quarta-feira, 19 de junho de 2013

Vingadores vs X-Men: Salvadores da Luz

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Quando o destino do planeta está em cheque, ao mesmo tempo em que a última esperança da comunidade Mutante está em jogo, os dois maiores grupos de heróis do planeta se chocam. O motivo? O destino Messias Mutante, potencial portadora da Força Fênix. E a grande batalha ocorre justamente fora da Terra, na área azul da Lua.

Nessa terceira edição da polêmica minissérie Vingadores vs X-Men, que reúne as originais edições 5 e 6 americanas, vemos praticamente uma grande e surpreendente mudança de direção da história. Enquanto ocorre um estrondoso choque entre lados, a Fênix se aproxima, e sua futura hospedeira, Esperança, cada vez mais parece perder controle de seus poderes. Amedrontada, a garota clama para que Wolverine cumpra seu trato e a mate. Todavia, Scott não vai permitir isso. Não quando está tudo tão perto.

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Então, toda esperança residia em Tony Stark. Com a ajuda de Hank Pym e analisando o material coletado de parte da energia da Fênix graças ao grupo de Vingadores que foi para o espaço (ver as resenhas dos Vingadores e Vingadores Secretos), Stark constrói uma super-arma contra a entidade cósmica. Portando uma imensa armadura, alçando voo, o Homem de Ferro dispara seu canhão, e um grande clarão se faz por aquele canto do espaço.

Caídos, aos poucos voltando à consciência, os mais poderosos heróis da Terra questionam o resultado final da ação do Vingador. E eis que, para a surpresa de todos, se revela a mais surpreendente virada da trama. Ressurgidos em meio a muitas cinzas, erguem-se gloriosos Ciclope, Emma Frost, Magia, Colossus e Namor. Não são mais como eram antes. Agora, todos os cinco são portadores de uma fração da Fênix. Afirmam que vão mudar o mundo, partem dali tirando facilmente todos da frente e voltam para a Terra com Esperança nos braços.

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A partir daí, a história toma uma nova guinada. John Romita Jr. se despede da arte e entra Olivier Coipel. Um salto cronológico também é dado, em que vemos Charles Xavier visitando a nova Utopia, gerida pelos Cinco Fênix. Desde que foram abençoados pelo poder da entidade Cósmica, sob a batuta de Scott Summers, os novos hospedeiros têm só trazido melhorias ao mundo, como verdadeiros deuses, seres superiores, dos humanos. E é essa a questão Charles coloca em pauta quando se reúne com seu primeiro aluno – Seria justo intervir no caminho da humanidade catapultando-a da sua progressão natural? Scott reage com a questão de que todos já pagaram demais até hoje e chegou o momento de abono. Ele está dando ao planeta uma utopia, o sonho de Xavier realizado.

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Enquanto isso, marginalmente às grandes mudanças do planeta, os Vingadores vêm agindo como um grupo na surdina, mas praticamente obsoleto, já que tudo parece ser facilmente resolvido pelos Cinco Fênix. Com isso, conflitos acabam acontecendo internamente na equipe. Enquanto o Capitão América parece determinado a dar um fim na Supremacia dos Fênix, outros – como Fera e Pantera Negra – se questionam se estaria tão certo assim eles estarem se opondo aos ex-companheiros, já que, afinal, estes estão de fato melhorando o mundo. Estaria o Capitão América mordido por perder sua função de o herói salvador?

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De volta a Utopia, uma conversa peculiar se desenrola entre a jovem Esperança e Ciclope. Scott afirma que Utopia não é uma prisão, e ela está livre. Mas Esperança se nega. Como qualquer grande poder, a força mostra-se sedutora para ela mais uma vez. Ao rejeitar a Fênix, Ciclope questiona se a menina agora merece tal poder, mesmo sendo a prometida Messias. Ele, por outro lado, é o novo portador, com mais experiência, e pode dar um destino melhor a Força Fênix.

E, falando na entidade, um outro breve interlúdio nos leva a Kun Lun, a cidade mística, onde nos é apontada uma desconhecida relação da Fênix com o Punho de Ferro (para mais detalhes, acompanhe o que vem acontecendo na mensal dos Novos Vingadores). Já em outro ponto do planeta, Wanda Maximoff, recém-resgatada do limbo editorial, tem uma breve visão da Fênix destruindo os Vingadores.

