Mal a equipe especial dos X-Men para “assuntos inacabados” completa sua mudança para São Francisco e Ciclope já tem uma nova missão para Dani Moonstar, Nate Grey e sua equipe. A equipe criativa que contém Dan Abnett e Andy Lanning nos roteiros, David López nos desenhos e Álvaro López na arte-final conta a mais nova missão da equipe e com eles irão resgatar Blink.
A história começa enquanto os Novos Mutantes ainda estão desempacotando e arrumando a nova casa deles. Nate Grey, Dani Moonstar, Mancha Solar e Warlock cuidam disso e conhecem os seus novos vizinhos. Concomitantemente, Flama tem uma frustrada entrevista de emprego e Cifra está vasculhando o noticiário sobre diversos desastres naturais, tentando entender quais as conexões destes com as aparições de Blink.
Aparentemente, em todos os desastres (que não são tão “naturais” quanto aparentam), Blink surgiu para salvar as vidas de várias pessoas nos locais. Seguindo uma dica de Doug, eles decidem deixar de procurar um padrão entre as localidades que ela esteve para passar a procurar para onde ela está indo. Assim, eles vão para a cidade de Stroud, em Michigan, onde está acontecendo um suspeito show de rock.
Antes que eles consigam pousar, o Pássaro Negro é atingido por um estranho raio e acabam sendo salvos pela Blink, que teleporta o avião em segurança para a superfície, demonstrando um grande avanço nas suas habilidades. Ela reage com bastante temperamento à aparição dos Novos Mutantes, uma vez que eles mais a atrapalharam do que outra coisa. Mesmo assim, ela aceita a ajuda deles e explica que a causa dos acidentes era a banda de heavy metal conhecida como Diskhord, que, por alguma razão, estava relacionadas aos desastres naturais em que Blink salvara pessoas. Graças a Warlock, eles descobrem que a origem da energia que causava as catástrofes era de outra dimensão.
Então, enquanto parte do grupo tenta rastrear a energia, o restante tenta se misturar à multidão no show. No entanto, logo um furacão é conjurado em pleno show e eles precisam usar seus poderes para salvar o público. Dani parte para enfrentar os músicos da banda junto com Blink, mas as duas apanham e voltam para tentar salvar o público. Enquanto isso, Cifra encontra um estranho artefato que, ao ser aberto, nocauteia ele e Warlock.
Os Novos Mutantes ficam para trás, com a sensação de derrota pela destruição da cidade, enquanto a Diskhord parte para mais um show, agora em Chicago. Nesse meio-tempo, Doug conseguiu se comunicar com o artefato e descobrir sua origem: ele era a caixa-preta de uma nave interdimensional que se acidentou e utilizava energia do caos para tentar se comunicar em busca de resgate. Mas a energia necessária para a comunicação seria capaz de destruir uma cidade de grande porte.
Assim, eles descobrem que o novo show da banda iria chegar um terremoto capaz de destruir Chicago. Assim, enquanto Amara tentava impedir o terremoto, o resto da equipe derrotava a banda (com estranha facilidade em relação à surra anterior) e, em seguida, partem até onde Cifra estava. A solução encontrada para resolver o problema foi arremessar o artefato o mais longe possível no espaço, de modo que ele demorasse até conseguir incomodar alguém novamente com sua energia caótica.
Após isso, existia um último assunto inacabado que era justamente o que seria de Blink. Dani Moonstar dá a ela a opção para que ela decidisse se iria para Utopia ou Westchester e ela decide se juntar ao grupo de Wolverine. Uma decisão que, no final, Ciclope respeita, considerando que o mais importante era, primordialmente, Blink estar a salvo e dentro da comunidade mutante.
Mais um arco relativamente fraco dos Novos Mutantes. O plot de fazê-los procurar pela Blink pareceu muito mais um mandate editorial do que uma decisão dos roteiristas. Isso fica evidenciado pelo fato dela ser tratada praticamente como um mcguffin deste arco, que desapareceu tão logo o clímax da história foi encerrado, ao ponto de seu destino ter sido contado em um rápido diálogo ao invés de mostrado.
A história é cheia de incoerências com o histórico e a personalidade dos personagens (Nate Grey, que vive há anos no Universo 616, não sabe o que é Latvéria ou Doutor Destino; Mancha Solar que parece só saber repetir “eu tenho grana” e “eu amo a Amara”; Blink, que morreu em Aliança Falange, voltou em Necrosha e parece ser mais poderosa e experiente que todos os Novos Mutantes; sem mencionar a ausência que faz um Zeb Wells na caracterização do Doug Ramsay e da Dani Moonstar), além de ter diversas situações forçadas e uma explicação mais forçada ainda para a origem dos desastres naturais. Praticamente, só a Dani Moonstar e a Blink fazem algo efetivo durante o arco, com a maioria dos personagens apenas sendo de alívio cômico ou andando de um lado pro outro fingindo fazer alguma coisa. Chega a ser um desperdício ver personagens tão bons sendo tratados dessa maneira.
A arte vai pelo caminho oposto. David López tem uma arte bela e com um grande timing para a comicidade e ação. As expressões que ele coloca nos personagens são muito boas e pode-se dizer que essa história vale bem mais pela arte que pelos roteiros.
Esta história foi publicada originalmente nas edições 34 a 36 da revista New Mutants e, aqui no Brasil, saiu em X-Men Extra 134 a 136.
Paulo Artur
Colaborador do Marvel 616