domingo, 15 de março de 2020

Novos Mutantes: Concluindo uma aventura espacial em meio a uma confusão de outras histórias


Já faz um bom tempo que não falamos aqui da nova revista mensal d'Os Novos Mutantes. E precisamos voltar a falar sobre ela. Não por conta do filme que vem aí, mas sim porque o próximo arco da mensal dos X-Men de Jonanthan Hickman acabou tendo uma importante ligação com as tresloucadas aventuras espaciais desse pessoal pelo Império Shiar. Sendo assim, antes tarde do que nunca, segue um resumão de tudo que aconteceu.

Começaremos focando principalmente na parte da turma que foi pro espaço e cujas histórias são assinadas por Hickman. Na primeira edição nos deparamos com a equipe sendo traída pelos Piratas Siderais e sendo presa pelos Shiars. Na segunda edição, Roberto da Costa decobriu que mesmo com todo dinheiro do mundo, não se dá pra comprar sempre os melhores advogados de defesa. Sendo assim, pra escapar de uma sentença vitalícia numa prisão espacial, eis que tiveram que recorrer ao velho "tenho amigos importantes".

Sam Gunthrie e sua esposa Esmagadora chegaram a tempo de livrar os velhos amigos aqui e levá-los a Chandilar para ter um julgamento melhor. Contudo, no meio do caminho, a situação muda completamente de figura. O Majestor envia uma missão da Esmagadora que, ao mesmo tempo em que dá perdão pelos crimes dos Novos Mutantes, os convoca para uma tarefa importante. Todo o time de mutantes deverá escoltar de uma prisão afastada até a capital uma grande vilã, Rapina. O Majestor não quer mais este cargo, pretende voltar a ser apenas um Líder da Guarda Imperial e ser apenas o Gladiador. Contudo, enquanto que a herdeira do Trono Xandra for uma criança, ela deve ter sua tia como regente e conselheira.



A decisão do Majestor é polêmica. Pelos crimes do passado, nem todos os Shiars estão satisfeitos de ver a Rapina perto do trono de novo. E uma delas é a Óraculo, membro do alto escalão da Guarda Imperial. Assim, na edição 5 da revista, ela convoca a versão mais mortífera da Guarda Imperial Shiar, o chamado Esquadrão da Morte (os mesmos que mataram a família Grey), para atacar Rapina e todos os que estavam na missão para trazer ela até Chandilar.

Enquanto isso, durante a longa viagem, vemos mais interação entre os personagens do grupo e uma boa dinâmica sendo trabalhada aqui de um jeito que não se fazia a tempos com esses personagens. Merece destaque no entanto a cômica situação em que vemos Roberto da Costa se apaixonando pela Rapina e tentando com muito sofrimento cortejá-la. Vale abrir aqui um parenteses para destacar o quão Jonanthan Hickman adora e sabe desenvolver o personagem brasileiro. Dos momentos da narrativa em retrospectiva de tudo que aconteceu no começo de cada edição até a maneira como toda a equipe se irrita com a torpeza do bilionário carioca.


Algumas páginas depois, acontece o ataque do Esquadrão da Morte, que achou que seria fácil lidar com esses jovens mutantes. Neste momento, Magia é quem toma a dianteira se identificando como uma 'Capitã de Krakoa' e traçando o plano de defesa. Sob a orientação do plano de Illyana, os Novos Mutantes conseguem derrubar duas equipes de ataque que invadiram pontos diferentes da nave. E em desespero, coube ao líder do Esquadrão da Morte autorizar o disparo de torpedos no transporte do mutantes.

Agora, pulamos mais uma vez uma edição e seguimos pra conclusão na edição 7 da revista mensal. Aqui mais uma vez a retrospectiva de Beto funciona a todo vapor contando como foi que a Magia resgatou todos com seu teleporte e em novo esforço conseguiram invadir a espaçonave do Esquadrão de Morte e tomá-la pra si. Ao finalmente chegarem em Chandilar, uma nova confusão se instalou quando Rapina não parecia nem um pouco disposta a conversar e muito decidida a dar o troco pelo ataque sofrido. Ela lançou uma lança contra o Óraculo e quase a matou, fazendo com que o Majestor considerasse aquilo uma nova traição da irmã de Lilandra.

