quarta-feira, 23 de agosto de 2017

Doutor Estranho: Últimos dias de Magia



Derrotado às portas de seu Sanctum Santorum, o Doutor Estranho usou os últimos recursos que tinha em mãos contra os invasores dimensionais chamados Empirikul. Construtos criados por ciência pelo seu Imperator, eles não vão se satisfazer apenas destronando Stephen Strange de seu manto de mago supremo. Aqueles seres anti-magia não descansarão até derrubar cada místico do planeta. E é em Os Últimos Dias de Magia que vemos essa nova "caça aos bruxos".

A edição especial foi publicada aqui em Doutor Estranho #04. Nela, enquanto vemos no passado a nova bibliotecária do Doutor Estranho, Zelma Stanton, organizando as pilhas de livros do Doutor e nelas descobrindo uma vastidão de novos místicos, ocorre no tempo presente uma verdadeira guerra entre magia e tecnologia, tudo espalhado em curtas histórias com diferentes equipes criativas (Aaron, Gerry Duggan, James Robinson, Leonardo Romero, Danilo Beyruth e Mike Perkins são alguns deles).

No México, o exército do Empirikul e lobos matabruxo encontraram o representante místico local em um templo na floresta de Lacandon, El Médico Mistico. Para sobreviver, o Irmão Vodu teve que retornar a seu cemitério em Nova Orleans e só está vivo após novo ataque do inimigo porque guardou uma amostra de partículas pym entre seus pertences. Era desaparecer ou morrer. Já na China, uma legião do Empirikul avançava pela muralha e encarou o Mahatma Doom (tipo uma versão zen do Doutor Destino) e a professora Xandra Xian Xu. Já o russo Kaoz é tipo um macho alfa casca grossa da magia e sozinho encarou a ameaça na raça.E por fim, uma nova personagem é apresentada ao público (que deve guardar esse nome), Alice Wu, filha de uma feiticeira com um policial de Hong Kong e que guardar característica dos dois na sua luta diária.



E assim como Stephen, todos eles por mais destemidos que fossem, foram derrotados. Os mais sensatos fugiram. Os demais foram capturados e amarrados à frente do Sactum Santorum. E para o Imperator do Empirikul, aquela humilhação não era o bastante.

Retomando a história a partir da edição mensal, finalmente descobrimos o porque de todo o ódio do Imperator. Sua história remete a uma realidade em que místicos predominantes eram adoradores e fieis servos de Shumma-Gorath e seus pais eram caçados como hereges por praticar magia. Quando a residência deles foi invadida, seus pais deram seguimento a um protocolo chamado Empirikul e os robôs com cabeça de globo criados por seus pais levaram a criança para longe daquela dimensão para sobreviver. Desde então, o Imperator vem se dedicando a aperfeiçoar a sua ciência para se vingar da morte de sua família assim como extinguir aquele grande mal que é a Magia. E ele não descansará até acabar com tudo em todas as dimensões.



Por mais que Strange explicasse que eles não tinham nada a ver com Shumma-Gorath, o Imperator não cederia em seu propósito. Ele eliminaria os místicos presos um a um ali, deixando Stephen, por último. Contudo, seu desleixo em deixar a pequena fração de magia por fora, tornou-se sua derrota. O considerado mais fraco dos bruxos que convivia com a turma do Estranho, o velho cego de um olho chamado Monako, viu sua varinha mágica se fortalecer no ataque do Empirikul. Entendeu que de alguma forma a magia reagiu e para sobreviver se esgueiraria pelos cantos do planeta nas menores porções de objetos místicos. Assim, Monako entendeu seu papel e se sacrificou resgatando Estranho e sua turma e os teleportando em segurança para longe dali.



Conquistando a ira do Imperator, Monako acabou pagando com sua vida no lugar dos outros. Estranho, Feiticeira Escarlate, Talismã, Damian Hellstrom e os outros foram parar num subterrâneo que mal conseguiam saber como sair dali. E sem a magia que sempre possuíam, seria difícil abrir uma porta dali. Enquanto isso, Zelma Stanton resolveu se esconder no lugar mais proibido do Sancton Santorum para fugir do Empirikul, o porão.

