segunda-feira, 2 de julho de 2012

X-Men: Lagartos (NÃO!) me mordam!

Depois de deterem uma verdadeira invasão de vampiros em São Francisco, os X-Men parecem ter se consolidado como a principal equipe de heróis na região. Foi um ótimo avanço para o grupo de mutantes, mas Ciclope quer mais. Bem, às vezes é bom termos cuidado com o que desejamos...



Ciclope, seguindo conselho da relações-públicas Kate Kildare, colocou os X-Men para realizar pequenas ações em São Francisco: um assalto impedido aqui, uma jovem salva ali. Mas Scott não quer que os X-Men fiquem limitados a São Francisco e a trabalhos menores; assim que Cifra o informa sobre aparecimentos de estranhos répteis próximos a esgotos em Nova York, ele despacha Tempestade, Wolverine, Gambit e Emma Frost para investigarem.

Lá, o grupo descobre répteis humanoides (ou seriam humanos reptilianos?) que vêm capturando e devorando pessoas inocentes. Após enfrentá-los e afugentá-los, também encontram o “amigão da vizinhança”, Homem-Aranha. Entre uma piadinha e outra, ele conta a história do doutor Curt Connors, que se transformou no Lagarto, notório inimigo do Aranha. Para deter a ameaça dos homens-répteis, é necessário enfrentá-lo. Assim, Homem-Aranha e X-Men estabelecem uma parceria e investigam os desaparecimentos de diversos adolescentes na cidade.



Em comum, está o fato de que todos eles eram jovens isolados e solitários. Outro ponto comum é que todos entraram em chat com uma figura misteriosa, que prometia integrá-los a outros adolescentes como eles. Bom, a promessa não era de todo mentira, porque esses jovens realmente acabaram se conhecendo... só que numa cela dentro de um laboratório nos esgotos, depois de serem capturados pelos homens-lagartos. Agora, enquanto eles pensam em como fugir dali antes que um deles seja levado para sofrer experimentos terríveis, os cinco heróis voltam aos esgotos para rastrear o paradeiro dos adolescentes.

Depois de vários confrontos com homens-lagartos e de várias reclamações de Emma Frost sobre o ambiente, o grupo localiza o laboratório secreto. Só que, diferente do que pensavam, o Lagarto não passa de mais uma cobaia nas mãos do dono do local: o Fera Negro. O vilão vinha estudando a “parcela réptil” presente nos cérebros dos seres humanos, que o Lagarto já havia despertado parcialmente em algumas pessoas no passado e que agora o Dr. McCoy quer despertar em seus prisioneiros – em quem ele observou uma propensão especial para a fúria réptil (ou algo assim).



Com uma máquina desenvolvida durante estes estudos, ele transforma os adolescentes em novos homens-lagartos. E não só os adolescentes, mas parte dos heróis também. Apenas o Aranha e Emma Frost escapam da transformação, mas isso não facilita suas vidas: os dois têm que correr de seus próprios colegas (eu mencionei que os X-Men lagartos mantêm seus poderes mutantes? Pois é, pois é, pois é...), enquanto ela tolera as piadinhas infames dele e ele tolera o sarcasmo dela. Entre os dois problemas, acho que fugir dos lagartos é mais fácil.

O dia só é salvo quando Emma consegue libertar o Lagarto, que está louco pra se vingar de seu captor. Para ter sua vida poupada, o Fera Negro concorda em desativar a máquina e se entregar às autoridades. A mídia faz a cobertura do resgate dos adolescentes e coloca os X-Men novamente como heróis, exatamente como Ciclope queria. E a melhor parte, como o líder da equipe observa, é que essa visão positiva dos X-Men não é fruto de publicidade, mas dos próprios feitos deles.



Assim termina o segundo arco da série do roteirista Victor Gischler, agora com arte de Chris Bachalo, publicado no Brasil nas edições 125 e 126 da revista X-Men. Sinceramente? A história é bem fraca e superficial, a ponto do leitor já esquecer boa parte dela assim que termina de ler (falo por experiência própria). Vale pela arte do Bachalo (pra quem gosta, claro), pelas interações bem-humoradas entre o Homem-Aranha e Emma Frost, e pra quem estava com saudades do Lagarto ou do Fera Negro. Pelo menos a história seguinte de Gischler foi mais interessante (para acompanhar a excelente resenha feita pela Cammy, clique aqui), o que dá alguma esperança para as próximas edições.

Fernando Saker

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