Deadpool sem Cable

Após 35 histórias mensais, a parceria que ninguém apostava se desfez. Depois de ter seus destinos desviados pela Guerra Civil e da traição do ex-parceiro, Cable chutou o mercenário tagarela Deadpool para fora de sua ilha-nação Providência e ambos passaram a seguir caminhos divergentes. Cable ingressou novamente nos X-men, já Deadpool...

Bem, sem ter mais o que fazer, o Mercenário resolveu seguir sua antiga carreira, mas antes teve que encarar um pequeno castigo de seu ex-parceiro por ter ajudado a Matilha a invadir seu reino no Rumequistão: Cable lhe deu a dádiva da consciência.

Por toda a edição passada, Deadpool passou a ver rostos de todas as suas vítimas nos mais diferentes lugares – letreiros, aparelhos de TV e em pessoas andando nas ruas. Todas as visões remetem a personagens pouco conhecidos dos leitores brasileiros, sendo a maioria fruto da primeira série solo do mercenário. E essas aparições ficam cada vez mais freqüentes, tirando a pouca insanidade que resta de Wade Wilson.

E as questões levantadas pelas visões vão levando Deadpool a pensar – “Quantas pessoas já matou?”, “Perdeu as contas?”, “O número é tão alto que parou de se importar?” e “Ou nunca se importou e é por isso que o número é tão alto?”

Quando a maluquice de Wade passa a ser um risco as pessoas, chega o momento de acabar com a lição. Cable surge diante de seu insano ex-parceiro para desfazer o castigo psíquico. Contudo, o plano do Soldado do futuro se mostrou ineficaz. Deadpool não quis ajuda, eles não vão voltar a ficar juntos. É o fim.

Wade dá as costas e vai embora. Só tem tempo de escutar Cable falando que não selecionou as imagens que Wade viu. Tudo o que aquelas ilusões disseram foi formulado pelo subconsciente de Wade. E em pensamento, Deadpool responde ao grande questionamento colocado em sua cabeça minutos atrás - “que perdeu a conta porque parou de se importar”.

Sem Cable, o insano mercenário terá que procurar uma outra vida. E a primeira coisa que lhe vêm em mente é voltar a fazer o que fazia de melhor. Não é exatamente o que Wolverine faz, mas chega perto. Sua vida como Mercenário está só para recomeçar...

Contudo, como voltar ao ramo depois de tanto tempo fora?

Após ouvir conselhos do Fuinha, Al Cegueta, de sua editora Nicole Boose e ameaçar Tom Brevoort, Wade põe em prática o seu plano mirabolante. Um mãe solteira é deixada amarrada na estrada com seus dois pequenos filhos obrigando um comboio da SHIELD a parar. Com um lança míssil ele coloca tudo pelos ares. Por fim, resta distribuir alguns chutes e pontapés e o resgate foi facilmente realizado. O seu eterno rival de profissão, o Treinador, é libertado.

Obviamente, os dois mercenários não se bicam logo de cara. Deadpool liberta a família, que já atendeu seus intentos e com um único golpe de espada livra o Treinador de suas algemas. O comentário do mesmo sobre ter que lembrar disso depois gera uma piada a parte. Deadpool, no entanto, não está muito disposto a conversas. Noucateia o seu adversário e passa pra próxima etapa de seu plano.

Em Utah, num abandonado campo de treinamento militar, um palco é armado. O apresentador é o Fuinha e a platéia são altos membros do exército ou organizações clandestinas que muitas vezes requerem o serviço escuso de mercenários, todos amarrados e obrigados a estar ali. Já o grande espetáculo é orquestrado por dois distintos lados – Deadpool e o Treinador.

E pra provar que é um melhor mercenário, Wade Wilson vai entrar nessa disputa com as mãos e os pés algemados... literalmente! Portanto, já dá pra imaginar que as cenas seguintes são completamente non-sense e ridículas, não?

Ao ver Deadpool saltitando com os pés unidos nos monitores, ninguém na platéia dá fé de que o imbecil do Wilson conseguirá se dar bem nessa. Contudo, no momento em que a pancadaria corre solta, eles são obrigados a mudar de opinião. Deadpool se mostra não só um bom lutador, mas detentor de uma habilidade incomum para usar o cenário ao seu favor.

O Treinador vai à lona e Deadpool sai como vencedor, mas isso necessariamente não implica que ele teve sucesso em sua missão. Os reféns são liberados, mas nenhum deles na verdade tem confiança na instabilidade de Wade para suas delicadas missões.

Revoltado com seu tiro saindo pela culatra, Deadpool desperta o Treinador e este confessa que lutou pra valer. Deadpool ganhou a disputa por mérito. Contudo, isso não garante nada, já que o Deadpool está longe de ser profissional. E já que Wade não têm mais chance de ser um bom mercenário, o que lhe resta?

A resposta vem com uma chamada de TV. Rhino acabou de se livrar de um transporte penitenciário. E quem já leu a minissérie antiga do Pool sabe da longa história entre eles. Então, se Wade não serve como mercenário, que assim seja. O mundo atual precisa é de heróis!

E que Cable tenha piedade de nós!

Coveiro