Uma vez fora dos subterrâneos, o Doutor Estranho e os demais místicos seguiram a dica do falecido Monako e iniciaram uma busca ao redor do mundo pelos poucos e fracos itens mágicos que sobraram ainda. Juntaram arcos místicos, lâmpadas quase sem magia, elmos mágicos lascados, toda sorte de item que pudesse dar uma chance a mais eles na batalha final. Mais pra frente, veremos que o recurso final que Strange conseguiria foi nada mais nada menos que a ossada desenterrada do seu antigo mestre, o Ancião. Despedaçou o crânio para torna-lo um pó e isso foi tudo que conseguiram.

Já Zelma Stanton, depois de pegar o último livro que sobrou da biblioteca do Sanctun Sanctorum, foi resgatada pelo Wong e teletransportada até o Tibete. Uma vez a salvo, ela contou a Wong sobre o que viu no Porão e o servente do Mago Místico tremeu. Longe dali, Estranho também percebeu que algo pior estava pra acontecer. E nesse instante, parte dos construto dos Empirikul que perceberam a porta do porão aberta, iriam encontrar a pior ameaça de todo seu tempo de existência ali - Um monstro feito de toda dor e sofrimento juntada e personificada pelo Mago Supremo até ali.

No Tibete, Zelma finalmente conheceu o plano de salvaguarda de Wong para dar o poder que o Mago Supremo para sobreviver até hoje. E fora os monges dispostos a se sacrificar pelo Estranho, mais pessoas do mundo inteiro que tinham um contato mesmo que tênue com a magia e agora haviam perdido, foram compelidas a parar lá. De certa forma, o vácuo que possuíam em seus corpos agora seria preenchido servindo ao que Wong batizou de "Os Defensores Secretos".  Porém, nessa nova busca pelos resquícios de magia, o segredo de Wong foi descoberto pelo próprio Strange. Ele foi até o templo, dispersou o grupo e lançou um feitiço para por Wong para dormir. Não haveria mais sacrifícios naquele dia além do próprio Mago Supremo.



No Sanctum Sanctorum, o Imperator decidiu ele mesmo ir ao fundo do porão e destruir aquela criatura que parecia impossível de ser desfeita. Foi nesse momento que os Místicos invadiram o lugar e lutaram com a guarda do Empirikul à frente. Foi a vantagem que conseguiram para Estranho ir até o fundo da sua residência e derrotar o líder deles. Entrando no porão, viu a oportunidade de ferir feio o Imperator enfraquecido, acertou-o com flechas místicas e o cegou com o pó da exumação do Ancião. E mesmo com essa vantagem na briga, o próprio Estranho corria o risco com aquela criatura feita de puro ódio e dor atacando a esmo os dois.



Todavia, o monstro viu no Imperator um inimigo em comum, e ele aceitou se fundir ao Mago Supremo e juntos investir contra o poder da tecnologia. O problema era conseguir sobrepujar ele e ao mesmo tempo sobreviver ao mal que a criatura de ódio lhe causava uma vez juntos.

Foi então que no Tibete, Zelma decidiu ela mesmo sacrificar um pouco de si para dar forças mesmo que distante ao Mago Supremo. De imediato, Wong se reergueu e juntou-se a ela. E depois dele, também os discípulos do templo, antigos e os novatos que chegaram dias antes. Até mesmo as pessoas comuns a porta da Mansão do Doutor que um dia precisaram de ajuda dele, abriram seu olho da mente e sacrificaram um pouco de si para Stephen ter mais força.



Completamente fortalecido pela fé dos outros nele, Estranho derrotou o Imperator e o condenou a viver preso naquele porão que antes guardava o monstro feito de ódio. Deixou o vilão cego apenas com o único livro de sua biblioteca que sobrou "A coisa do Porão". Já a criatura agora estava livre, mas agora não sabia bem que papel ocupar agora que estava livre naquele novo mundo. Já Estranho e os demais místicos teriam que recomeçar tudo de novo, num planeta em que a Magia mal parecia respirar.



Esse arco de histórias que acabou se encerrando na edição #6 do Doutor Estranho (de Maio ainda) pontua a primeira grande história que Jason Aaron criou para o Mago Supremo em sua fase. É divertida e tem uma trama bem instigante, difícil de parar de ler. Do seu jeito próprio, coloca ainda mais surrealidade ao dia a dia de Stephen Strange, que casa perfeitamente com um arte inspirada de Chris Bachalo. Assim como aconteceu com o Thor, deveria ter a chance de ganhar seu encadernado também.

Coveiro

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