedidos de ajuda ao Ponto Cego. Ao chegar no local indicado em Washington Heights, descobriu uma pintura numa parede feita com sangue. O garoto ligou para o Demolidor pedindo ajuda e quando o Homem Sem Medo chegou lá descobriu que o cenário era ainda pior. A pintura surrealista tinha sido feita com sangue de 113 humanos... e Inumanos.



Quase que concomitante a esses fatos descobertos pelo Demolidor e o Ponto Cego, vemos uma cena em que um novo Inumano que tinha poderes pouco ofensivos de criar neve luminosa iria ser atacado por uma gangue local quando foi salvo por um misterioso homem. Este homem, no entanto, só o livrou daquilo porque ele é quem queria matar o tal inumano. É o primeiro quadro em que o leitor vê a ação do macabro artista sanguinário que se autodenomina de Muso.

Voltando agora para a questão do quadro em Washington Heights, descobrimos que o dono do estabelecimento onde foi criado a pintura de sangue estava querendo aproveitar a confusão para ganhar em cima disto. Chamou um avaliador de arte e já estava se programando pra cobrar ingressos por aquela exposição. Apesar de não ter nada ilegal no que fazia, o dono do local bateu de frente imediatamente com a vereadora Andrea Pearson. Com as primeiras análises do sangue usado na pintura, descobriu que um dos DNAs era de sua sobrinha sumida e achou a ideia da exposição de muito mal gosto. Como não houve negociação com o dono do lugar, a Andrea Pearson colocou o caso a cargo da promotoria de justiça de Nova York e foi assim que a identidade civil do Demolidor também se envolveu no caso.

Algumas noites depois, a tal exposição foi aberta para o público, confrontando assim diretamente a vereadora. Contudo, no entanto, alguém misterioso estragou a pintura na noite anterior e deixou um recado para o misterioso artista - "Seu talento é medido pela sua última perfomance" juntamente com o endereço da Rua 171 Leste e um número de apartamento. Matt e Samuel se encaminharam pra lá junto com a polícia só para encontrar uma cena ainda mais bizarra. O apartamento estava com uma série de Inumanos mortos - os mais deformados - em posições de cotidiano. Ainda sem saber como começar a analisar aquela bizarrice, Matt captou a presença do Muso num prédio não muito longe. A figura era também um inumano, com poderes que faziam frente aos sentidos do Demolidor. Antes que nosso herói pudesse capturá-lo, ele lançou uma granada de fumaça e fugiu. Ficaria o encontro pra sua próxima obra de arte.



Definitivamente, agora era impossível não envolver autoridades inumanas no assunto. Foi assim que o chefe de segurança de Nova Attilan e ex-policial Frank McGee apareceu com uma equipe de análise no apartamento e conheceu pela primeira vez Matt Murdock. Seus poderes de enxergar cada detalhe do lugar após um clarão de luz não impressionaram o advogado, quer por ser cego não sentiu os efeitos da luz, e por ter também seus dons de ver além dos olhos já tinha uma boa noção da cena do crime. Para continuar a investigar mais sobre o misterioso artista sanguinário, Matt precisava agora de autorização de Attilan e por isso foi ter uma audiência com a velha amiga Medusa.

A reunião em Attilan não saiu de modo algum como o Demolidor esperava. Topou com uma Rainha pouco simpática e um Karnark disposto a provar seus dons inumanos de conhecer todas as falhas do inimigo, mas sendo surpreendido pela capacidade do Homem Sem Medo de usar seu próprio defeito a seu favor. O Demolidor sai de lá sem ajuda de Medusa, mas acaba encontrando em Frank McGee um aliado. McGee explica que Medusa não vai querer que nenhum humano pegue o artista assassino antes deles, pois quer demonstrar sua força como comandante. Contudo, o ex-policial ainda tem certa fidelidade a sua antiga cidade e por isso ajudará na surdina o Demolidor.



Enquanto conversava com McGee, o Demolidor recebe uma ligação de Samuel Chung avisando-o que o artista assassino está no tribunal usando um juiz como refém. Mesmo contra a vontade do vigilante, Samuel resolve intervir e veste seu uniforme especial de invisibilidade do Ponto Cego. Após um conflito deixando feridos para trás, o artista assassino foge pelos becos com o juiz sem imaginar que estava sendo seguido pelo jovem invisível. Mais a fundo nos subterrâneos, Ponto Cego descobre que o Muso também prendeu alguns seguranças e a vereadora Pearson para serem as vítimas de sua nova obra. E quando o inumano louco começou a desfraldar sua sanguinolenta arte, James agiu.

O inumano artista era habilidoso, conseguiu derrubar várias vezes Chung, mas foi surpreendido quando o jovem voltou a ficar invisível e sumir de suas vistas. Enquanto ele o procurava no escuro, Ponto Cego já tinha retornado para desatar as cordas dos reféns. Conseguiu levá-los para fora, mas precisou ficar lá embaixo para atrasar o vilão. Quando quase escapou por um bueiro, foi agarrado pelo Muso. Deixou apenas seu celular para trás afim de que o Demolidor pudesse localizá-lo.

De volta a Nova York junto com McGee, o Demolidor precisou se concentrar ao máximo para ampliar seus sentidos e encontrar qualquer pistas da localização do Ponto Cego. O garoto capturado foi levado para um prédio velho onde um grande salão que seria o ateliê do artista assassino mais parecia uma cenário de filme de Terror. O Demolidor chegou lá quebrando a janela surpreendendo o vilão, mas não conseguiu impedir que o louco perfurasse os olhos de Samuel com as próprias mãos.  Achou poético privá-lo da visão sendo sua alcunha Ponto Cego.



Ainda em agonia, Chung pediu para o Demolidor não deixar o vilão escapar, mas ao mesmo tempo salvar as outras pessoas que sabia que estavam ali ainda vivas. Ao perseguir o Muso pelo prédio abandonado, topou com uma outra sala maior com várias vítimas (mas de 110) penduradas ainda vivas e com baldes embaixo coletando o sangue. O Demolidor preferiu ajudar as vítimas a caçar o insano inumano, mas acabou que ele não teve para onde fugir. Frank McGee e sua milícia inumana o esperava do lado de fora.

Por detrás da máscara, o Muso se revelou alguém com um rosto ainda pior, sem olhos e com fluido sempre vazando de suas cavidade. Samuel Chung foi levado para o atendimento, mas antes de deixar o lugar disse ao Demolidor que valeu a pena se sacrificar.

Esse novo arco do Demolidor de Charles Soule tem mais uma vez Ron Garney da arte, deixando essa história tão macabra com um visual estonteante. É até então a melhor história até o momento desta nova fase, que já podemos dizer que se mantém bem acima da média como sempre acontece com o sortudo Demolidor.

Coveiro

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