sexta-feira, 20 de junho de 2008

Um homem chamado Logan

*Atenção! Informações inéditas no Brasil!

Desde que foi anunciado que a parceria de sucesso de Guerra Civil faria uma história do Wolverine, Mark Millar e Steve McNiven têm atiçado as mentes dos fãs da editora, sendo que a principal dúvida era o que eles poderiam produzir que superasse o maior evento de quadrinhos de todos os tempos. Mas a surpreendente resposta veio na forma de uma singela história na qual o herói se aposentou e atende apenas pelo nome Logan, mostrando que a intenção não era nada mais do que contar uma boa história. E contrariando quem esperava algo mais enérgico e visceral do autor de Inimigo do Estado – famoso e polêmico arco de histórias do mutante canadense escrito por Millar –, a dupla narra um futuro trágico e intimista de um Logan envelhecido em Old Man Logan. Mas existiria algo de original a dizer sobre um personagem e universo que já tiveram tantos futuros alternativos?

Bom, vou fazer um resumo básico da trama e vocês mesmos podem julgar: há cinqüenta anos atrás, sob circunstâncias ainda não explicadas, todos os vilões se uniram para derrotar os heróis, e obtendo sucesso dividiram os Estados Unidos entre si. Um dos únicos sobreviventes foi Wolverine, mas por algum motivo que lhe traz vergonha até hoje ele decidiu abdicar de ser super-herói e da violência como um todo, e só o que sabemos é que agora ele mora numa fazenda em Sacramento, capital do estado da Califórnia, com esposa e filhos. O local é deserto e pós-apocalíptico, evocando filmes de faroeste e Mad Max. E Logan tem contas a pagar.

Pessoalmente, apesar do tema batido, eu gostei muito da história. Não que seja original ou tente ser, mas contar uma história assim estrelando o Wolverine é algo que nunca foi feito, porque o personagem símbolo do herói machão está mais frágil do que jamais esteve. Seu fator de cura, por exemplo, que é o maior artifício usado para comprovar toda essa macheza, é praticamente imprestável nessa idade avançada. Isso também explica porque um personagem que envelheceu no máximo 40 anos em mais de um século está tão mal preservado num futuro não tão distante assim.

Mas suas maiores fraquezas são, sem dúvida, a esposa Maureen, o filho Scotty e a pequena Jade, a quem trata com muito carinho. E essa é uma das grandes sacadas de Millar, que além ter feito Logan casar com uma ruiva de olhos verdes e homenagear Ciclope dando seu nome para o primeiro filho, mostra o coração bondoso do velho canadense. Todo fã que se preze do Wolverine sabe que por trás da pose de máquina assassina indestrutível existe um homem realmente bom e frágil...

A história começa quando a Gangue do Hulk, uma raça de caipiras irradiados por raios gama e descendentes de Bruce Banner que comandam a região, chegam para cobrar o aluguel da fazenda. Logan é espancado e sua família ameaçada de morte pelas aberrações, mas ele preserva seus votos e não reage. A família não pode ser colocada em perigo. Mas as contas estão atrasadas e por isso Logan aceita a oferta de um Gavião Arqueiro cego para levar um carregamento ao outro lado do país, tendo que cruzar o território dominado pelos vilões.

Confira um mapa interessantíssimo de como são os EUA nesse futuro:

E assim começa a aventura em oito partes de Mark Millar e Steve McNiven, com Logan e Gavião Arqueiro partindo para muitos perigos no Aranhamóvel. Isso mesmo, o patético carro do Homem-Aranha tem lá seu papel vital na trama, e se levarmos esse hilário resgate de Millar em conta, teremos muito diversão pela frente. Essa dupla é quase uma garantia disso.

Brizola

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