sexta-feira, 7 de junho de 2013

Thor: Vivendo um sonho

Maras

Dado como morto no final da maxissérie Essência do Medo, o Deus do Trovão acabou sendo vítima de um plano cruel engendrado pela rainha Norne Karnilla e os trolls. Mas como já lhe é costumeiro, Thor sobrepujou as adversidades, venceu o Devorador de deuses e voltou a “vida”. Agora, com o novo lar dos deuses, Asgardia, sendo reconstruído e sob a tutela de suas três mães, o filho de Odin mais uma vez toma seu posto de protetor dos nove reinos. Mas novas ameaças sempre pairam ao redor e agora é a vez de criaturas antigas ressurgirem como grandes ameaças.

Tudo começou quando um audiência entre as Mães e Thor é interrompida pela chegada de Hreidmar, um anão escolástico, que requeria ajuda num imprevisto que acabara de surgir bem no meio das novas obras de asgardia. Um portal misterioso selado por Odin impedia o avanço da construção de um aqueduto e somente alguém do poderio de Thor poderia quebrar tal magia. Assim, o Deus do Trovão decide quebrar as portas daquele calabouço e investigar que mistérios Odin esconderia ali. Foi quando o mal se libertou.

Maras

Lá, residiam os Maras, criaturas manipuladoras dos sonhos, capazes de imediatamente incapacitar suas vítimas e prendê-las num mundo onírico, alimentado por seus próprios sonhos e pesadelos. Thor rapidamente tomba, seguido de Hreidmar, que vagam pelo mundo inexistente em busca de uma resposta para fugir do lugar dos sonhos. Contudo, com o passar do tempo, os Maras avançam para além de seu calabouço, atacam outros anões e aquele mundo dos sonhos só faz crescer mais e mais. Afinal, este não seria o sonho ideal do povo de Nidavellir? Eternas construções inacabáveis?

E a medida que os Maras avançam, conquistam a árvore da vida e se espalham pelos nove reinos, mas vítimas chegam aquele mundo e ficam eternamente presas. Mas se isso já não fosse ruim o suficiente, o lugar também se alimenta e constrói pesadelos. E numa fraqueza de pensamento de Thor, lá ressurge uma versão corrompida de seu pai, Odin, querendo destruí-lo junto com todo aquele lugar. Os Maras certamente não serão facilmente detidos por meios convencionais.

Maras

Mas deixando a história de Thor de lado, outra trama ocorre paralela a isso. No caso, envolve seu alterego Donald Blake. O bom doutor, agora separado do Deus do Trovão, acaba tomando uma atitude desesperada ao sentir-se imcompleto sem Thor. Recorre a ninguém menos que Encantor, pedindo para voltar a ter a vida de um Deus dentro dele. E a bruxa o atende, dentro de suas intenções.

Após dar uma noite de luxúria a Blake, ela o sacrifica num ritual macabro. Dá-lhe uma maça dourada, alimento único dos Deuses, e depois decepá-o quando começa a passar mal. Dali, de seu sangue negro escorrendo, surge uma estranha criatura, um monstruoso Golem, que pode parecer até um pouco familiar demais se prestarmos atenção ao seu carinho demasiado com Encantor. Mas falaremos dele depois.

Maras

De volta ao mundo dos sonhos, o um outro e novo personagem importante é inserido na trama.  O jovem morador de Broxton Jeff Fischer, um menino que se veste como gótico e que sempre teve uma vida difícil, é a nova vítima dos Maras. Ao chegar naquele mundo, Jeff é abordado por Anões e os Monges Lugubres de Gundersheim (que mais parece castores gigantes tibetanos). Eles acreditam que há algo especial em Jeff, em sua capacidade de controlar seus sonhos que pode lhe concender uma chance de vencer os Maras. Assim, eles se concentram pra dar “vida” ao criação do garoto.

A coisa não sai muito como se esperava. Jeff acaba inconscientemente transformando Thor no “Desconsagrador”, um tipo de personagem criado para capa de sua banda local de Heavy Metal e que parece um “Deus Caótico do Rock”. E como tal, o “Deus do Metal” acaba atancando insanamente a todos.

Maras

 Nesse ponto, os Maras já se espalhavam por todos os nove mundos. Atacaram inclusive Asgardia, levando as Mães Supremas ao mundo dos sonhos. É graças a chegada delas que Thor consegue se libertar da sua “possessão” pelo “Desconsagrador”. E com um pouco mais de apoio delas, o Deus do Trovão consegue a força de vontade suficiente para se libertar de seu sonho e despertar no mundo real. E prontamente, ele parte de volta para Asgardia, afim de proteger seu reino e suas governantes.

O Deus do Trovão chegou bem a tempo. Com todo os asgardianos dormindo e desfalecidos, Encantor e seu Golem tiveram acesso muito fácil ao palácio das Três Mães. Uma vez lá,começou novo confronto e Thor descobriu os planos que a feiticeira reservou para Blake. Também é revelado que o tal Golem construído por ela, nada mais tinha do que a essência daquele que outrora foi Skurge, seu amado campeão.

Maras

Enquanto isso, mais uma vez o garoto Jeff Fischer é usado como parte do plano pra libertar todos os presos dos nove reinos da possessão dos Maras. Desta vez, ele consegue entrar em contato com todos os Maras, numa espécie de grande conselho, dentro de seu sonho. Lá, um debate é realizado entre as criaturas e o garoto. E ao conhecer o lado da vida de Fischer, que por toda a vida esteve livre, mas preferiu viver num sonho devido a vida complicada que tinha no mundo real, os Maras decidem encerrar seu ataque.

E assim, as Mães Supremas retornam de suas inconsciências no tempo certo para ajudar Thor. Encantor e seu Golem são abatidos e jogados no interior misterioso da Árvore da Vida, com destino ignorado. Um trato de paz é selado com os Maras, que inclusivem ajudam Thor ao amenizar o sofrimento causado a Blake. E quanto ao garoto Jeff, vemos que ele volta pra casa e determinado a lutar por um mundo desperto melhor.

Mais uma vez escrito por Matt Fracttion, e com arte desta vez de Pepe Larraz, esse arco em cinco partes se estendeu aqui no Brasil nas edições 35 a 37 de Homem de Ferro & Thor. Um pouco melhor que o arco anterior, utilizando-se de uma premissa bem interessante em torno do conceito desses Maras, temos uma história cheia de pontos curiosos e que dão destinos bem inusitados para alguns personagens. Alguns, nem sempre bons. Um deles, no caso, é Donald Blake, que acabou tendo um crescimento tão bacana nas mãos de Joseph Michael Straczynski, teve um fim tão grotesco nesse penúltimo arco da fase Fracttion. O retorno de Encantor e ressurreição de Skurge que sempre foram personagens clássicos e importantes da mitologia de Thor, acabaram pífios nessa história. No fim, acabam sendo apenas boas ideias de enredos desperdiçadas.

Mas acalmem-se que essa fase está no fim. Na verdade, já na edição 37 temos o prólogo do último arco de Thor antes do Marvel Now. Num crossover com a revista Jornada ao Mistério, o Deus do Trovão e seu irmão estarão vivendo a grande aventura em “Tudo Queima”, co-escrito por Kieron Gillen e desenhada por Alan Davis e Carmine di Giandomenico. E desta vez, promete!

Coveiro

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