Então, somos levados para um outro momento, em que uma nova equipe de Vingadores é formada e liderada pelo Capitão América a fim de invadir Utopia. O objetivo desta vez é simples. Resgatar Esperança e tentar por meio dela conseguir entender melhor a Força Fênix. O ataque é incisivo, chegando até mesmo a derrubar as crianças que se colocam na frente da amiga. Todavia, não demora muito para surgirem Ciclope e Emma Frost e derrubarem facilmente até mesmo o Thor.

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E estaria tudo perdido para os Mais Poderosos Heróis da Terra se não fosse pela chegada de Wanda. Ela pede um momento de lucidez a Ciclope, que, irritado pela invasão, nega até mesmo a liberdade que fora concedida a Esperança anteriormente. A garota agora era um perigo em potencial a ser usado pelo inimigo. Todavia, Wanda se colocou na frente, e o leve toque contra a Feiticeira Escarlate provocou dor em Scott Summers. Atônito, o mutante deixa os seus inimigos partirem levando a garota. Após alguns instante, ele se recupera e desfere toda sua ira por aquela derrota aos Vingadores. Acredita que a mera existência deles dá segurança a humanidade de cometer crimes contra a raça mutante, já que os mesmos o protegerão. Assim, ele decreta – Chega de Vingadores.

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Chegamos assim a metade desta minissérie, que surpreendeu muita gente com uma reviravolta, que, na época de lançamento nos EUA fez muita gente torcer o nariz, mas levantou um outro ponto na perspectiva geral. Mais uma vez a questão de poder absoluto é posta em contexto, mas, diferentemente do que se mostrava anteriormente, com uma rápida e insandecida corrupção do seu detentor, temos o surgimento das Cinco Fênix como restauradoras do planeta. Uma vez colocado de lado, resta aos Vingadores apenas entrarem em questões filosóficas sobre como forças extremamente superiores devem gerir os caminhos da humanidade. E isso divide seu grupo.

A grande questão aqui colocada sobre a interferência de salvação da humanidade pode ser analisada muito bem sobre duas óticas: A do Salvador e daquele que foi salvo. Dentro de todas as boas intenções, os Cinco Fênix propõem consertar o mundo, fornecendo-lhes alimentos e todos os subdsídios em troca de completo desarmamento ou meios de entrar em conflito. É a sua Pax Utopia, o futuro guiado aos olhos atentos de Ciclope. Por outro lado, o salvo toma o papel passivo, sem luta própria, vigiado, controlado. E, quando isso ocorre, o “salvo” acaba se confundindo muito com o papel de “conquistado”. Estaria nisto tudo uma crítica clara a política de intervencionismo com o próprio EUA sentindo desta vez na sua pele?

A mesma situação se repete singularmente quanto ao destino da menina Esperança. A princípio lhe é ofertado um cenário de completa liberdade, mas que logo é desfeito no primeiro sinal de potencial ameaça à atual supremacia dos Fênix. E, quando pela primeira vez é acuado com a presença da Feiticeira Escarlate, Scott Summers, queixando-se da posição de eterno oprimido até então, toma de maneira irônica a postura oposta, a de opressor, prometendo aos Maiores Heróis da Terra um destino igual ao que seu povo teve com as palavras "Chega de Vingadores!". Descaracterização? Até que não, se você fizer um paralelo com a máxima que diz que "O maior dentre os rebeldes tornar-se-á  o grande ditador um dia, após estar no poder".

E, para finalizar (e não deixarmos de comentar), temos mais dois combates exclusivos para aqueles amantes da pancadaria gratuita. Na edição “Versus” deste mês, o Colossus confronta ninguém menos que o sobrinho favorito da tia Petúnia, o Coisa. Já a Viúva Negra troca farpas com a Magia. Pra quem tava reclamando do favoritismo dado aos Vingadores, essas historias são um deleite.

Coveiro

PS: O Background do site atual (assim como o do filme do Homem de Ferro 3) é obra do designer Victor Augusto.

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