quinta-feira, 16 de novembro de 2017

Vingadores: Ultron Eternamente

Originalmente, era programada para sair na mesma época que Vingadores: Era de Ultron, mas seu lançamento acabou sendo postergado em alguns meses. "Ultron Eternamente" acabou saindo em um formato especial de minissérie, em três partes do dobro de páginas, e assinada pelo então novato Al Ewing e o veterano Alan Davis. O resultado é uma história que tem um quê nostálgico, mas trazendo uma história nova e cheia de momentos divertidos.



A primeira parte começa em Vingadores: Ultron Eternamente #1, reunindo Vingadores de diferentes eras temporais. Do futuro, temos a Capitã América Danielle Cage (sim, a filha de Luke e Jessica) que é tirada de sua linha temporal enquanto caçava o Caveira Dourada. Do nosso tempo (uma época pré-Guerras Secretas), a Viúva Negra é capturada junto com o Visão que se agarra ela antes de sumirem. Os outros convocados são a Poderosa Thor de um presente mais a frente, o Thor Odinson de armadura da fase de Walter Simonson, o Hulk primordial pré-vingadores e Jim Rhodes quando usava armadura do Homem de Ferro.



Quem os trouxe até ali foi ninguém menos que o Doutor Destino de muitos anos a frente, vivendo num mundo em que os planos de Ultron deram certo e os Vingadores perderam. A Viúva reconheceu aquela realidade como a singularidade Ultron e lamentou por ela não ter sido resolvida como pensava-se. Desta vez, no entanto, Ultron não eliminou os humanos, mas passou o controlá-los com implantes eletrônicos na sua cabeça. Só os mais fracos, crianças e velhos estavam ainda livres daquele controle robótico e só Destino ainda fazia oposição. Tendo o histórico como Vilão, nenhum dos Vingadores da outra linha temporal confiava de fato nele. Contudo, o Visão o reconhecia de outro momento e pediu para todos considerarem ajudá-lo.



Assim, a equipe intertemporal se dividiu para atacar Ultron em pontos estratégicos que pudessem enfraquecer o robô. Todos eles eram vigiados atentamente por versões robotizadas dos Vingadores subservientes a Ultron. Visão e o Homem de Ferro foram desmantelar a fábrica de drones que ficava localizada na antiga torre Stark e tiveram que lidar com o Capitão América, Viúva Negra e Gavião Arqueiro dominados. A central operada por bioescravos foi invadida pela Viúva Negra, Capitã América e Hulk. Por fim, os dois Thors foram até a nova Asgard, agora o lar de um Ultron com os poderes de Odin. Todas missões com percursos bem problemáticos no decorrer do caminho.



A história continua aqui em Novos Vingadores: Ultron Eternamente, onde os Thors se depararam com uma versão sua do futuro que se tornou malvada e indigna. Aquilo deixou o Thor do passado desnorteado (pois julgava que tinha sido morto pra Jane assumir o Mjolnir), mas logo se recobrou e atingiu sua versão futura com um raio. Logo em seguida, um líquido esverdeado que tinha a silhueta de Loki foi expelido do Deus do Futuro e esse recobrou sua verdadeira consciência. Agora, eram três Thors, dois Mjolnir e uma espada contra o Ultron Pai-de-Todos. Durante o combate, o Ultron explicou que seu novo corpo era feito de Uru e por isso conseguia acumular dentro dele um poder tão grande quanto o de Odin ali. Para derrotá-lo, foi necessário a Thor fazer uso duplo do Mjolnir a tal ponto de abalar as estruturas próximas.

Hulk, Viúva e Capitã Marvel foram abordados por um versão maligna e do futuro da Natasha enquanto invadiam o prédio. Quando começaram a brigar, a Viúva do futuro não pestanejou em pegar o escudo gravitacional da Danielle Cage e decapitar o Verdão. Por sorte, aquele era um Hulk muito primordial e se corpo ainda não estava estável, sempre sujeito a mudanças. Do Hulk decapitado surgiu uma cabeça de Bruce Banner, que logo depois de detonar a Viúva do Mal, recolocou a cabeça Hulk no seu lugar. Restava agora seguir a missão com aquele membro extra como parte da equipe.