Como era de se esperar, tivemos então mais uma ataque clássico entre Mutantes e Guarda Imperial. Teve até direito a umas regrinhas divertidas emulando um jogo de RPG pra decidir que lado seria o vencedor. Foi então que depois de algumas belas páginas desenhadas por Rod Reis, a herdeira Xandra manda todos pararem com a briga e pede explicações. Rapina então conta que eles sofreram um ataque orquestrado pela Óraculo e ela não nega. Xandra entende os receios da guerreira telepata da Guarda Imperial e assim decide não castigá-la. Além da Tia Rapina, Óraculo também será sua conselheira e ambas trabalharão juntas.


Finalmente, os Novos Mutantes conseguiram cumprir sua missão e estão livres. Um portal direto pra Krakoa é instalado no apartamento de Míssil e da Esmagadora pra ter contato direto com os Mutantes agora. Outro portal foi instalado com permissão do Majestor na ilha flutuante de Chandilore. Já Míssil decidiu que continuaria morando em Chandilar e isso irritou Beto. Contudo, o mutante brasileiro decidiu que moraria também naquele canto do espaço. Afinal, agora ele tinha todo interesse em ficar ali pra conquistar a Rapina. E assim comprou com suas notas todo o prédio onde Sam morava com sua família.

A conclusão desse primeiro arco nas mãos do Jonanthan Hickman termina aqui. Tem poucas edições, contou com um desenvolvimento impressionante de personalidades de cada Novo Mutante original (e outros recém convidados pro grupo) que é incomum de se ver nas histórias do roteirista e teve um arte espetacular do Rod Reis que parece melhor a cada novo trabalho. O único problema sério aqui é essa irregularidade maluca das histórias sendo entremeadas por outro grupo de 'Novos Mutantes' sendo escritos por Ed Brisson. Tem certo momento que até mesmo Roberto da Costa fica irritado e reclama dessa confusão toda num divertido diálogo com a Miragem e o leitor quebrando a quarta parede.


Sobre as histórias desses outro grupo, falamos já do começo da aparição deles anteriormente aqui. Na edição #6, conclui-se o arco do ataque da casa do Bico e Angel. Mesmo com a chegada da Dinamite ali pra salvar o dia, tudo acabou numa tragédia. Bico foi atingido por um tiro e perdeu muito sangue, já seus pais foram mortos pelo tal Túmulo. Ou seja, apesar de toda boa intenção, a intervenção daquele grupo para resgatar os amigos foi uma catástrofe. A edição serviu apenas pra identificar que é muito maior esse esquema do Cartel Bohem que pretende traficar plantas de Krakoa. No final dessa edição, ainda vimos os gêmeos Maxime e Manon inadvertidamente fazendo a família do Bico esquecer da morte violenta dos pais ao trocar suas lembranças por memórias mais tênues.

já na edição #8, Ed Brisso e o artista Marco Failla colocam os personagens da 'outra equipe de Novos Mutantes' no Brasil. Dinamite e Armadura se juntam a Magma pra salvar mutantes brasileiros de serem almoçados pelas estranhas e poderosas criaturas vermelhas caçadoras. Tudo isso com apoio da civilização escondida de Nova Roma na Amazônia (sim, ressuscitaram esse treco aqui). É importante também destacar que nessa edição, temos uma história paralela com Sebastian Shaw. Descobrimos que os gêmeos Maxime e Manon respondem a ele. Sebastian Shaw também resolveu por conta própria dar uma lição ao Cartel de Bohem, viajando pra Costa Perdita e botando limites no líder deles chamado Ezequiel.


E vamos parar por aqui nossa resenha por hoje. Afinal, mesmo já tendo saído nesta semana a mensal 9 dos Novos Mutantes, a história é um começo de arco que deve durar alguns números. O importante é se focar nas consequências da aventura espacial do Beto e seus amigos. Ela já tem repercussão direta na X-Men #8 já disponível por aí nas lojas.

Coveiro

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