terça-feira, 19 de junho de 2012

Capitão América: Homem fora do tempo

Capitão América

A edição 53 de Avante Vingadores pode parecer apenas mais uma história “fill-in” do Sentinela da Liberdade, sem qualquer importância cronológica e que te faria melhor passar ela batido e salvar seu dinheiro. Porém, ao ler as primeiras páginas, você nota algo diferente ali. E a resposta está nos créditos. Quem escreve é o premiado Mark Waid, que desta vez vem acompanhado do excelente Jorge Molina. Ou seja, é boa leitura certa.

Trata-se de um retcon, é verdade, com algumas liberdades criativas colocadas por Waid, mas que deixa muito mais profundo os primeiros dias do Capitão América naquele tempo. As duas primeiras partes focam-se na perspectiva de Steve Rogers assim que é desperto pelos Vingadores e logo de cara se vê numa missão – achar seus desaparecidos captores.

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Com a ajuda de Rick Jones (que ele ainda confuso vê como alguém igual ao Bucky), Steve parte em missão descobrindo que os heróis foram tornados estátuas por um alienígena disfarçado. Em meio a tudo isso, Rogers tem que encarar as grandes mudanças que o mundo sofreu em termos de tecnologia e comportamento social. Como ele digeria tudo isso tão fácil naquele começo? Simples. Ele achou que tudo não passava de um sonho seu. Contudo, ao descobrir que seu presidente na época, Franklin Roosevelt, havia morrido dias antes da guerra ter encerrado e os EUA vencido, ele se deu conta de que nunca alguém poderia ter sonhado algo tão cruel. Ou seja, aquilo tudo era uma realidade.

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Agora, Rogers tinha novos objetivos – tentar voltar pra “casa”, ou seja, seu “tempo” e saber até lá quem deveria reportar como seu comandante. O Homem de Ferro o alerta de que “viagens no tempo estariam fora de cogitação, pois os danos na linha temporal poderiam ser drásticos, mas Steve estava decidido a mudar. Para convencê-lo , surge a identidade civil de Tony Stark, levando Steve ao Museu Aeroespacial Smithsonian.

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Lá, Stark mostra todas as conquistas americanas – do Homem a Lua ao discurso de direitos civis americanos de JFK. Ele fica vislumbrado, mas ainda quer voltar. É preciso partir para algo mais profundo para fazer a cabeça do Supersoldado - O presidente atual o conclama e dá a ordem: Você deve servir o país HOJE. Isso abate Rogers profundamente, mas ele obedece.

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Num segundo momento, após visitar os mortos no cemitério Arlington e de uma conversa pesada com o Deus do Trovão, Steve encontra o único companheiro vivo no hospital - seu comandante Jacob Simon (homenagem a seus criadores?). Quase no fim da vida, o velho soldado passa a ser visitado quase que diariamente por Steve Rogers (em seus intervalos em missão nos Vingadores) e mostra a “outra América”: Um lugar onde também a corrupção existiu e muitas já tentaram matar o sonho. Steve passa a ficar decepcionado pelo mundo que lutou.

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Contudo, a grande virada da história é deixada pro final. Na primeira luta contra Kang, dado momento que não é nos mostrado, Steve é jogado para o seu passado, logo no dia “V”, a Vitória Americana. Apesar de feliz, ele havia já se acostumado demais com seu mundo no futuro – com negros tendo direitos de sentar ao lado de brancos num jogo de futebol e com um destino maior, como herói lutando no mundo pós–guerra. Assim, ele planeja algo ousado para voltar ao seu tempo. Com a ajuda de Rick Jones, Reed Richards volta para resgatá-lo e assim ele toma de vez seu lugar (e atitude de líder) como Vingador.

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E assim encerra-se a história fabulosa criada por Waid e Molina. Para completar a edição, duas histórias curtas que acompanhavam a edição 616 especial do herói lançada nos EUA (Sim, 616 é um número foda que temos que comemorar): uma envolvendo a IMA e outra com o Barão Sangue.

Coveiro

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