Depois dos drásticos acontecimentos ocorridos durante a Ilha-Aranha, onde paralelamente acompanhamos a morte insólita do pai de Flash Thompson, era certo que a vida do nosso anti-herói nunca mais seria a mesma. Todavia, como podemos acompanhar na edição 18 de A Teia do Homem-Aranha, a “queda” de Eugene veio mais cedo do que podíamos imaginar. Em meio a sua ira interior e aos jogos psicológicos do Mestre do Crime, o novo Venom vai precisar de muito autocontrole para se manter na linha.
Pegando o vácuo das consequências dos desastres d’A Ilha-Aranha, muitos criminosos começaram a saquear a cidade. Um deles, insanamente dirigindo um mega tanque de artilharia pesada, começa a assaltar bancos e indiscriminadamente atropelar qualquer um que estivesse no caminho. Então, surge o novo Venom para impedir esse psicótico de continuar em frente. Consumido por uma ira insuportável ao ver o mal-feitor assassinar tantos indiscriminadamente, o simbionte não se controla e acaba ele mesmo fazendo mais uma morte. A la velho Venom, a criatura mastiga a cabeça do bandido de uma só vez, somente para depois deixar o pobre Flash enauseado e arrependido pelo que fez.
De volta pra casa, Flash permanece silencioso, apenas ouvindo da boca de sua namorada as últimas palavras de seu pai deixadas em uma carta. O enterro ocorre no dia seguinte. No fundo, Flash lamenta muito a perda, mas não há sequer tempo de ele chorar pelo velho. No fim da cerimônia, surge o Halloween, seu novo arquinimigo. O vilão o convence a acompanha-lo num encontro com o Mestre do Crime (ou os queridos de Thompson sofreriam as consequências) e dá uma última ordem – Flash deve ir com o Simbionte até Las Vegas e lá ele saberá exatemente o que o criminoso procura. Caso falhe, muitos próximos pagarão.
Eugene é então levado de volta para a sua base, mas lá as coisas não estão igualmente boas. O Capitão América, agora que descobriu o que há por trás do programa, decidiu desativá-lo e com isso não só põe fim a nova carreira de Thompson, como coloca em risco a vida de seus mais próximos. Ele não hesita em fugir e assim virar um alvo imediato do Capitão América. Uma briga visceral se estende em plena neve com arte fenomenal de Lan Medina aqui.
De forma surpreendente, Flash acaba levando a melhor e o Capitão termina o combate inconsciente. Mas quando ele acordar, ainda vai ter uma dor de cabeça maior ainda ao saber que o Venom levou sua motocicleta numa longa viagem pra longe dali. Só que Steve Rogers não desistiu por aí. De volta ao quartel-general dos Vingadores, ele convoca o Hulk Vermelho, que assim como ele é um militar nato, a caçar o Novo Venom.
E no meio de sua jornada, Flash acaba tendo ainda que topar com uma péssima companhia. O Halloween aparece em seu quarto de hotel e explica que foi incubido de segui-lo em sua missão até tudo estar feito como pediu o Mestre do Crime. E nessa viagem, a dupla acaba se conhecendo um pouco mais. Em dado momento, Flash o obriga a ajudá-lo a salvar alguns mineiros vítimas de soterramento (apesar de que ainda assim o vilão haja com “meios questionáveis” para atingir seu fim). Num outro, Flash acaba finalmente conhecendo sua origem, de um jovem com tendências psicóticas desde criança e que foi “adotado” pelo Mestre do Crime desde criancinha.
Mas o grande clímax dessa história acontece quando Flash chega a Las Vegas. Com um plano bem bolado, ele invade um cassino local onde supostamente há aquilo que o Mestre do Crime deseja. Contudo, antes de descobrir o que realmente é aquilo que ele buscava, o simbionte se descontrola e começa um massacre no ambiente. É quando finalmente nos deparamos com um outro alien de sua espécie preso por lá. Mais especificamente, aquele era o simbionte do Toxina, que Venom não deixará de jeito nenhum sair de boa dali.
Todavia, isso vai de encontro com os desejos do Mestre do Crime e cabe ao Halloween proteger a “encomenda” e conseguir sair vivo desta. Demora muito para que Flash mantenha de novo o controle, boa parte disso motivado pelas ameaças do Halloween de que se algo acontecesse sua mãe e Betty estariam a perigo.
Então, com sua “missão” finalizada e sem agora um abrigo certo para esconder ele e o simbionte, Eugene Flash Thompson faz a única coisa que acha correta em sua vida desde os eventos mais recentes. Liga para Betty e decide acabar o namoro naquele momento. É a queda de um proeminente cara numa segunda chance e cheio de boas intenções. Num beco, Flash toma uma garrafa e se entrega a bebida como seu velho pai.
Com essas histórias, a Marvel concluiu lá fora um ano de publicações do novo personagem e isso firmou Rick Remender como um escritor de peso. Sempre acompanhado de bons desenhistas, como no caso Medina e Caselli, Rick conseguiu dar um tom bem harmonioso (como nunca antes alguém conseguiu) para esses personagens – Venom e Flash. Agora como num só, a coisa engata para ambos como se fossem feitos um para o outro e até o presente momento não há nenhum fã que queira o “velho Venom” de volta. Pra mim, que não acho a X-Force do autor tão legal assim, digo que esse é o melhor trabalho dele até hoje.
E a aventura deste herói ainda continua. A próxima edição promete arrasar. Trará o Venom se unindo ao Hulk Vermelho, X-23 e a Motoqueira Fantasma novata, Alejandra, juntos. Isso te lembra alguma coisa dos anos 80? Pois é, promete muita diversão.
Coveiro