Já na Torre Stark, o Visão foi atacado e saiu bem ferido de uma briga com seu "eu" futuro. Ele seria obliterado por completo se não fosse por Jim Rhodes, que parecia o mais fraco naquela luta desigual, mas foi o mais engenhoso pra procurar uma saída. Em fuga pelo lugar, quando foram alcançados mais uma vez pelo Visão do Mal, a versão presente o atravessou e arrancou o cérebro eletrônico com a mão. Rhodes ficou boquiaberto, mas o Visão lembrou que estava apenas libertando aquela triste versão sua.

Quando o jogo virou para os heróis nos três complexos, o sistema de defesa de Ultron começou a realizar um back-up de suas informações para outro terminal. Os heróis achavam que então a missão foi um fracasso, porém a verdade é que não era o que Destino achava. Ele próprio tinha criado um aparato para capturar as informações do banco de dados de ultron quando ele precisasse fazer uma transferência de emergência e foi assim que ele conseguiu o conhecimento para controlar outras pessoas. E começou pela crianças e velhos próximos a ele.



Para não correr risco de sua atual conquista ser imediatamente desfeita, Destino tentou mandar todos os heróis que chamou ali pra suas diferentes linhas temporais. Eles, no entanto, resistiram e a conclusão dessa história vem na parte final da minissérie.

O capítulo final está em Fabulosos Vingadores: Ultron Eternamente e revela que os heróis se esconderam de Destino no palácio que era de Ultron em Asgard. Todos ali estão desapontados e culpam o Visão por ter dito a eles para confiar naquele Destino. O Sintozóide decide deixar o grupo para não aumentar a desconfiança e promete explicar melhor suas recentes atitudes.

Não há muito tempo para eles pensarem no que fazer. O próprio Destino envia soldados controlados e aeronaves para derrubar Asgard. Mesmo com um Hulk e três Thors, o lado dos mocinhos está em grande desvantagem numérica pra resistir por muito tempo. Jim Rhodes decide que ficará para trás e tentar livrar os Asgardianos presos a anos na dimensão espelhada daquele palácio. Já Danielle Cage pede uma mãozinha pro Hulk e voa num arremesso especial pra cima de uma das naves invasoras. Lá ela encontra o Visão, que veio ajudá-los, e ele acaba conquistando a confiança interina dela.



A batalha vai se intensificando em volume quando Destino manda mais soldados programados contra ele ao mesmo tempo em que Rhodes consegue libertar os Asgardianos da prisão espelho e partem direto pra briga. Visão aparece para todos afirmando ter uma solução, querendo ainda confiar no tal Destino, que não parece ser exatamente quem pensamos. E quando chegam até a fortaleza do vilão, ele revela que aquele Destino é na verdade o Destinobô, o mesmo que fez parte de seus Vingadores. I.A.

Visão quis acreditar na bondade inicial do Destinobô e que ele não seguiria a programação original. Contudo, com a morte do verdadeiro Victor, suas diretrizes se ativaram e esse comportamento assumiu. Mas Visão acredita que ele não honra Destino assim. O verdadeiro Destino se desvencilharia de qualquer pré-programação e lembra o Destinobô que muitas vezes o monarca agiu como herói e salvador de seu povo quando pode. Com isso, o Destinobô se convenceu de ser a versão mais benevolente de Von Doom e libertou todos do controle mental.

Junto com o Thor do Futuro construiriam um novo Destino praquela realidade e depois encaminharam os respectivos heróis pra suas devidas linhas temporais. Não dá pra saber se todos ali guardariam aquelas lembranças, mas alguns sim. Danielle Cage retoma a luta que tinha com o Caveira Dourada e o prende. Depois se junta a sua equipe, os Vingadores que até vimos mais tarde em resenha já colocada aqui no novo volume dos Novos Vingadores.



Aqui no Brasil, a minissérie saiu em Avante, Vingadores #7 a #9. A arte de Alan Davis está espetacular, provavelmente inspirado pela qualidade do roteiro, coisa que nem sempre se vê assim no seus trabalhos mais recentes. Já Al Ewing é um nostálgico por natureza, além de uma enciclopédia viva que resgata momento pontuais pra contar suas histórias. Não chega aos pés da Vingadores Eternamente original, mas cai como uma boa homenagem. Já comparando com a Era de Ultron, eu gostei bem mais desta aqui.

Coveiro

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